Por Eduardo Sousa

 

A luta contra a homofobia e pelo respeito à diversidade sexual e em defesa dos direitos humanos negados aos homoafetivos não é uma luta particular dos gays, muito menos uma luta opcional.

A causa LGBTT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros] é embasada na violação dos direitos humanos e civis dos gays e lésbicas, é fundamentada no posicionamento político contra a dominação de gênero e a opressão de classe. A mesma está diretamente ligada à luta de classe. Afinal, a classe trabalhadora não é composta apenas de heteros.

Passa diretamente pela luta de emancipação humana e pela sociabilidade humana onde todos e todas possam desenvolver de forma livre suas potencialidades humanas. Marx defendia a emancipação humana e dizia que a sociedade que queremos é uma sociedade em que o gênero humano pudesse evoluir nas suas capacidades de maneira plena e livre.

Sem falar que a família monogâmica e o patriarcado são pilares de sustentação da exploração capitalista.

A bandeira LGBTT faz parte da totalidade das lutas da classe trabalhadora e do projeto de emancipação humana, pela construção de um mundo melhor, justo, igualitário, fraterno e totalmente livre das opressões.

Então, não é a causa gay, o movimento gay ou a bandeira gay que está em jogo, mas a luta pela liberdade, pelos direitos negados historicamente pela sociedade patriarcal, machista, conservadora e heteronormativa.

É a causa de todos e todas, ou pelo menos deveria ser, dos militantes socialistas ou dos que lutam pela transformação da sociedade. Pois não há e nem é uma sociedade socialista se ela tiver enrustida de preconceitos, machismo, racismo e homofobia.

O argumento utilizado por alguns da “esquerda” é que temos primeiro que lutar pela emancipação política e econômica da classe e depois, num processo revolucionário, ir extirpando os valores dominantes herdados pelos modelos de sociedades anteriores. Argumentam também que o movimento LGBTT é multiclassista, o que se configura como um grande equívoco, pois a militância LGBTT de um modo geral é da classe trabalhadora pobre e classe média. Os gays ricos não precisam militar, pois os mesmos compram seu “respeito”.

Historicamente a esquerda sempre fez alianças com a direita ou setores estratégicos sobre o argumento da correlação de forças ou acúmulo de forças. Essa indiferença de alguns dirigentes políticos em relação ao movimento LGBTT não seria indício de valores burgueses conservadores e “moralistas”, herdados historicamente no processo de construção social, cultural e religioso da sociedade e, consequentemente, dos indivíduos? Pois são as lutas contra as opressões e superação dos preconceitos que devem caminhar juntas com a luta política e econômica. Aliás, estão totalmente interligadas, os valores antirracistas, antimachistas e anti-homofóbicos devem germinar nas consciências dos trabalhadores e trabalhadoras como parte integrante do processo de libertação humana e, principalmente, da construção de novos homens e mulheres, que serão construtores desse novo mundo.

Nesse sentido se faz necessário dar visibilidade à luta LGBTT, assim como damos à luta contra o agronegócio, agrotóxicos, latifúndio, pela reforma agrária, pela emancipação politica das mulheres, dos índios, negros, operários, camponeses e tantas outras bandeiras e sociabilidades que defendemos.

O fato de não termos no Brasil um movimento LGBTT de esquerda forte não nos dá o direito de não apoiarmos a causa ou não darmos visibilidade ao debate. Aliás, essa é uma forma cruel e homofóbica, não abrimos nossos espaços para nos apropriamos do debate numa perspectiva transformadora e esclarecedora.

Não podemos esquecer os invisíveis lutadores e lutadoras que estão na trincheira da luta de classes em nossas organizações, segurando as várias bandeiras de luta anticapitalistas. Os invisíveis são homoafetivos, nossos camaradas, e constroem a luta conosco, que muita das vezes apenas se conformam com a aceitação na organização; como se as organizações estivessem fazendo um favor, quando na verdade é nosso dever como lutadores e lutadoras do povo. É o nosso dever revolucionário fazer mais do que aceitar nossos camaradas na organização ou em tarefas de direção.

