Quais são os mecanismos históricos desenvolvidos para a manutenção do domínio da arte supérflua para entendermos assim os caminhos possíveis a se traçar para uma arte engajada e politicamente combativa? Por Arthur Moura [*]


A música ligeira que Adorno se refere também se modificou historicamente. Ela deixou de ser algo só de um setor da sociedade, abarcando todas as possibilidades da arte. Dessa forma, então, existe hoje um mercado funcional de arte ligeira. A arte ligeira, cabível somente onde há o abandono do pensamento crítico, é o resultado do hiperdesenvolvimento das técnicas e do seu uso mecânico, tornando-o um fim em si mesmo, como também uma superinvestida nos aparatos segregadores das manifestações humanas. O uso das técnicas com um fim em si mesmo já existia no rádio como prática usual. Segundo Adorno,

 “chegou-se a atribuir ao totalitarismo do rádio a tarefa de, por um lado, propiciar entretenimento e distração aos ouvintes, e por outro, a de incentivar e promover os chamados valores culturais, como se ainda pudesse haver bom entretenimento e como se os bens da cultura não se transformassem em algo de mau, precisamente em virtude do modo de cultivá-los”.

Adorno tem razão em relação ao uso das técnicas modernas. E nesse debate também podemos incluir a noção de técnica em Benjamim. Hoje, o rádio não é o maior veículo que sustenta a carreira de um MC. Os grupos independentes já entenderam que não vale a pena gastar muita energia disputando o rádio quando existe a internet como veículo mais viável para a divulgação de suas músicas, clipes, filmes, formação de redes e contatos, venda de produtos como camisetas, bermudas, CDs e DVDs, canecas, chaveiros e todo o tipo de mercadoria. Além, é claro, de ser um veículo onde existe a possibilidade de se eliminar intermediários que antes travavam a autonomia dos grupos. Dessa forma, então, os artistas optam pela independência.

A ideia de uma reforma agrária da música brasileira, que segundo Emicida vem sendo promovida por ele próprio, é muito bem aceita pelo público. Os latifundiários seriam as grandes gravadoras que estariam sendo superadas pelas novas formas de organização de artistas independentes. Mas ser independente e manter uma imagem estável requer do MC ou do grupo arriscar adentrar em setores que teoricamente são criticados por esses mesmos MCs e grupos de forma dissimulada e cínica. E esses canais, obviamente, não comportam a crítica direta contra as suas estruturas de mercado e argumentos nefastos. Por isso, não é problema algum para um MC que deseja adentrar nesse esquema ter a sua imagem atrelada a uma grande empresa ou emissora de TV, como MTV ou rede Globo. Até mesmo os problemas vivenciados pelos MCs se tornam parte do jogo de poder.

Em entrevista, o apresentador pergunta qual foi o maior perrengue que Emicida já passou na vida. Ele diz que, mesmo tendo tido uma vida num bairro muito pobre, a maior dificuldade que ele já teve foi com a sua viagem a negócios aos Estados Unidos, pois quando ele viajou sofreu muito preconceito por parte dos agentes do Estado ao ser barrado no aeroporto. O MC diz que o grupo foi tratado como “traficantes latinos”. Mas, por sorte, o Suplicy o ajudou a entrar na América desejada com mais tranquilidade. Dentre outras questões, a mídia procura explorar os sentimentos do artista e não a sua visão crítica sobre o ocorrido. “O que você sentiu?” Para legitimar o bom convívio entre a mídia burguesa e o rap independente, volta-se novamente ao campo do pessoal, das intrigas e da despolitização do debate. “O que você acha dos rappers que dizem que você se vendeu?” Essa é uma pergunta muito presente não somente em grandes canais, mas também em sites e blogs feitos e gerenciados por pessoas de dentro do rap. A ideia é refutar qualquer concepção contrária à vinculação de artistas independentes com grandes empresas da comunicação ou demais empresas que vinculam historicamente suas imagens a artistas para disfarçar suas verdadeiras intenções.

Aparecer em tais canais é necessário e traz benefícios concretos aos artistas. É importante também estabelecer parcerias para consolidar as redes de interesses. Essas parcerias em nada dialogam com o apoio mútuo. A configuração do mercado nega o apoio mútuo, pois este não depende do prestígio e das distinções sociais. Em outro programa, o entrevistador pergunta como foi trabalhar com a banda Nx Zero.

