II Feira Paulista de Opinião ou I Feira Antropofágica de Opinião

A Antropofágica realizará – nos dias 15 e 16 de fevereiro (sábado e domingo), das 14h às 22h, no Espaço Cultural Tendal da Lapa (Zona Oeste) – a II Feira Paulista de Opinião ou I Feira Antropofágica de Opinião, em referência a I Feira Paulista de Opinião (1968), dirigida por Augusto Boal.

I Feira Paulista de Opinião (1968)

Em fins de 1968, uma Primeira Feira Paulista de Opinião foi organizada tendo como mote uma pergunta feita aos artistas envolvidos: O que pensa você do Brasil de hoje? O objetivo era apresentar as peças que, empenhadas em responder a essa questão, procurassem aprofundar a figuração crítica e o enfrentamento político do regime.

Alguns dos mais representativos dramaturgos de esquerda do período foram reunidos – Augusto Boal, Bráulio Pedroso, Gianfrancesco Guarnieri, Lauro César Muniz, Jorge Andrade e Plínio Marcos – além de compositores como Ary Toledo, Caetano Veloso, Edu Lobo, Gilberto Gil e Sérgio Ricardo.

O espetáculo foi dividido em dois atos: do primeiro faziam parte Tema, de Edu Lobo; Enquanto o Seu Lobo Não Vem, de Caetano Veloso; O Líder, de Lauro César Muniz; O Sr. Doutor, de Bráulio Pedroso; ME.E.U.U Brasil Brasileiro, de Ary Toledo; e Animália, de Gianfrancesco Guarnieri. Do segundo constavam Espiral, de Sérgio Ricardo; A Receita, de Jorge Andrade; Verde Que Te Quero Verde, de Plínio Marcos; Miserere, de Gilberto Gil; e A Lua Muito Pequena e A Caminhada Perigosa, de Augusto Boal. Dado o número de cortes sofrido pelo texto submetido à censura (setenta e um), a Primeira Feira Paulista de Opinião foi apresentada na íntegra em junho de 1968, mesmo com o veto dos censores, num ato público de resistência.

Em texto intitulado “O Que Pensa Você da Arte de Esquerda?”, escrito para o programa do espetáculo, Augusto Boal procurou mapear as tendências e perspectivas dominantes nos diferentes setores da esquerda naquele momento. O reconhecimento de diferenças servia de preâmbulo para um alerta acerca da necessidade de união estratégica de todos, fosse qual fosse a orientação estética ou política postulada.
Maria Sílvia Betti
Em História do Teatro Brasileiro – Volume 2
João Roberto Faria | Direção

II Feira Paulista de Opinião ou I Feira Antropofágica de Opinião (2014)

A II Feira Paulista de Opinião ou I Feira Antropofágica de Opinião propõe refletir sobre o Brasil atual unindo diversas gerações de artistas. Entre os convidados estão alguns dos participantes da Feira realizada em 1968, reforçando a importância do encontro de gerações atuantes no cenário da arte engajada.

O evento contará com a presença dos seguintes artistas:

Atores Convidados
Iná Camargo Costa
Cecília Boal
Dulce Muniz
Ney Piacentini
Renan Rovida
Rogério Bandeira
Umberto Magnani

Cartunistas
Alan Siqueira
Novaes

Poetas
Alípio Freire

Coletivos Teatrais
Coletivo Zagaia
Bando Trapos
Brava Cia
Cia do Feijão
Buraco D´Oráculo
Cia dOs Inventivos
Cia Estável de Teatro
Cia São Jorge de Variedades
Companhia do Latão
Companhia Estudo de Cena
Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes
Engenho Teatral
Grupo Redimunho de Investigação Teatral
Grupo Teatral Parlendas
Kiwi Cia de Teatro
Nosso Grupo de Teatro
Cia Ocamorana
Núcleo Pavanelli de Teatro de Rua e Circo
Pombas Urbanas
Teatro de Narradores
Teatro União e Olho Vivo
Trupe Olho da Rua

Coletivos Audiovisuais
Coletivo Cinefusão
Tela Suja Filmes

Diretores e Dramaturgos
Chico de Assis
Mário Masetti
Sérgio de Carvalho

Músicos
André Bedurê e Elaine Guimarães
Danilo Monteiro e Tita Reis
Juh Vieira
Martin Eikmeier
Renato Gama
Sérgio Ricardo
Tony Giusti
Vagabundos Bundas Bandis
Wanderley Martins

As apresentações dos convidados terão como mote a resposta à mesma pergunta: “O que pensa você do Brasil de hoje?”. As cenas, intervenções, músicas e ações partirão de questionamentos políticos e estéticos imbricados na I Feira de Opinião, mas em diálogo com aspectos contemporâneos. Em artigo veiculado no programa da I Feira Paulista de Opinião, Augusto Boal propunha reflexão sobre a arte de esquerda, suas divergências e contratempos no contexto ditatorial, à época fator de impedimento e censura de apresentações. Hoje, a quantas anda a arte de esquerda? Quais são as aporias dessa arte no atual cenário brasileiro? A entrada é gratuita.

O evento integra o projeto da Cia Antropofágica “Desterrados em nossa Própria Terra”, contemplado pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro para Cidade de São Paulo – 22ª Edição

ESPAÇO CULTURAL TENDAL DA LAPA
15/02 | Sábado | 14h às 22h
16/02 | Domingo | 14h às 22h
Gratuito | Livre
Acesso pela Rua Constança, 72 – Lapa (Travessa da Rua Guaicurus)

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