Poderíamos pelo menos começar estudando, refletindo e dando visibilidade à causa dos invisíveis. Afinal, a opressão homofóbica é responsável, em cada ano, por mais de 200 assassinatos de gays no Brasil, um a cada 36 horas. Ressalte-se que são estatísticas midiáticas (o que a imprensa registra); se somassem os crimes anônimos esse número duplicaria.

Sem falar nas centenas de suicídios, no índice de gays com depressão ou estado de loucura, no alto índice de desistência na escola por bullying homofóbico. Mais de 80% de travestis vivem na extrema miséria e na prostituição. E os milhões de homoafetivos que vivem recuados, escondidos, constrangidos e amedrontados e convencidos que podem até ser gays, mas têm que seguir um padrão moral da sociedade heterossexual. E começando por ser “discretos’’, de preferência masculinizados, pois gays afeminados, travestidos chamam muita atenção. Lésbicas masculinizadas são um horror, fogem de todo padrão “feminino”. Se puderem ficar no armário a sociedade heteronormativa agradece, se não, pelo menos se comportem.

Sem falar da negação dos direitos civis, união civil, aposentadoria, partilha de bens, crédito conjunto e todos os direitos que um cidadão tem. Será que nossa homoafetividade e nossa forma de amar tirou nossa cidadania? Se sim, é inadmissível que o sistema capitalista só não tirou o dever de pagarmos nossos impostos de forma igualitária em relação aos heterossexuais. Mas alguns religiosos tiraram até o direito de sermos filhos de Deus ou de irmos ao paraíso.

Não somos culpados por sermos homofóbicos, machistas, racistas. Afinal, esses preconceitos são fruto das ideias dominantes, anteriores ao capitalismo e que só se fortalecem com ele. Porém, é nosso dever militante extirpá-los de nossas práticas, comportamentos, discursos e combatê-los com todo rigor revolucionário. E fazer o debate, estudo, reflexão, por ser o início do caminho.

E seguindo essa lógica, a sociedade capitalista que herdou os preconceitos de suas antecessoras, para nos compensar, cria bares, revistas, shoppings, cruzeiros, filmes, agência de viagem, sites, cinemas, saunas, becos e ruas, empresas e quem sabe até um cemitério para que possamos enterrar nossos mortos assassinados pelos homofóbicos.

Mas o contraditório é que até o Estado capitalista, que por natureza é excludente, tem reconhecido os direitos civis dos homoafetivos a partir da luta. Será que é fruto da pressão política e popular da luta LGBTT ou porque quer agradar seu público consumidor em nome de uma lucratividade, os quais lotam periodicamente as várias capitais do mundo, gerando inúmeras possibilidades rentáveis ao mesmo capitalismo monopolista?

E a esquerda? E os movimentos populares, sociais e revolucionários onde estão? O que estão fazendo? Salvo alguns movimentos e partidos que mesmo que de forma pontual e ainda tímida já se atêm a essa questão. E, claro, as milhares de ONGs que em sua maioria não nos ajudam a emancipar a comunidade LGBTT e suas vítimas das inúmeras opressões, mas por outro lado contribuem para amenizar as situações críticas deploráveis vividas pelos mesmos.

Por tudo isso é que não temos o direito de termos um comportamento homofóbico. Seria uma prática contraditória e incoerente com os nossos ideais revolucionários, libertários e de transformação, seria o oprimido se comportando como opressor.

Não é uma guerra sexista, ou de homos contra heteros, ou vice versa, mas sim uma guerra contra todas as formas de dominação, ou melhor, toda forma que sujeita, que inferioriza, que tira a dignidade humana. Por isso não te dou o direito quando me negas o direito, pois a tua homofobia nega o direito fundamental aos homens e mulheres à Liberdade.

A luta da Diversidade Sexual é transversal nas classes sociais, mas é preciso trazermos essa luta para a centralidade de classe e com o referencial socialista-comunista. Não devemos ficar indiferentes. Afinal, as classes trabalhadoras e o operariado, assim como o campesinato, são heterogêneos na sua orientação sexual e orientação de gênero. O movimento histórico da luta LGBTT sempre sofreu com a discriminação e o distanciamento da esquerda. Erro gravíssimo e extremamente contraditório para qualquer processo revolucionário da classe trabalhadora. É preciso corrigir esses erros e aglutinar as lutas populares e específicas não menos importantes para o nosso objetivo estratégico do que é o socialismo.