Emicida – “cara, foi legal pra caramba. Foi bom pra caramba porquenos dois pontos de vista. A gente virou parceiros mesmo, de dar rolé juntos. Pra mim foi muito importante ter uma experiência com uma grande gravadora, com uma estrutura e tal. É bom você ver uma máquina desse tamanho funcionando com música. Porque aquilo pra mim é uma aula de como a gente pode fazer as coisas funcionarem pra gente na rua também.”

Esse é apenas um exemplo rápido de como os MCs reproduzem a lógica do capital. Para Emicida, “o CD é um produto. Tá sendo vendido igual as pessoas vendem coca-cola e armas”. Pensar que a indústria cultural não almeja estabelecer trocas com setores bem sucedidos a essa altura do campeonato seria muita ingenuidade. Emicida foi um dos rappers que mais ganhou destaque no Brasil. Junto dele, antes tinha MC Marechal no Rio (D2 já alcançara prestígio bem antes) e em São Paulo, mais tarde, se revelaria Criolo Doido. Há uma infinidade de outros grupos, alguns já com muito prestígio, como Cone Crew Diretoria, outros ainda angariando espaço em meio a rebarba dessa onda, como Cartel MCs, Kamau, Flora Matos, Pentágono, Filipe Ret e muitos outros.

Os programas direcionados à juventude sempre contam com um apresentador bem humorado, descontraído e fútil. Os apresentadores se apropriam de uma postura mais alternativa e dos códigos de linguagem do rap a fim de estabelecer uma falsa aproximação com o rapper. A construção do rapper acompanha as demandas de trocas simbólicas e de status onde ele está propondo aparecer. A questão não é matemática. É uma construção pautada pelas relações de poder e domínio sobre o outro, onde quem sai em maior vantagem obviamente não é o rap. A conquista, o ser real e verdadeiro, ter um só caminho ou afirmar a rua é noiz são formulações vagas, mas que apesar disso concretizam o objetivo central que é defender o discurso da pureza. A pureza funciona como imunidade social, formulada a partir de estereótipos como também sobre a anulação do outro, visto como um concorrente. Ao outro cabe a desmoralização pública de forma incessante. Por isso, a ética protestante também serve como suporte aos muitos valores resultantes dessa dinâmica de poder.

Assim, segundo Emicida, “acabar com a auto-estima da pessoa” referencia-se pelo exímio controle da força coercitiva. A força de controle domina e anula o outro, não restando dúvida sobre quem é o vencedor e o MC de sucesso. Esse “dom” tão nobre é reforçado pela ajuda de deus, gerando também a confirmação da predestinação. “Deus me fez maior e os que são menos que isso vão ter que falar de mim. Ele me fez maior.” A pedância e a arrogância ganham um ar nobre.

Em mais um programa, o apresentador Antônio Abujamra pergunta:

Leandro Roque de Oliveira, você é de direita moderna ou de esquerda moderna?”

Emicida – “Eu sou o povo, cara. O povo tá perdidinho.”

Antônio Abujamra – “Não. Quem está no meio cai para a direita. Cuidado, a vida não é assim tão vitoriosa como você está.”

Às críticas rasteiras contra Adorno pela sua verificação sobre cultura de massa, resta-nos desenvolver melhor o nosso entendimento sobre o assunto. A cultura como manifestação popular busca estabelecer ramos de contato com diversos campos do conhecimento estabelecendo assim um processo de construção de trocas e transformações nas relações sociais.

