Numa  fábrica de Mogi das Cruzes [São Paulo], trabalhadores que panfletavam contra a onda de demissões [despedimentos] e política pelega [oportunista] do sindicato são brutalmente reprimidos por capangas. Por Cabelo (operário)

untitled___________Na quinta feira, dia 5 de fevereiro, trabalhadores membros da Oposição Metalúrgica foram agredidos na porta da fábrica de tratores Valtra, em Mogi das Cruzes/SP. Pelo segundo dia consecutivo, estavam panfletando o jornal Chão de Fábrica, denunciando as demissões, reduções de salários e a cumplicidade do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo (que pertence à Força Sindical e controla a região), quando apareceram “bate-paus” (seguranças ou capangas imensos) do sindicato e bateram nestes trabalhadores. Um deles, Odair, tomou [apanhou] um murro no rosto, ficando machucado [aleijado]. Só não se feriram mais seriamente porque os próprios operários da fábrica se atracaram com os “bate-paus” e defenderam os membros da Oposição Metalúrgica.

Cabe ressaltar que o mesmo episódio ocorreu em várias fábricas em São Paulo nos mesmos dias, contra membros da Oposição Metalúrgica. Vários membros da oposição metalúrgica relatam este fato, mas pedem para não ter os nomes expostos, já que temem sofrer represálias.

No Brasil, este tipo de prática se torna cada vez mais comum. No ano passado, um professor membro da Intersindical (central sindical de oposição) foi brutalmente espancado até à inconsciência durante as eleições da APEOESP (Sindicato dos Professores), numa clara tentativa de assassinato, por parte de membros da direção regional do mesmo sindicato, ligados ao PT e à CUT. Aproveitando a confusão, os mesmos se trancaram [fecharam] com as urnas e fraudaram [falsificaram] as eleições.

Igualmente, no ano passado, membros da Oposição dos Condutores do Alto Tietê (São Paulo) foram surrados [espancados] após uma panfletagem na porta de uma garagem de ônibus [autocarros], por membros do próprio sindicato.

Cabe ressaltar que no Brasil estas práticas estão se tornando cada vez mais comuns, e as grandes centrais sindicais (CUT, Força Sindical, CTB e etc.) encontram-se no colo do governo, com cargos em ministérios, recebendo verbas do governo e controlando ações, fundos de pensão. Quem diria, os trabalhadores, além de ter de combater os patrões, têm de combater os sindicatos vendidos!

3 COMENTÁRIOS

  1. acho que casos como este devem sim sempre ser divulgados tendo em vista a possibilidade de despertar a solidariedade de classe, mas finalizar dizendo “Quem diria, os trabalhadores, além de ter de combater os patrões, têm de combater os sindicatos vendidos!” soa-me muito estranho, onde estaria a novidade? de 1970 pra 1980 aqui no Brasil foi justamente isto que ocorreu, lutas por fora e contra a estrutura sindical estabelecida (sindicatos vendidos, atrelados até o pescoço ao Estado, etc etc) …

  2. Muito boa essa foto do cachorro. Esses pelegos sindicais são os cães de guarda dos patrões no Brasil.
    Não são raras as histórias de alguém que morreu por fazer oposição ao sindicato – no Brasil isso acontece muito, principalmente em certos setores.

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