É importante que nos desnudemos dos nossos preconceitos dominantes e de nossa forma dogmática e doutrinária e às vezes esquerdista de interpretarmos a luta de classes e o processo de libertação da classe, sem falar de uma visão meramente estreita, por isso não dialética e economicista. A libertação da classe trabalhadora não passa apenas pela a emancipação econômica, e sim por todas as formas de opressão e exploração. Com o capitalismo é impossível rompermos com a homofobia. Assim com homofobia não há socialismo. Ou seria um “socialismo heteronormativo”?

Quanto a nós, lutadores e lutadoras do povo, somos convocados ao dever de sermos sujeitos transformadores e construtores das ideias libertárias de emancipação humana, de unirmos nossas forças coletivas em prol da liberdade dos homens e mulheres, heterossexuais, homoafetivos. Como também dos sem terra, pequenos(as) agricultores(as), operários(as), índios(as), negros(as), atingidos por barragens, pessoas portadoras de necessidades especiais, enfim da classe trabalhadora brasileira e mundial.

Somos convocados ao dever de levantarmos nossas bandeiras, vermelhas, brancas, verdes, lilás, pretas e coloridas para apontarmos para uma única bandeira, a da liberdade, a do socialismo, da revolução contra as opressões de classe, gênero e identidade.

Somos convocados ao dever de alicerçamos a nova sociedade livre dos preconceitos, da discriminação, do machismo, da homofobia, do racismo e do capitalismo. Pensemos no legado de Che aos seus filhos — ”acima de tudo, sejamos capazes de sentir qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, essa é a qualidade mais linda de um revolucionário”. E seu conselho a nós: “A revolução será feita pelos homens e mulheres, mas é preciso forjar a cada dia nosso espírito revolucionário”.

Enfim, somos convocados a construirmos “um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”, como disse Rosa Luxemburg.

Nota sobre o autor

Eduardo Sousa é aluno do Curso de Licenciatura em Educação do Campo na FAFIDAM–UECE e militante do Setor de Gênero e Formação do MST-CE.

18 COMENTÁRIOS

  1. Caro Eduardo,
    O seu artigo é corajoso, mas o assunto é demasiado importante para ser tratado com as palavras que você usou. Você escreveu sobre o sexo, sobre o desejo sexual e a liberdade do desejo, mas fê-lo de uma maneira totalmente assexuada. O que aqui leio é uma sucessão de chavões políticos gastos pelo uso, palavras sem veemência. O resultado é a pior das contradições que pode haver numa obra, a forma ser antagónica do conteúdo. Deixe o desejo livre, num texto que defende a liberdade do desejo. Peço-lhe — na próxima vez que escrever sobre este tema lembre-se do que está em causa e das palavras necessárias, porque se trata de pele e cheiros e caralhos e cus e línguas e bocetas e, claro, de mãos, porque sem mãos nada existe. Se não gostar destas palavras, há ânus, vaginas e pénis. E se os seus chefes políticos ficarem com os cabelos em pé e disserem que não pode ser, responda-lhes com a única frase sincera que se encontra no seu artigo: «Se puderem ficar no armário a sociedade heteronormativa agradece, se não, pelo menos se comportem». Os chavões foram o armário onde você escondeu os desejos.
    Há outra coisa ainda. A superação do sexismo já se fez há muito na elite das classes dominantes e está hoje praticamente alcançada nos meios mais amplos dessas classes dominantes. É entre os trabalhadores que o sexismo não foi superado. Não é o capitalismo que reproduz o sexismo nem que necessita dele; pelo contrário, o capitalismo soube e sabe lucrar com a legalização da homossexualidade e tudo o mais. Qualquer estudo económico prova isso. Porém, exceptuando raros casos, como na Alemanha durante a república de Weimar, as manifestações de machismo e sexismo têm sido sobretudo fortes entre os trabalhadores. É entre eles, muito mais do que nas classes dominantes, que reina o moralismo. Este é um dos grandes problemas que temos de enfrentar, mas para isso não devemos iludir-nos uma vez mais e julgarmos que tudo está resolvido quando se impõe o novo vocabulário do politicamente correcto.