Esses traços comumente marcados pela ressignificação da própria linguagem não se resumem na homogeneização das manifestações, assim como não determinam formas de controle sobre o mesmo. Essas linguagens e códigos culturais são os traços que movem todo o imaginário histórico do gênero humano. Como a modernidade foi marcada por intensas revoluções e avanços significativos na possibilidade de transformação dessa comunicação, a cultura encontrou aparatos técnicos que projetou o que se entende por massa em escala global. Dentro do contexto político da luta de classes entre os detentores dos meios materiais e aqueles que não possuem tais meios, estabeleceu-se uma separação entre interesses culturais e uma convenção de massa subordinada às técnicas de reprodução da arte subjugada ao domínio burguês. A nova etapa da consciência musical das massas a que Adorno se refere é justamente marcada pela intensa luta entre os interesses de classes a partir do surgimento do período moderno. A partir da hegemonia padronizada viabilizada pela detenção de meios industriais da produção da cultura pela classe dominante, entende-se a cultura de massa como apenas um depósito de mercadorias sem valor de transformação social. O comércio e as leis do mercado são muito mais tangíveis do que uma maior investida na qualidade cultural. A cultura de massa dentro desses parâmetros de formatação não comporta reflexões que demandam outras frequências, que sejam diferentes da lógica do mercado global. Com isso, a cultura, subserviente às técnicas de reprodução em massa, não fazem nada mais que refletir sua própria imagem, nunca a contragosto do patrão.

O rap, como cultura popular, ao confluir seus interesses com o capital e as demandas do Estado, impossibilita o avanço da luta popular contra as opressões geradas por esse próprio sistema. Dificilmente vemos MCs ou grupos de rap assumir qualquer postura crítica contra o Estado ou contra o sistema capitalista, ou pensar em formas de organização popular (diferente das crews, que nada mais são que pequenas empresas e um núcleo de “panela”). Destitui-se a revolta e põe-se no lugar o cinismo e a tolerância irreflexiva. A denúncia contra a polícia, o racismo e demais distinções sociais e formas de coerção, quando muito, vêm em forma de máximas superficiais, chamativas e impactantes. Os grupos e MCs são muito pouco esclarecidos sobre os principais problemas sociais, quando muito repetem sem reflexão algumas velhas concepções da esquerda burocrática.

O facebook serve como válvula de escape às suas insatisfações e comentários medíocres. Para manter contato com seus fãs, propagandeiam intrigas, máximas e frases sobre suas decisões pessoais. A repetição funciona como técnica a favor da massificação de futilidades. A massificação de informações na internet e no facebook atende a uma técnica do auto-respaldo do artista, inseguro sobre seus próprios pensamentos e posições políticas. Para sanar aquilo que ele próprio não pode oferecer, alia-se às repetições contínuas do mesmo. O rap independente aprendeu a forjar os seus próprios ídolos e os ídolos construídos formam outros ídolos, e assim sucessivamente a produtividade continua em escala global. São mais dos mesmos, homogêneos e fúteis.

De forma costumeira, somos induzidos a cobrar uma maior democratização das informações propagadas pelas grandes emissoras de TV e rádio quando isso é de uma ingenuidade sem tamanho. Ingenuidade disfarçada por trás de objetivos bem concretos politicamente. Exigir democracia real para a mídia burguesa é o mesmo que esperar que um coala voe sobre nossas cabeças, leve e feliz. As condições materiais e imateriais para a construção e superação da industrialização da cultura já é uma realidade concreta que também é impulsionado pelo avanço da própria modernidade.

A modernidade em si não nos trará as resoluções para tais problemas. No entanto, o advento de determinadas técnicas e ferramentas fazem parte da ressignificação dos valores dentro do projeto revolucionário. Acreditar que técnicas trarão por si só os resultados esperados é continuar acreditando no bom uso domesticado dessas ferramentas para a manutenção do status quo. O processo de disputa que se configura a partir dessa tensão elimina as dúvidas sobre os interesses inconciliáveis entre as diferentes classes em disputa. A ressignificação dos valores não se dá apenas na batalha do campo das ideias, mas também no uso prático que é feito das técnicas e ferramentas necessárias à produção da arte.

A arte engajada rejeita a reprodução da lógica burguesa, produtivista, mesquinha, retrógada e coisificada. A relação de consumo estabelecido entre grupos e MCs de rap e o público fetichiza o acesso à arte, investido de poder de aquisição proporcionado pela compra da mercadoria. O fã, passivo e dócil, aceita os valores inculcados pelos artistas. Certos de suas escolhas como a genuinidade de um produto de marca. O MC, por sua vez, anuncia o genuíno valor da sua arte persuadindo o ouvinte com a investida em técnicas de propaganda e marketing.

