À RECORD E AOS DITOS REPRESENTANTES DO POVO DE RUA

Hoje, 27.4.15, uma equipe da Record, compareceu ao viaduto Alcântara Machado, no horário do almoço e quis conversar com os trabalhadores e com a população de rua, alegando que se tratava de uma matéria sobre moradia.

Os trabalhadores do espaço que estavam presentes disseram que não tinham interesse em conversar com a record, afinal entendem que a mídia tradicional só quer ganhar dinheiro e ibope na miséria das pessoas, mas que a record poderia perguntar aos outros trabalhadores e ainda, que para eventual filmagem do local, além da autorização da rua e dos trabalhadores precisariam ligar na ong e na prefeitura que “administram” o espaço. Já a maioria da galera de rua também não demonstrou interesse em dar entrevista (não sabemos precisar se alguém aceitou dar entrevista, mas ao que parece ninguém concordou) pelo mesmo motivo: a mídia tradicional só se importa em ganhar dinheiro e não em ajudar de fato as pessoas.

Lembramos que a record há algum tempo fez uma matéria chamando a ocupação em frente ao espaço de convivência Alcântara Machado de “favelinha”, que ocupava um espaço direcionado a idosos e que os que estavam nas calçadas atrapalhavam a passagem e a “segurança”.

O espaço que supostamente seria para a 3ª idade permaneceu por um tempão abandonado, não cumprindo sua função social, então após a repressão do dia 30 de maio de 2014, onde o rapa,a gcm e a pm destruíram os barracos das pessoas e levaram seus documentos e bens, a galera, com o apoio dos trabalhadores resolveu ocupar o espaço, pois como bem prescreve uma pichação em frente a ocupação: se morar é um privilégio, ocupar é um dever;

Sobre ocupar o espaço nas calçadas e portanto atrapalhar o direito de ir e vir, pode ter certeza que se houvesse moradia eles também não estariam ali. Alias, são os próprios, que ocupam as calçadas que fazem a limpeza do espaço (alias, amanhã tem mutirão de limpeza, quem quiser ajudar, só colar, às 14:30) já que a prefeitura não manda sequer uma caçamba para ajudar na limpeza;

E garantimos que a segurança eles mesmo realizam, afinal embaixo do viaduto não há roubos, afinal são os ocupantes do espaço que não admitem que roubem as pessoas que por ali passam.

Quanto ao suposto representante de rua, que usa a rua para ganhar cargos no poder público e que encaminhou a record até lá, bom…você que de entrevista pra record, mas fale por você, não pela rua e nem pelos trabalhadores.

Fica o convite a todxs que quiserem conhecer o espaço e ajudar na construção deste espaço que é tocado não por prefeitura ou ong, mas pela rua e pelos trabalhadores.

Agora para a mídia tradicional e para os oportunistas… Peguem o beco carniceiros!!!

CATSO – Coletivo Autônomo dos Trabalhadores Sociais

27.04.2015

 

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