  2. Sempre fiquei bastante curioso com relação a prática política do PSTU – uma peça arqueológica que deveria ser tombada – no que diz respeito a uma aparente sensibilidade para a questão da causa LGBTT, em especial no seu campo de juventude, a ANE-L. Alguém se arrisca?

  3. Camarada,
    João!
    Com Respeito e a Respeito a Sua Opinião sobre o Texto!
    Fico grato pela as suas Contribuições e Criticas. Apesar Do todo não Concordar.
    As Suas Reflexões são de Extrema Importância, sobre o Moralismo, sexismo prevalecer na Classe trabalhadora e na Esquerda e já se está em processo de superacão(mais não totalmente superado) nas Classes dominantes. Acho que disse isso por trás dos Símbolos das palavras, das Fraseologias, e Chavões que muita das Vezes sintetiza o Pensamento. O capitalismo soube muito bem se aproveitar da Luta dos HOMOAFETIVOS Para lucrar, se Promover. Mais dizer que ele não precisa da Homofobia, da heteronormatividade para continuar seu parasitismo. É um Equivoco. Imagine uma Sociedade onde não precisaremos (nos os gays) comprar, o direito de ir e vim, lazer, boates, revistas, sites, serviço especializado, marcas, e sexo e etc… E em que o Capital lucraria com a “legalização da homossexualidade” A Pergunta é quem pode acessar isso? Para mim é logico que não é a Classe trabalhadora pobre, operaria, camponesa, e negra. E Para Mim fica mais claro ainda que a Causa LGBTT, é justa, necessária, e passa diretamente pela a nossa luta pelo o Socialismo-comunismo e consequentemente pela a emancipação Humana. Por isso não se resume a sensibilidade ou uma luta particular dos gays. Por ultimo esse ensaio a qual não o reivindico, e nem considero uma obra aprofundada sobre o tema, e sim uma reflexão, cheia de meu vocabulário gay, e do modo como eu falo e consequentemente influencia meu modo de escrever. Minha intenção e me parece que consegui é provocar o debate em torno da diversidade sexual, trazer essa questão para a centralidade de classe, para o nosso referencial de Sociedade. E numa perspectiva marxista. Mesma que de forma ainda tímida e superficial. Não uso, as palavras, cu, pênis etc., e nem sei se é necessário usa-la em um texto em que o tema já é visto com muitos tabus, preconceitos, inclusive e lamentavelmente pela a militância. Não as usei por precaução, e não por moralismo, ou porque esteja escondendo meus íntimos desejos. Mais taticamente não posso impedir que as Pessoas que ainda estão imbuídas de tabus e moralismo-cristão/burguês não tenha acesso a esse debate “assustadas com palavras, que ainda para elas são palavrões”. Não escrevei essa reflexão para mim e sim para que outras pessoas leiam e reflita. Por isso que às Vezes se faz necessário andar lento. Mais andar! ou como você mesmo diz se “esconder pelo o politicamente correto” Mais sou grato e convirjo em muitas coisas com suas colocações e tenho divergência com outras. É preciso aprofundamos o debate, e elaboramos sobre a temática e tiramos esse tema do Vazio teórico, em que ela está e mais do que isso se apropriamos e fortalecemos a luta específica, com nosso objetivo estratégico que creio que deve ser o mesmo que o seu, que é o Socialismo da igualdade na diversidade (mais um chavão) rsss. Kk
    Provavelmente eu não me fiz entender na minha pobre, mas ousada e rebelde escrita, pelo menos para você. sobre as minhas reais intenções, que não é de me promover como um grande pensador, intelectual marxista, escritor, literário e coisas do tipo. Estou ainda distante disso e nem tenho essa pretensão. E sim partilhar uma Reflexão questionadora sobre a luta da Diversidade Sexual, sem dogmatismo, esquerdismo, moralismo, Cooporativismo e longe das ideias pós-modernas hegemônica no movimento LGBTT.
    Não sei se a Minha Resposta está à altura de sua Critica ou se apresento argumentos suficientes para satisfazê-lo ou fazê-lo pensar. Mais no Tempo que tenho agora é a única que eu posso dar. A Esquerda e seus militantes e intelectuais está Tardia nesse Debate e a literatura marxista é vazia dessa temática. Ora afastada pelo seu dogmatismo esquerdista e ortodoxo. Ou Mesmo por uma visão patriakal conservadora, Machista e Homofóbica. Ou por puro desinteresse.
    O que está em debate não são os Limites Literários do meu texto. Por mais que eu ache importantes essas Contribuições, e sim dar Visibilidade a Um debate esquecido por Nos Lutadores e Lutadoras das Causas Populares e da Revolução Socialista.

