Iniciada a temporada de chuvas em São Paulo. Diante das calamidades, só mesmo a organização e a luta popular. A comunidade do Jardim Pantanal, que no ano passado foi um exemplo desta possibilidade, denuncia a situação em que se encontra novamente e chama à solidariedade outras comunidades das periferias da cidade. Rede Extremo Sul


pantanal1Infelizmente, não é mais possível a surpresa diante de calamidades que se abatem sobre a população pobre; elas são a regra, como fica evidente na nova inundação das diversas comunidades do Jardim Pantanal, na zona leste de São Paulo. Enquanto a grande mídia corre atrás das desgraças e as transforma num grande espetáculo – “a culpa é de São Pedro e das populações invasoras, criminosas e irresponsáveis, que se colocam em risco e que jogam lixo na rua” -, o principal é escondido. As violências e as opressões históricas, sempre renovadas, contra a população pobre, hoje mais uma vez traumatizada, desalojada, exposta a todo tipo de doenças e sofrimentos, e sem perspectivas.

Com o fim dos tempos chuvosos, em poucos dias todos os desastres ficam esquecidos. As famílias em áreas de risco têm suas casas removidas, obrigadas a trocar sua moradia pela incerteza do auxílio aluguel que virou a única política habitacional a que têm acesso. Processos de despejos de áreas inteiras são acelerados e, com isso, todo ritmo de crescimento da cidade, da valorização dos terrenos e especulação imobiliária continua intacto. Bairros param, cidades param, vidas acabam, mas nada interrompe o fluxo incessante de acumulação.

Enquanto isso, a única força capaz de parar o tempo em vistas da solidariedade, da necessidade de sobreviver ao caos e continuar de cabeça erguida é a organização e manifestação da indignação do povo, contra a violência, contra a ação criminosa que as deixa submersas, contra o fim das comunidades. No Jd. Pantanal há um exemplo de tentativa de organização contra o jugo do poder do capital e de seus representantes no poder político, que em nada se moveram para evitar que se repetisse o que ocorreu na mesma época no ano passado. Em meio às barbaridades, temos aqui a denúncia da situação vivida nas comunidades dessa região da zona leste de São Paulo, que vive as mazelas da chuva em proporção alarmante, mas que se assemelha, na história e na luta cotidiana, às tantas outras comunidades das periferias de São Paulo.

Solidariedade aos moradores do Jardim Pantanal

Diante de tantos desalojados, e de tantos que perderam tudo o que possuíam nos vários bairros do Jd. Pantanal, alimentos, roupas e outros itens de primeira necessidade estão sendo recolhidos na portaria do Instituto Alana, em frente à sede do MULP (Movimento de Urbanização e Legalização do Jd. Pantanal), na Rua Erva do Sereno, 548.

Rede de Comunidades do Extremo Sul de São Paulo-SP

Para realizar doações, entrar em contato com Thaís: (11) 9755-2474 ou Vagner: (11) 7379-8860 e (11) 2584-6138.

Veja o vídeo ‘Jardim Pantanal novamente alagado’

3 COMENTÁRIOS

  1. Assim como no ano passado, a prefeitura vai aproveitar o desespero das famílias para expulsá-las de suas casas a troco de bolsa-alugue LIMPAR a região do Pantanal da Z/L – uma parte não tão divulgada do projeto “Cidade Limpa” é esta higienização da cidade. O objetivo de retirar as famílias pobres da várzea do Tietê é construção do Parque Linear Várzeas do Tietê (do Governo do Estado). É que a região, próxima ao areoporto, fica no caminho dos turistas para a Copa do Mundo, e tem que estar agradável aos olhos dos turistas e da imprensa mundia até 2014.

    Então, parecendo aproveitar a tragédia no Rio, quando todas as atenções estão voltadas para o resultado de anos de descaso nesse Estado, o Governo do Estado de São Paulo abriu violentamente as barragens do Alto Tietê e alagou repentinamente a região do Pantanal da Z/L.

