#OutrasQuebradas
Por Jornal O Prego, tal como publicado aqui.

A polícia impediu por meio da intimidação uma reunião chamada pela Frente de Luta e pela Revolta Proletária e Estudantil do Bandeiras na região sudoeste de Goiânia, próxima ao Terminal Bandeiras. A reunião, que estava marcada para às 12h dessa terça feira, dia 24/02, tinha como objetivo conversar o aumento da passagem e organizar iniciativas de discussão e contestação desse aumento abusivo.

A Polícia, no entanto, em parceria com a TV Record, fez um circo para intimidar a população e essa iniciativa de luta. O cardápio da repressão foi extenso. Na Pista de Cooper próxima ao Terminal Bandeiras, o local da reunião, haviam mais de vinte e cinco viaturas da Polícia Militar, além da presença da Cavalaria e da Tropa de Choque. Ao mesmo tempo, a TV anunciava que os “vândalos não se davam ao respeito”, legitimando por meio do medo irracional a repressão policial. Também estavam presentes viaturas da Polícia Civil e da ROCAN.

Restrição do direito de ir e vir e do direito de livre reunião

Uma das poucas coisas que ainda distinguem nossa democracia de uma ditadura militar são o direito de livre reunião, de manifestação e de ir e vir, tais como estão garantidos na constituição. Nenhum desses direitos foi respeitado. Os usuários de transporte da região foram submetidas a baculejos pelo simples fato de circularem por lá em um horário próximo da reunião. A própria presença ostensiva da polícia militar, muitos sem identificação, intimida e assusta os jovens que queriam se organizar pelos seus direitos. Além do mais, viaturas circulavam reprimindo grupos de mais de três pessoas nas ruas adjacentes, com o claro objetivo de impedir qualquer tipo de organização popular contra o aumento da tarifa.

O mesmo vem acontecendo com a Frente de Luta: a polícia militar chegou a ameaçar o Diretório Central dos Estudantes de invadir a sede do universitário caso ocorresse uma reunião lá, o que fez com que ficassem com medo de permitir que a frente fizesse uma reunião no local. Integrantes da Frente também denunciam que homens armados compareceram a uma de suas reuniões na última quarta feira para intimidar e identificar as pessoas que participam do movimento.

Trata-se de um momento muito delicado para a luta social na cidade. O governo e a polícia estão querendo matar qualquer possibilidade de transformação desde o começo, especialmente nas regiões periféricas. Deve haver uma reação de todos os grupos, movimentos, intelectuais e trabalhadores e estudantes contra isso. Uma postura firme e pública contra a repressão e pelo nosso direito de livre organização é o mínimo que se exige de qualquer um que se diga democrático nessa cidade.

repressaoextrema

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