    Mais estou escrevendo outros ensaios sobre:
    As Relações Capitalistas na diversidade Sexual.
    Homofobia na esquerda!
    Uma Critica as Paradas GAY.
    Sem Duvidas vou querer suas opiniões e suas Criticas que no Geral são valiosas, mesmo que algumas vezes, agora em minha opinião são ofensivas e exageradas.
    Abraços Socialista e Colorido!
    Eduardo Sousa-MST/CE / Militante da luta LGBTT.
    E debate segue…. desde que seja em Torno do tema em que proponho a provocar!!

  4. O patriarcado é anterior ao capitalismo!
    Falar que “a superação do sexismo já se fez há muito na elite das classes dominantes” é o mesmo dizer que as classes dominantes “superaram” o capitalismo. O sexismo é fruto de um sistema!

  5. ” O ‘homossexual’ só deve lutar pelo direito de viver plenamentea sua sexualidade, sem que ela seja ‘aceita por ninguém – o que só pode acontecer quando a forem criadas condições para que a recusa já não seja uma alternativa. Não há sentido em falar de aceitação ou de recusa da homossexualidade. Lutar pela aceitação é, também, lutar pela contrapartida, a recusa”[…] a ‘minoria’ homossexual, o hossexual-entidade é uma ação modeladora do Poder. Ou seja, do Poder de uma Classe – a burguesia. O poder não deve ser entendido como ação de um grupo, indivíduo ou casta. O Poder é sempre o poder de uma classe exploradora, que precisa exercer a dominação para manter a exploração.”

  6. Salomão,
    em meu tempo de USP eu conheci um militante LGBTT do PSTU. Faziam campanha anti-homofobia por meio da Consultas em eventos como a Virada Cultural.
    Desconheço a prática do dia a dia do partido, mas em temas contemporâneos como a luta gay, feminista, antiproibicionismo eles parecem estar acompanhando a “esquerda progressista” e os valores das lutas alternativas muito mais do que algumas tendências do próprio PT.

  7. O pstu é dos partidos que mais avançou na discussão LGBTT. e AINDAM OU ACUSAM DE ESQUERDISTA? MEU PARABENS E TODO RECONHECIMENTO A ESSE PEQUENO MAIS GRANDE POLITICAMENTE PARTIDO.

  8. Se o patriarcado é anterior ao capitalismo, mantém-se como uma parte constituinte indispensável do capitalismo e só pode ser superado quando for superado o capitalismo, então os homossexuais devem esperar o capitalismo acabar para lutarem pelos seus direitos, Alice? É isso que você quis dizer? Atente-se que os grupos que mais radicalmente se opõem aos direitos dos homossexuais são os grupos religiosos que ocupam o parlamento e cargos importantes no Estado, mas que eles o fazem tão somente para obter legitimidade entre as classes subalternas. É só ler as notícias. Enquanto o alto escalão do Vaticano organiza para si uma rede de prostituição homossexual, os católicos mais fervorosos das classes subalternas são intolerantes quanto ao assunto e ficam horrorizados quando lêem uma notícia dessas ou então preferem não acreditar no que estão lendo. O sexismo só é uma das bandeiras de luta dos políticos conservadores porque ele confere grande legitimidade a estes políticos no seio das classes subalternas. Além do mais, onde é que ocorrem os numerosos casos de violência contra os homossexuais? Em meio às nossas elites? Confiram a notícia sobre o Vaticano neste link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,dossie-levou-papa-a-renuncia-diz-jornal-,999901,0.htm

