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Poder Popular no Grajaú

Desde junho estamos vivendo um momento de transformações nas formas de luta no Grajaú e outras regiões do Extremo Sul. As manifestações contra o aumento do transporte – que foram bem diferentes no centro e na periferia, em particular no Grajaú – culminaram numa revolta popular contra o aumento de custo de vida de modo geral. Não eram só 20 centavos da tarifa abusiva do o transporte: era o preço da comida, dos remédios que não são encontrados nos postos de saúde, e principalmente dos alugueis, já que o setor imobiliário se transformou nos últimos anos uma das principais formas de exploração do povo.

No começo de julho um movimento de ocupações de terras, iniciado numa imensa área do Moraes Prado, incentivou milhares de outros moradores a buscar outros terrenos abandonados. Essa forma de luta direta, ao contrário do que diz o poder público, não tem nada a ver com grupos orquestrados por partidos de oposição à atual gestão municipal. O movimento não está pautado pelas disputas eleitorais ou no oportunismo, que a prefeitura reafirma incansavelmente. Ao contrário, o movimento está pautado na necessidade concreta das famílias, que foram duramente expropriadas durante anos de despejos. É uma luta econômica contra a especulação imobiliária, que se desenvolvido e fortalecido pelas próprias políticas de habitação.

Na última semana vivemos mais importantes momentos da afirmação da luta do povo no Grajaú. Na ocupação Recanto da Vitória, que teve uma importante conquista na semana passada, com a suspensão da liminar de reintegração de posse no mesmo dia que travamos a saída da Viação Cidade Dutra (conhecida como Bola Branca), tivemos um final de semana de comemoração, com café da manhã, teatro, música e multirão para melhorar o espaço.

Já a ocupação Jardim da Luta, no Gaivotas, que está em área de propriedade privada e que já foi ocupada diversas vezes nos últimos 20 anos e em todas elas, foi despejada, está caminhando na negociação para a construção definitiva de moradias populares para os ocupantes. Junto com isso, a cada dia melhora sua organização interna por meio de trabalho coletivo.

Finalmente, a ocupação Jardim da União, do Itajaí – que já tinha sido despejada 3 vezes no último mês – foi novamente reocupada no sábado. Com nova ação de despejo na segunda-feira, os ocupantes marcharam até a subprefeitura e pressionaram o poder público a parar com a truculência. A intransigência e violência da prefeitura não está intimidando o povo que está disposto a reocupar quantas vezes for preciso, para que suas necessidades sejam ouvidas com respeito. E foi isso que aconteceu na terça-feira, quando o terreno foi reocupado mais uma vez, pelas mesmas pessoas que foram pra luta na quarta, junto com as ocupações Jd. da Luta e Recanto da Vitória e o apoio da Favela do Moinho. Com isso, foi arrancada na marra uma negociação com a Secretaria de Habitação do Município de São Paulo, que até então havia negado a possibilidade de negociação com os ocupantes.

E como sabemos, a luta da moradia está ligada a muitas outras lutas: da saúde, educação e transporte, por exemplo. Com a força da ocupação Recanto da Vitória, foi anunciada a construção de uma unidade básica de saúde no Lucélia, que é uma reivindicação antiga dos moradores da região. Uma promessa não é garantia de nada, mas isso mostra a força do povo lutando junto pelo que precisa. A luta do transporte no Extremo Sul também está caminhando, com muita agitação nos terminais, trabalhos realizados em praças, escolas, feiras e ocupações, se articulando à luta pela moradia, e às lutas dos estudantes e trabalhadores na região.

Nossa primavera ainda vai chegar. Periferia Luta!

Vamo que vamo! Todo poder ao povo!!!

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