* * *

Buscamos discutir a mercantilização do rap a partir do referencial proposto por Adorno no que denominou o fetichismo da música resultado da indústria cultural. O encantamento dos sentidos, proposição também presente em Adorno, nos remete ao esclarecimento das amarras do mercado capitalista dentre as múltiplas possibilidades de emancipação do gênero humano a partir do desenvolvimento não-alienado das suas próprias habilidades humanas. Os sentidos, também transformados em mercadoria, ao depender da oferta das regras do capital, tornam-se inviáveis para proporcionar mudanças sociais, por se atrelar ao projeto de mercado.

A importância da reflexão reside na possibilidade de esclarecermos quais são os mecanismos históricos desenvolvidos para a manutenção do domínio da arte supérflua para entendermos assim os caminhos possíveis a se traçar para uma arte engajada e politicamente combativa. Dentro dessa reflexão também cabe pensar os caminhos possíveis à construção do apoio mútuo no rap, longe das relações de prestígio construídas por MCs-empresários.

Nota

[*] Este texto é a segunda parte de uma adaptação do capítulo “O Encantamento dos Sentidos”, da monografia “Uma Liberdade Chamada Solidão: a formação do rap independente no Rio de Janeiro (1990 – 2013) Universidade Federal Fluminense (curso de História)

Ilustrações: O destaque (também terceira ilustração) é de Smug e as demais são de Aryz.

7 COMENTÁRIOS

  1. As causas comprovam o efeito devastador
    Sua teoria lendária já não me ilude, morô?
    Sei a razão… Campanha contra as drogas?
    Enquanto o lucro do Estado é um corpo com substancias
    tóxicas.
    Enquanto seu conforto for o fracasso da educação
    pública
    Meu verso não vai ser Nobel pra musica lúdica
    Se for pra se vender pra aparecer na série, no filme
    Deixa o ***** julgar meu som como apologia ao crime.

    https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=diPODv_07F8#at=22

  2. Para um adorniano de carteirinha tá faltando muita análise estética nesse texto. A dialética mandou lembranças, lá de loooooonnnge…

    “Dificilmente vemos MCs ou grupos de rap assumir qualquer postura crítica contra o Estado ou contra o sistema capitalista, ou pensar em formas de organização popular (diferente das crews, que nada mais são que pequenas empresas e um núcleo de “panela”)[uma forma bem pouco adorniana de propor receitas de engajamento para as formas estéticas]. Destitui-se a revolta e põe-se no lugar o cinismo e a tolerância irreflexiva [como assim, parceiro? Cade a análise?]. A denúncia contra a polícia, o racismo e demais distinções sociais e formas de coerção, quando muito, vêm em forma de máximas superficiais, chamativas e impactantes [agora parece um exemplo clássico adorniano de juízo valorativo que procura legitimar a superioridade dos juízos do próprio crítico]. Os grupos e MCs são muito pouco esclarecidos sobre os principais problemas sociais, quando muito repetem sem reflexão algumas velhas concepções da esquerda burocrática [aqui então, piorou, e o crítico mal esconde a satisfação de possuir a clareza e o rigor que parece faltar aos rappers]”.

    O texto procura utilizar o rap como bode espiatório para confirmar o acerto dos conceitos adornianos. No processo, perde tanto a complexidade do rap, que literalmente desaparece sob um amontoado de juízos quase dogmáticos, quanto a do próprio Adorno, uma vez que seu pensamento é enquadrado em uma estrutura nada dialética de pensamento. Ambos merecem um esforço maior…

  3. Belo texto.

    Poucos grupos fazem algo de relevante pro rap brasileiro. Cito dois: Facção Central e GOG. Racionais, Emicida, Criolo, e outros citados, ou não, no artigo só fazem sentido para uma geração cínica. Na realidade são pústulas…imposturas.

  4. O texto se propõe a falar de rap e só fala de Adorno. No máximo, passa um pouco pelo Emicida. Ele é o rap?

    “Dificilmente vemos MCs ou grupos de rap assumir qualquer postura crítica contra o Estado”. COMO? Que? Dificilmente? É mais fácil citar os rappers que NÃO criticam o Estado, o que está sendo entendido como rap aqui? Mesmo o principal criticado, Emicida, é autor de Dedo na ferida, por exemplo, não é crítica que ele quer? Foda-se vocês e foda-se suas leis não ta bom? Crítico é fazer monografia,ah tá.