  9. Olá Fagner, é sintomático que ao falarmos em “sexismo” prestamos atencao ao “capitalismo” e nao ao “patriarcado”. surreal também porque grande parte da luta homossexual se deve a luta feminista… ao falar em “sitema” me referia ao capitalismo, mas principalmente ao patriarcado! mas enfim, infelizmente nao terei bastante quorum neste site e as vezes sinceramente dá preguica:) Abraço

  10. A despeito da grande vontade que demonstra no decorrer do texto de tocar, mesmo que tangencialmente, o tema do governo dos corpos e, em última instância, da biopolítica, o texto ainda oferece um posicionamento tacanho a respeito de práticas normalizadoras do sexo, da sexualidade (enquanto dispositivo de controle) e de demais problemas de gênero; um posicionamento não estranho à pauta dos movimentos políticos institucionalizados de ‘esquerda’. Se ainda se fala na supremacia opressiva advinda do patriarcado, acho que muito precisamos avançar, partindo da consideração que a heterossexualidade agencia subjetividades, que heterossexualidade funciona como regime político. O poder, e mas que nunca torna-se evidente, não opera seus mecanismos a partir de um binômio supressão/liberação – o poder é uma máquina producente, também localizado nos corpos biopoliticamente determinados, na caça pelos saberes médicos em forjar a verdade sobre o sexo, nas práticas sexo-afetivas transviantes. Talvez aí um certo abandono precise ser feito: luta pelo fim do regime heterocapitalista não esta diretamente ligada às outras pautas de emancipação da classe trabalhadora – essas coexistem em uma relação perigosa.

  11. Apesar de discordar da maneira como alguns pontos foram levantados no texto, devo parabeniza-los pela discussão! Um debate sobre o preconceito, seja ele qual for, é sempre válido e estimulante!

    Abraços libertários!

  12. joão bernardo.
    tão cheio de preconceito, que até o conceito óbvio e notório em que Eduardo escreve, lhe passa ao longe. descabido comentário, divergir de um texto correto e limpo. verdadeiro e serio.
    não se diz a que veio, qual sua opção. palavras amargas e notoriamente raivosas. quando falas as palavras desnecessárias, é puramente para agredir. podemos sim usa las, mas nesse caso não há necessidade. só quis chocar.

  13. falar em par tido em época tão acalourada, onde surgem em demasia posições e fatos concretos, seria por hora deixar de se lamentar a situação caótica e a barbárie instalada. se esse ou aquele tem a melhor bandeira quanto ao assunto em questão, não cabe no momento louvores, mas sim, discussões sem puxar brasas.

  14. Muito Obrigado Roseli,não porque gostou do texto mais pela clareza em que vc se posiciona em relação a tematica. e que consegue ir para alem das pequenas coisas. Representadas muitas das vezes por uma postura esquerdista-anarquistas. que não consegue dar o verdadeiro foco das Discussãoes.
    acho que não importa o partido ou organização ou movimento que esteja discutindo sobre a diversidade sexual. e sim que discutam com Centralidade de Classes e localizando o debate na luta politica,social na Luta de Classes e se discuta com relacionando com a nosso projeto de Sociedade que sem sem duvida deve ser anti-capitalista,anti-patriakal, anti-racista, anti-machista, e anti-homofobica e Socialista. bjsos coloridos e diversos! Eduardo Sousa- militante da luta da diversidade sexual

  15. Cordame de Notrecunda e Caboracelhota formavam uma bizarríssima díade o[m]nipaneroticarruaceira e – segundo narra Don Camungo, prosopoeta & patafísico – abominavam o ‘politicamente correto’.

  16. O autor afirma que:

    “a opressão homofóbica é responsável, em cada ano, por mais de 200 assassinatos de gays no Brasil, um a cada 36 horas.”

    São dados arbitrários. É impossível aferir quantos homicídios foram causados por opressão homofóbica e quantos o foram por outras motivações, por exemplo, por razões passionais, onde um parceiro homossexual mata o outro por ciúmes.

