Num livro publicado em 2005, The Utility of Force: The Art of War in the Modern World, o general Rupert Smith, que dez anos antes comandara as forças das Nações Unidas na Bósnia e em seguida desempenhou altos cargos na NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), explica que nos dias de hoje o modelo de guerra baseado na superioridade material foi substituído pelo da guerra no meio da população, cujo resultado não depende directamente da força militar. Por isso, diz o general, as melhores forças armadas do mundo ganham as batalhas mas perdem as guerras. Passa Palavra

1 COMENTÁRIO

  1. Esse livro é muito interessante e devia ser lido por todos quantos se interessem, seriamente e sem palas ideológicas, pelo fenómeno histórico da guerra (que é tão antigo quanto a humanidade) e da sua evolução. Rupert Smith não defende tipos de guerra nem é um arauto belicista, simplesmente faz uma análise lúcida acerca dos novos paradigmas de conflito bélico, que estiveram patentes, por exemplo, na última guerra em Gaza onde o Hamas (e não estou a discutir quem é que tem ou não tem razão, isso é outra conversa bem diferente) se entrincheirou no seio das cidades e da população civil. Sobre estes assuntos, além da obra citada, aconselhava os caríssimos leitores e autores deste interessante site a ler, por exemplo, uma obra seminal do historiador militar inglês John Keegan, Uma História da Guerra (editada em Portugal pela Tinta da China). Talvez ilumine algumas mentes acerca da natureza, origens e percurso histórico desta prática destrutiva mas infelizmente incontornável. Não por causa dos papões capitalistas, que não os havia na Antiguidade ou na Pré-História, quando a guerra já animava as “hostes” humanas, mas por causa de factores bem mais profundos e complexos. Mas para perceber isso é preciso ler, estudar e pensar objectivamente. Que é algo que não abunda.

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