  5. pra quem acompanha a dita “nova geração” do rap de perto, que está ganhando destaque, sabe que esse texto tem muito embasamento no que fala, quando trata da relação que o rap tem com os mecanismos de conformação do dito “poder institucional”.
    o discurso e a prática do universo do rap hoje é muito amplo, é verdade – o rap tá em tudo quanto é canto. mas percebe-se uma certa gama de valores que flutuam em uma parte considerável da dita “cena” que tem destaque hoje em dia.

    emicida fez “dedo na ferida”, mas faz propaganda pro itaú. entende? esse texto, pelo que percebo, também passa por um conjunto de valores do autor que, claramente, é libertário, então há de se levar isso em conta.
    “Acreditar que técnicas trarão por si só os resultados esperados é continuar acreditando no bom uso domesticado dessas ferramentas para a manutenção do status quo. O processo de disputa que se configura a partir dessa tensão elimina as dúvidas sobre os interesses inconciliáveis entre as diferentes classes em disputa. A ressignificação dos valores não se dá apenas na batalha do campo das ideias, mas também no uso prático que é feito das técnicas e ferramentas necessárias à produção da arte.”

  6. Analisa o Rap tendo como referencia apenas os MCs que aparecem exatamente nos locais que ele critica…e sobre uma visão academicista confusa que quer “dar” ao RAP um especificidade que ele nunca teve, que é a de ser um movimento social logo com objetivos definidos.
    O Rap como qualquer outra “coisa” que seja usada para viver(seja lá o que isto signifique para cada um) tende a se adaptar de acordo com as consequências que cada escolha dentro do mercado acarreta.
    Uma curiosidade é que não foi tocado no nome dos Racionais e já que se foi citado vários nomes como exemplos desta “postura mercantil” poderia citar exemplos de MCs com a postura defendida pelo texto.
    Participei de grupos musicais minha vida toda e sempre tive em minha cabeça a certeza que seja você Escritor, MC , Guitarrista, Cineasta e queira viver de “sua arte”, e não tiver uma herança ou coisa do tipo para pagar as contas,terá que em algum momento “entrar no jogo” .
    Trabalho em outra coisa para poder tocar o que,como,com quem e quando quero…
    Acredito que se o texto trilhasse por essa linha, como já foi feito em relação ao funcionamento das cooperativas, de focar na impossibilidade de se ser independente dentro do sistema sem ter como foco a logica do capital seria mais interessante.

  7. Caro camarada, já fiz rap num passado não muito distante. Naquele tempo sem leitura nenhuma ouvia racionais e os gangsta de Los Angeles e achava que estava batendo de frente contra o sistema. Algum tempo depois tive contato com autores libertarios
    tal como Marx,e os conselhistas do começo do seculo 20, Korch, Panakoek, Otto rule, Rosa Luxemburgo dentre outros libertarios foi então que entendi o capitalismo e a exploração, bem como contexto cultural e ideologico que decore do modo de produnção e dos interreses da classe dominante.
    o rap naceu no contexto da contra cultura como musica de protesto dos negros dos guetos de Nova York, rapidamente foi coopitado e perdeu todo seu caracter contestatorio como outros segmentos culturais bem como po movimento negro e a propria contra cultura. Assim na atual conjutura e com poquissima excessão o rap que posta como contestatorio cerrece de uma teoria politica que entenda os comflitos entre capital e explorados, perpectiva do proletariado, concpção revolucionaria
    da possibilidade de uma sociedade auto organizada o que significa uma intença luta de clases perpasando por todos seus campos logico o cultural onde se insere o Rap. Entretanto cabe enfatizar que os pressuposto de Adorno na analize da musica como elemento de luta é limitado pois não parte da perspectiva do proletariado elemento explordo na sociedade capitalista. O Rap independente do qual você fala, é independente apenas no sentido de não poder fazer parte das grandes panelas montadas no cenario do Rap nacional. Na falta de grana para grandes produções tal como os Racionais, crian seus proprios nixos locais não procuram politizar os jovens pobres da periferia critican os playbois mais não prega a ruptura com esse sistema maldito chamado capitalismo.

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