Discutiam sobre a validade do uso de remédios homeopáticos. Um deles apresentava estudos baseados em análises bibliográficas, estatísticas, controle de pares cegos e repetição dos resultados. O máximo que haveria era um efeito placebo. O outro retorquiu dizendo que em sua experiência a eficácia destes remédios era inquestionável. Passa Palavra

53 COMENTÁRIOS

  1. DISJUNÇÃO INCLUSIVA
    empirocriticaleninista terceirizada alter(c/n)a kantimperativocategórico freelancer
    por falta de argumentos
    decidem juntar os panos

  2. Com tanta coisa para se preocupar – de fascismo a desmonte social e trabalhista – e vcs aí querendo fazer campanha contra homeopatia. Que foi propagada amplamente pela esquerda, no passado. Queima o filme de um periódico de porte como o de vocês….

  3. SEMPRE CABE MAIS UM@ ou TERCEIRIZANDO
    Após reborreia infralibidinal e ameaçada pela disjunção exclusiva, díade conjugal contrata um tertius tetrapata fundamentalista&filo-homeopata – a título precário…

  4. A Eficácia simbólica do feiticheiro e sua mercadorgia ou: ler vis troçando mars (na falta de algo melhor que fazer?)

    “um indivíduo, consciente de ser objeto de um malefício, é intimamente persuadido, pelas mais solenes tradições de seu grupo, de que está condenado; parentes e amigos participam desta certeza. Desde então a comunidade se retrai: afasta-se do maldito, conduz-se a seu respeito não só como se fosse, não apenas já morto, mas fonte de perigo para seu grupo. (…) o enfeitiçado cede à ação combinada de intenso terror que experimenta, da retirada súbita total dos múltiplos sistemas de referência fornecidos pela convivência do grupo. (…) A integridade física não resiste à dissolução da personalidade social”. Voodoo Death (1942)

  5. Se é meramente placebo, expliquem como é utilizada com êxito a homeopatia em cavalos, cães, gatos e outras espécies animais… E também expliquem como esse placebo funciona de fato nos hospitais cubanos em pacientes com dengue, proporcionando alto nivel de êxito… Me parece que a esquerda está a comprar o discurso e as pesquisas encomendadas dos grandes laboratórios, que querem liquidar setores concorrentes.

  6. Engraçada esta esquerda que não só quer ser enganada, como advoga que as técnicas para induzir o engano devem ser melhor aproveitadas.
    Homeopatia tem o mesmo efeito que uma oração feita com bastante fé, e no entanto a religião em geral sempre foi tida como um dos inimigos da emancipação da classe trabalhadora. Eficiência a qualquer custo?
    Mas soa ainda mais aterrador, e não menos sintomático, o destaque dado a este microconto (a julgar pela quantidade de comentários).
    Parece que na vala comum do irracionalismo só não cai quem já lá está.
    Ah, e é só dar um googlezinho pra ver que já se sabe de velho a incidência do efeito placebo sobre animais.

  7. Rodrigo,
    você se engana com relação à igualar placebo com uma oração. O placebo faz parte do efeito dos remédios “científicos” (por não conhecer termo mais adequado). É cientificamente impossível separar o efeito causado pelo aspecto simbólico daquele causado pelo efeito “bio-físico”, a não ser que alguém se disponha a fazer testes médicos sem o consentimento dos sujeitos experimentais, coisa que nos remete ao nazismo.

    Acho que o destaque dado ao microconto pode ser politizado, se pensarmos que qualquer esclarecimento emancipatório também contém, necessariamente, aspectos simbólicos. São inseparáveis. Isso não é reivindicar o irracionalismo, é conceber a razão de forma dialética.

  8. QUARTEIRIZAÇÃO vel SURUBA PHUTURÍVEL
    aterrado nocebo pentapata miracula sesquipedal enunciado placebo subluckacsiano válido para humanimais sejam eles mulhomens aut homulheres transdivíduos multigêneros & tutti/e quanti/e desde que cheirodadivos@s amen

  9. 1 – O simbólico e sua eficácia pode ser guydebordiado por várias janelas, uma delas a do fetichismo da mercadoria, com seus totens de multicotação e multi (capita[u]l)ação.

    2 – O delito flagrado incide também na supervalorização da experiência pessoal microcósmicotendenciosa em detrimento do saber científico, o que nas lutas, por exemplo, aparece na questão do lugar de fala multiculturalisticamente protagonista, de empoderlamento do oprimido d[n]a pele & d[n]o sexo & d[n]a moradia e por aí vai, até o infinito das divisões possíveis e imagináveis dos oprimidos d[n]o salariado, essa coisa do passado, embora de hoje.

    “Você não sabe o que é machismo, você é homem.”.
    “Você não sabe o que é racismo, você é branco”.
    “Você não sabe, você mora no asfalto”.
    “Você não sabe, você é hetero”.

