No início de janeiro, a reportagem de AND foi ao morro Santo Amaro, na zona sul do Rio de Janeiro, para apurar uma denúncia veiculada nas redes sociais na internet de que a Força Nacional de Segurança estaria impondo toques de recolher na favela. Os militares ocuparam o Santo Amaro em maio do ano passado com o suposto objetivo de combater o consumo e a venda de crack na região. Contudo, a medida do gerenciamento Dilma se estendeu por oito meses, transformando-se em uma extensão das UPPs — as Unidades de Polícia Pacificadora.Localizado nas encostas dos morros Nova Sintra e Santa Tereza, o Santo Amaro é dono de uma das mais belas paisagens da cidade. A favela é a única no bairro do Catete, um dos mais tradicionais do Rio de Janeiro e que, um dia, já abrigou a sede do governo federal no conhecido Palácio do Catete. Em maio do ano passado, a favela foi ocupada pela Força Nacional depois de um convênio firmado entre o gerenciamento Cabral, o Ministério da Justiça, e as secretarias Nacional de Políticas sobre Drogas e de Segurança Pública. A Força Nacional de segurança é integrada por militares de todo o Brasil e é considerada a seleção dos melhores poliais do país. O convênio previa a intervenção militar somente para o combate ao crack e, inclusive, a criação de um centro de reabilitação para dependentes químicos no local. No entanto, meses depois, nada foi feito. Dependentes de crack e traficantes varejistas fugiram para outras localidade e milhares de trabalhadores continuaram no morro vivendo suas vidas, agora, com a presença ostensiva da Força Nacional, que segundo denúncias, estaria impondo um regime de esseção à população da favela. Acompanhada de um representante da associação de moradores, nossa equipe visitou dezenas de bares, onde comerciantes acusaram militares de, todas as noites, levarem a cabo toques de recolher. Acompanhada de um representante da associação de moradores, nossa equipe visitou dezenas de bares, onde comerciantes acusaram militares de, todas as noites, levarem a cabo toques de recolher. Com isso, bares, tendinhas e biroscas estariam sendo obrigados a fechar as portas a partir das dez horas da noite. Segundo alguns moradores, as ordens da Força Nacional para interromper festas particulares acontecem a qualquer hora do dia. Além disso, bailes funk estariam proibidos desde a chegada da polícia ao morro Santo Amaro. Algumas denúncias dão conta de agressões e humilhações contra a população da favela. Dois moradores que conversaram com nossa reportagem contaram os momentos de terror que viveram durante uma revista policial em um dos acessos ao Santo Amaro. As vítimas teriam passado por horas de humilhações, agressões e ameaças e ainda teriam sido presas arbitrariamente. As denúncias eram intermináveis, assim como as lamentações pela dura vida de quem mora nas favelas e bairros pobres militarizados pelo Estado reacionário.

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