Frente à violência policial, mesmo com temor, não há resignação; ao contrário, as vítimas transformam sua dor em resistência, em luta. Por Comitê Goiano pelo Fim da Violência Policial.

Este debate teve um prolongamento involuntário, que confirma a pertinência de tudo o que aqui foi debatido. Veja aqui. Passa Palavra

Goiás é um dos estados mais violentos do Brasil, em que há mais mortos e desaparecidos pela Polícia Militar no atual regime democrático do que em toda a Ditadura Civil-Militar. No estado os movimentos sociais são criminalizados, manifestações são repreendidas ou até mesmo impedidas de acontecer, devido a abusos policiais. A população em geral – principalmente os moradores das periferias e os negros, como no restante do país – é vítima em potencial da cotidiana violência legalizada do estado. Vítimas não só do descaso e omissão do poder público, mas também do seu aparato armado. São vítimas de violência física e psicológica e, no seu limite, de execuções e assassinatos.

Não obstante, a impunidade é praticamente absoluta, o que torna ainda mais cruel essa violência. Em Goiás, a população vive submetida ao medo, não sabendo a quem recorrer, e continua assim vítima do descaso do estado, de sua impunidade e de sua violência. Mas, frente a todos esses problemas, mesmo com temor, não há resignação; ao contrário, as vítimas transformam sua dor em resistência, em luta.

É com este objetivo, e para intensificar a troca de experiências, que o Comitê Goiano pelo fim da Violência Policial e militantes autônomos de Goiânia realizam debate público com a presença de integrantes dos movimentos Mães de Maio, de São Paulo, e Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência, do Rio de Janeiro, no dia 17 de outubro, na Casa da Juventude (CAJU), às 18h30 [22h30 de Portugal].

A Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência reúne diversos grupos que resistem à ação violenta do estado, incluindo as Chacinas da Candelária, do Borel e de Acari. O grupo Mães de Maio é fruto da resistência de familiares das vítimas da chacina de maio de 2006 ocorrida em São Paulo, quando a polícia executou, em uma semana, quase 500 pessoas a esmo. Em Goiânia, o Comitê pelo fim da Violência Policial busca politizar as execuções praticadas por policiais e desaparecimentos após abordagem policial, reunindo familiares de vítimas que buscam justiça nos tribunais do estado e/ou que lutam pela federalização de investigações.

Com o encontro, o Comitê pretende fortalecer sua articulação com grupos afins de outros estados, numa ação conjunta contra a impunidade policial e pelo fim da violência empregada pelo estado contra suas populações, em especial as populações negras, periféricas, e contra a militância política de oposição às injustiças.

O debate contará com apresentações culturais de abertura e encerramento e terá espaço para manifestação, troca de relatos e experiências de resistência.

Video streaming by Ustream

Para maiores informações sobre os grupos consulte:

http://www.redecontraviolencia.org/

http://maesdemaio.blogspot.com.br/

http://www.casadajuventude.org.br/index.php?option=content&task=view&id=1638&Itemid=2

11 COMENTÁRIOS

  1. Olá pessoal, acho que a transmissão está pesada, o vídeo está cortando. Tem como diminuir a qualidade da transmissão, pra pelo menos ouvir melhor?

  2. Marcio,

    existem outras pessoas que estão assistindo ao debate e passando informações sobre a qualidade da transmissão. Dizem que está tudo bem. Talvez pode ser sua conexão.

  3. Estou acompanhando o debate, mas eu queria perguntar para a mãe de São Paulo como elas fazem a articulação da luta com as vitimas da violencia em sp?

  4. Olá pessoal do Passa Palavra,
    Estou acompanhando o debate aqui do Rio de Janeiro.
    Queremos mandar um grande abraço para as companheiras do Comitê Goiano pelo Fim da Violência Policial, Mães de Maio e Rede de Comunidades contra a violência.
    Através do Jornal A Nova Democracia, acompanhamos e divulgamos os casos de violência policial em todo o país e também as ações de resistências das famílias. O Jornal sempre será uma tribuna aberta para vocês.

  5. Olá pessoal do Passa Palavra,
    Estou acompanhando o debate aqui de Caldas Novas.
    Queremos nos unir a dor das mães que perderam seus filhos e não se calaram, parabéns para as companheiras do Comitê Goiano pelo Fim da Violência Policial, Mães de Maio e Rede de Comunidades contra a violência.
    Parabéns também para o Jornal A Nova Democracia, fazendo o verdadeiro papel de uma imprensa compromissada com a justiça social, divulgando os casos de violência policial em todo o país e também as ações de resistências das famílias. A sociedade deve se unir a dor destas mães e sempre usar esta tribuna aberta.

  6. Um já está querendo sair dali numa guerrilha…Luta armada? “E o movimento estudantil? é para que? para fumar maconha…” boa.

  7. Essa discussão traz conteúdos que precisamos enfrentar e aprofundar como foi dito pelas companheiras – Mães de Maio e Rede de Comunidades fizeram e fazem, precisamos desnudar os nossos olhos e compreender que a indiferença e a invisibilidade não nos trará conforto e muito menos respostas, precisamos sim unirmos forças e trazer para o nosso cotidiano essa luta. Parabenizo a tod@s que estão de mãos dadas em busca da mudança:Comitê Goiano pelo Fim da Violência Policial, Mães de Maio e Rede de Comunidades contra a violência. Saudações, Railda Martins MMMR-GO; SMS; Rede de Atenção a Crianças, Adolescentes e Mulheres em Situação de Violência de Goiânia.

  8. parabens ao pélo debate e muita força ao passa palavra pela oportunidade que nos deram com essa transmissão

  9. Olá, eu estava presente no debate. Gostaria de saber se poderiam me fornecer uma cópia do vídeo, não estou conseguindo contatá-los via email.

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