    Alguns dias antes desta enchente, o subprefeito veio avisar a população que seria solta a água das represas (!!!). Mas foi tudo muito rápido: na segunda-feira a água corria por ruas da Vila Itaim, Pesqueiro, Cotovelo, Vila das Flores, que estavam secas no domingo. Da quinta pra sexta feira água subiu mais ainda, segundo moradores, dobrou de volume, e invadiu até mesmo casas mais altas. Na sexta a água estava como nos piores dias da última grande enchente da região.

    As vítimas das enchentes da Chácara Três meninas, Pesqueiro, Cotovelo e Vila das Flores, ficaram sem apoio nenhum do poder público. Durante a tarde de sexta-feira, moradores do Pesqueiro fizeram um barracão para guardarem suas coisas, mas é insuficiente.

    Na Vila Itaim, a defesa civil está lá, atendendo pessoas doentes, mas não providenciam lugar para tirar as famílias de dentro da água. Os moradores estão abrigados na associação local.

    Nas outras Vilas, dezenas de famílias estão desabrigadas, e a prefeitura, além de não mandar socorro, até hoje, só havia mandado viaturas, que estão cercando as escolas locais, para evitar que os moradores, que não tem para onde ir, se abriguem lá. Na Chácara 3 Meninas, a polícia prendeu dois moradores que tentavam negociar a entrada das famílias.

    Os moradores entraram em contato com Maria Aparecida Pavão supervisora de Assistência Social da Prefeitura da São Paulo, e ela disse que não pode fazer nada pelas famílias, que, se elas quisessem poderiam procurar um albergue no centro da cidade!!!

    Após horas de negociação, os moradores conseguiram a entrada de mulheres e crianças na escola. Os homens, porém até o momento da elaboração deste texto (01h da manhã do dia 15/01), estavam de fora!!!

    Os moradores sabem que as enchentes não são culpa de São Pedro e estão unidos, se organizando, e dispostos a lutar até o fim por justiça.

    contatos:

    Thaís (TERRA LIVRE): 9755-2474 – vivo

    Vagner (MULP e TERRA LIVRE): 7379-8860 – vivo

    Renata (MULP e TERRA LIVRE): 6131-9789 – oi

  2. olá moradores do jardim pantanal.

    QUERO INFORMÁ-LOS QUE O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A COMUNIDADE DO JARDIM PANTANAL, JARDIM ROMANO E FRANCO DA ROCHA, É UM CRIME DAS AUTORIDADES CONTRA VOCÊS DA COMUNIDADE, E TODOS JUNTOS , PODEM PEDIR APURAÇÃO DE RESPONSABILIDADE, ATRAVÉS DAS DUAS PROMOTORIAS DE SÃO PAULO.
    FAZER UMA PETIÇÃO, DE CRIME CONTRA A COMUNIDADE PELO ABANDONO PELAS AUTORIDADES….
    PODEM PROCURAR A PROMOTORIA PESSOALMENTE OU ATRAVÉS DE CARTA; NOS ENDEREÇOS , ABAIXO.

    MINISTÉRIO PÚBLICO DE SÃO PAULO
    RUA : -Rua Riachuelo, 115 – Centro – São Paulo, BELA VISTA,C – Brasil – CEP: 01007- 904 – PABX: (11) 3119 9000( PRÓXIMO A RUA BRIGADEIRO LUÍS ANTONIO, PEDIDOS DE APURAÇÃO PELA COMUNIDADE)
    OU MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL – RUA PEIXOTO GOMIDE, 768 – CERQUEIRA CÉSAR – CEP 01419-904, PRÓXIMO A RUA PAULISTA.

  3. teremos quer nos organizar minamamente para se opor o discaso com as familias vitimas das enchentes!!!! abraço, parabens pela a matéria!!!

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