    Mas o objetivo principal do texto é unir as pretensões de classe às pretensões do movimento GLBT, o que está errado em sua base e, a meu ver, se fundamenta numa concepção equivocada de socialismo.

    Diz o autor:

    “Não é uma guerra sexista, ou de homos contra heteros, ou vice versa, mas sim uma guerra contra todas as formas de dominação, ou melhor, toda forma que sujeita, que inferioriza, que tira a dignidade humana”

    Bastará então identificar focos de dominação para encontrar os focos de ação revolucionária. Sendo que “dominação” é entendida em sentido amplo, abarcando qualquer tipo de violência simbólica, bastará que se aponte alguma relação social que contenha algum elemento simbolicamente opressivo para se motivar a intervenção revolucionária ali. Como isso pode ser feito em todos os âmbitos da sociedade, a revolução se dará necessariamente em todos eles.

    Isso pode parecer uma vantagem, mas não é; dilui as pretensões de classe, e prejudica as reivindicações relativas a situações de opressão material em detrimento das suas correspondentes relativas à opressão simbólica. A opressão do trabalhador é material, além de matemática e economicamente demonstrada; a do homossexual se baseia em signos lingüísticos, culturais e comportamentais; elementos abertos e variáveis de acordo com as circunstâncias em geral. Não existe contradição estrutural entre a opressão do homossexual e o sistema econômico que chamamos capitalismo.

    As pretensões do movimento GLBT podem até certo ponto ser legítimas, mas não devem se identificar com a causa socialista. Elas se baseiam em lógicas distintas. Tanto que o Estado capitalista pode muito bem absorver as reivindicações do movimento GLBT.

  17. ASSUNTO POLEMICO EM DEMASIA. CONCORDÂNCIA E DISCÓRDIAS REINANTES.
    O QUE MAIS SE TORNA PERTURBADOR, É A DIFICULDADE PELO PRÓPRIO HOMOSSEXUAL ESCLARECER O QUE PARA MIM É CLARÍSSIMO.
    NASCER HOMOSSEXUAL, É FATO. COMO VIR A MUDAR DE LADO MAIS TARDE, É ASSUMIR SUA BISSEXUALIDADE, ANTES MEIA DENTRO E MEIA FORA DO DITO ARMÁRIO. EXPRESSÃO CHULA, PARA TRANSMITIR A INSEGURANÇA E O MEDO DA REPRESSÃO.
    FATO SIM, É QUE O TEXTO ESTÁ BEM ELABORADO, COM EXPOSIÇÃO DE IDÉIAS CLARAS E TRANSPARENTES. AMEI DEMAIS, O CAPITALISMO NÃO VEIO PARA BRINCAR DE CASINHA OU MÉDICO, SIM, PARA EXPLORAR A CLASSE TRABALHADORA, QUE SEMPRE VENDEU SUA FORÇA DE TRABALHO A PREÇO MÓDICO, PARA PODER SUBSISTIR.NÃO CEIO PARA QUERER COLOCAR EM DISCUSSÃO A SEXUALIDADE DE CADA UM, POIS DE FATO NADA LHE TRARIA DE BENEFICIO. HOJE QUANDO O ASSUNTO EXPLODE E FERVILHA DENTRO DE CADA CASA, EM CADA ESQUINA, CONSEGUIRAM COMETER A INFELICIDADE DE OLHOS SEMI ABERTOS, COLOCAR NA DIREÇÃO DO CONSELHO SEI LÁ DO QUÊ O SR INFELIZ INFELICIANO, O QUAL ACABA POR FAZER ESTARDALHAÇO A FAVOR DOS HOMOSSEXUAIS, ONDE SE COLOCA O DEBATE FORÇADO E QUE ESTAVA DORMINDO HÁ DÉCADAS, DEBATE ESSE IMPORTANTE A CADA DIA, PARA QUE SE MOSTRE A SOCIEDADE REPRESSORA E PRECONCEITUOSA DE QUE SOMOS SERES HUMANOS, SOMENTE.
    EDUARDO SOUZA, PRAZER IMENSO EM TE LER.

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