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Os camaradas presos em Goiânia escreveram esta carta aberta.

Carta aberta aos camaradas

Enviamos-lhes esta carta para tranquiliza-los, primeiramente, de nossa situação, que embora não seja a de estar lado a lado com aqueles com quem lutamos, de estar com os amores que tanto prezamos, de estar com a família que tanto estimamos, é a melhor das possibilidades na situação em que estamos.

Por tantas vezes que estivemos juntos e em solidariedade. Sabemos que aqui se encontram apenas três do crescente enxame de moscas que se cansaram de ciscar no lixo em que se encontra a sociedade.

Tudo que se transforma evolui, devemos manter a constante ativamente em tentar mudar o que nos consome, o que nos destrói. Temos estado, em maior e menor grau, cientes dos recentes acontecimentos. O importante é que não atendamos ao evidente intento deste enjaulamento de patente motivação política.

Pegaram-nos de madrugada, mas sabemos que a noite é mais escura um pouco antes do amanhecer. Não nos deixemos abater, não nos dobremos, não abaixemos as cabeças. Sabemos quais são os interesses do estado e qual é sua razão de ser e com quem é seu conúbio. Os dias e anos passam e lembremos que estamos em maio, muitos já passaram e vários outros virão.

Agradecemos a todos pelos esforços prestados em nossa causa, pelo caloroso apoio por todos dado, sem os quais estaríamos por certo, em situação bem pior.

Aos amores, imensa saudade do calor que de jato bombeia em nossas veias, aos amigos e familiares a certeza de que não nos envergonhamos de enfrentar de frente com nossas posições, a repressão que assola todos que desestabilizam o Status Quo.

Uma efusiva saudação aos companheiros e às companheiras a quem esta chegar, nunca existiram melhores. Sugerimos que bebam e festejem, no melhor estilo comum parisiense, em nosso lugar.

Um grande abraço aos camaradas.

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