Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, UNL: colóquio internacional «Fordismo e Pós-Fordismo: Ciclos e Transformações na Sociedade Contemporânea»

Colóquio internacional

«Fordismo e pós-fordismo: ciclos e transformações na sociedade contemporânea»

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

16 e 17 de Fevereiro de 2012.

 

O desenvolvimento do modo de produção capitalista no século XX potenciou uma aceleração das transformações na esfera produtiva, com um impacto assinalável em diversas esferas da vida social: da escola ao trabalho, das relações familiares às instituições do Estado. A existência de ciclos económicos assentes no desenvolvimento de paradigmas tecnológicos, políticos e sociais vem sendo por isso objecto da atenção de vários investigadores, tendo sugerido a classificação de períodos históricos em função das formas predominantes de relação entre trabalho e capital, dos sectores industriais estruturantes do crescimento económico e das inovações tecnológicas com maior impacto no processo produtivo.

O termo “fordismo” foi avançado, nesse contexto, como definição para um período iniciado na primeira metade do século XX e assinalado pela massificação da produção e do consumo, pelos elevados elementos de mecanização, racionalização e estandardização implícitos no desenvolvimento de linhas de montagem, pela centralidade da indústria automóvel e petroquímica, por sofisticadas técnicas de regulação das relações de trabalho e pela crescente intervenção, directa e indirecta, do Estado na actividade económica.

O termo “pós-fordismo” foi avançado, por outro lado, para caraterizar o conjunto das transformações verificadas, a partir da década de Setenta, ao nível das formas de organização do trabalho, da natureza da intervenção do Estado e dos paradigmas tecnológicos aplicados à produção. Diferentes noções emergiram no intuito de classificar estas transformações. “Neofordismo”, “especialização flexível”, “toyotismo”, “capitalismo tardio”, “biopolítica”, ou, mais recentemente, “informacionalismo” e “regime de acumulação financeirizado” são algumas delas. Contudo, o termo  “pós-fordismo” consagrou-se na literatura especializada por ser uma noção aberta à plasticidade de um processo multidimensional e em permanente atualização.

Este colóquio propõe-se interrogar as lógicas e dinâmicas destes dois paradigmas, os contextos que presidiram à sua afirmação, as mudanças que estiveram na sua origem e os conflitos a que dão forma. Está aberto à participação de investigadores que apresentem comunicações subordinadas a pelo menos um dos seguintes eixos temáticos:

 

– Técnica, ciência e organização do trabalho;
– Estado, regulação e planificação;
– Lutas, conflitos e resistências

– Arte, cultura e consumo.

 

Estas comunicações (Max. 20 minutos) poderão abordar aspectos específicos (como a introdução de métodos tayloristas numa fábrica ou sector produtivo, o conteúdo de um contrato colectivo de trabalho, um plano de estabilização de salários e preços ou uma greve com ocupação do local de trabalho) ou problemas mais amplos (como a própria caracterização e interpretação destes paradigmas). Serão particularmente bem-vindas as comunicações que correspondam ao cruzamento de mais do que um eixo ou que problematizem a relação/transição entre um paradigma produtivo e outro.

 

As propostas de comunicação deverão ser enviadas para [email protected], acompanhadas pelo respectivo título, resumo (Máx. 300 palavras), área de estudos, filiação institucional e endereço de correio eletrónico. O prazo limite para a entrega destes elementos é 31 de Outubro de 2011.

 

Os autores das propostas seleccionadas serão informados até dia 15 de Novembro de 2011, sendo convidados a apresentar os textos das respectivas comunicações até ao dia 31 de Dezembro de 2011. O programa final do colóquio será anunciado em Janeiro de 2012.

 

As línguas oficiais da conferência serão o português e o inglês.



International Conference

«Fordism and post-fordism: cycles and transformations in contemporary society»

New University of Lisbon, Faculty of Social and Human Sciences

10th and 11th February 2012

The development of capitalism throughout the 20th century has accelerated the pace of transformations in the field of production, with a far-reaching impact upon several domains of social activity: from school to work, from family ties to state institutions. The existence of economical cycles tied to the development of technical, political and social paradigms has therefore captured the attention of many researchers, who have categorized historical periods according to a series of axes: the predominant forms of relation between labour and capital, the industrial sectors that push economical growth and the technological innovations with the greatest impact on the productive process.


In this context, the term “Fordism” has been put forward to frame the historical period emerging in the first half of the 20th century and characterized by the massification of both production and consumption, highly developed processes of mechanization, rationalization and standardisation embodied in assembly lines, the central role of the automobile and petrochemical industries, sophisticated techniques of regulation of work conditions and growing state intervention in economic activities.


The term “Post-Fordism”, in turn, has been used to define the ensemble of transformations occurring, since the 1970’s, in spheres such as the organization of labour, the nature of state intervention and the technological paradigms applied to production. Different notions have emerged, aiming to characterize such transformations. “Neofordism”, “lean production”, “Toyotism”, “Late capitalism”, “Biopolitics” or, more recently, “Informationalism” and “finance-dominated accumulation regime” are some of them. The term “Post-Fordism”, however, has been widely accepted in specialized literature because it leaves room for the plasticity of a multidimensional process in permanent evolution.

This conference aims at questioning the logics and dynamics of both paradigms, the historical contexts of their emergence, the shifts they represented and the conflicts they shaped. It is open to researcher looking to present papers dealing with at least one of the following subjects:


–          Technology, Science and organization of labour;

–          State, regulation and economic planning;

–          Labour struggles, social conflict and resistance;

–          Culture, leisure and consumption.

 

These papers (Max. 10 pages/20 minutes) may address specific subjects (such as the introduction of taylorism in a factory or industrial branch, the settings of a collective bargain, a plan to stabilize wages and prices or a strike, for example) or wider problems (like the characterization and interpretation of the paradigms themselves). Papers that address more than one of these subjects or the transition between both paradigms will be particularly welcomed.

 

 

Paper proposals must be sent to [email protected] and should include: title, abstract (Max. 300 words), study field, institutional affiliation and e-mail address. The deadline for proposals is October 31st 2011. The authors of the selected proposals shall be notified until November 15th 2011, and invited to send the texts of their papers until December 31st 2011. The final program of the conference shall be made public in January 2012.

 

 

The conferece’s official languages will be portuguese and english.

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