    Você não sabe, você não sabe… tudo vai mal, de mal a pior… Cerveja samba e amanhã seu Zé…
    https://www.youtube.com/watch?v=5z0VHtM2P-4

  10. Uma das coisas mais bem feitas que o capitalismo produziu é a certeza de que o engano produzido pelo fetichismo é somente um olhar invertido, errado e desvirtuado da verdade e não aquilo que constituí nossa própria realidade. É tão parvo acreditar nessa razão racional e instrumental que acredito que Polese tem razão ao citar Gonzaguinha: você merece!

  11. CENTRALIZAÇÃO PROGRA(rizo)MÁTICA ou PARAFRASEANDO NIETZSCHE – Capitalismo: tudo que não ajuda a matá-lo termina por fortalecê-lo.
    P.S.: Aterrado iluminista sublukacsiano (ex nunc sem ‘c’ antes do k, ergo sem sorte…): quem tem ‘c’ tem medo. E quem não tem papel higiênico limpa com o dedo. Bye.

  12. Lucas,

    Na verdade não sei se percebo a correlação que você faz da separação entre os efeitos simbólicos e físicos do placebo e a necessidade dos testes para isto aferir terem de ser feitos necessariamente sem o consentimento do sujeito experimentado. De qualquer forma, me soa estranhamente contraditório que você considere que fazer experimentos em pessoas sem que elas consitam como algo próprio ao nazismo, mas ao mesmo tempo advogue sobre a eficácia de um procedimento que parte precisamente do princípio que o sujeito deve ser estimulado a acreditar que toma algo diferente daquilo que vai efetivamente ingerir. Como é possível considerar plenamente válido o consentimento sobre algo que não se sabe que irá ocorrer? Agora, se você usou a palavra consentimento se referindo a conhecimento, mais precisamente sobre o não conhecimento da cobaia em ser experimentada, é precisamente isto que é feito nos testes cegos do efeito placebo.
    Quando coloco o placebo no mesmo nível de uma boa oração, quero dizer que efeito simbólico somado ao biopsíquico a que você faz alusão é presente em ambos os casos (religião e placebo), e os poderes curativos de rituais religiosos são bastante conhecidos para serem ignorados. No entanto, todos sabemos que o efeito de cura em ambos os casos não advém daquilo que se declara ao paciente, mas sim à própria crença do paciente quando à possibilidade de cura. No fim, este tipo de procedimento usado no efeito placebo é análogo ao domínio que os administradores realizam sobre os trabalhadores, fazendo-os crer que o sucesso das empresas advém das superiores capacidades de direção daqueles e não do exercício do trabalho destes. Como alienação e exploração são aspectos de um mesmo sistema de dominação, só posso me colocar contrariamente a ambos.

  13. O teste duplo cego serve para que o pesquisador não saiba qual sujeito recebeu o placebo e qual recebeu a substância testada, já que apenas com que o pesquisador saiba qual é qual já pode chegar a ativar o efeito simbólico nos sujeitos experimentais.
    Em qualquer caso, o sujeito sempre saberá que está participando de um experimento, ou seja, está sendo estimulado a acreditar que participa de um. A questão é que mesmo aquele que “não foi enganado”, foi de fato enganado. A ele também foi oferecida a possibilidade de acreditar, e se recebendo a substância testada apresentou os efeitos esperados, não temos como medir o quanto destes efeitos foram resultado da biofísica externa “pura” e quanto foi resultado do “engano psicossomático”.

    Além do que, ninguém receita homeopatia dizendo que é outra coisa — isso de “tomar algo diferente do que efetivamente vai ingerir” está mais para “Boa noite cinderela” do que para medicina alternativa. Talvez isso seja assim para aqueles que tem uma noção bastante estreita do que é “remédio”. Já os gregos diziam que a diferença entre remédio e veneno era a dose.
    Os excelentes administradores convencerão os trabalhadores de sua direção. Os trabalhadores serão convencidos. Um excelente marxista convencerá os trabalhadores de que são explorados. Os trabalhadores serão convencidos. Para mim não existe sentido em partir de uma noção estreita de remédio, determinada por critérios positivistas (bastante questionáveis), assim como não existe sentido em partir de uma noção igualmente positivista de esclarecimento e emancipação, como se fossem o desvelar de uma realidade concreta que estava escondida atrás da malícia da classe dominante. E não me entenda mal: questionar a ciência na qual se baseia a industria farmacêutica e as formas de circulação de sua mercadoria não tem a ver com ser contra os hospitais ou a medicina ocidental. Creio que ambos queremos uma menor mortalidade infantil, uma maior expectativa de vida para todos os seres humanos. No fundo, é sim uma questão de eficácia. Eficácia e bem estar. Trabalhar menos e ganhar mais.

  14. Me lembro de ter conversado com um amigo que é pós-doutor em física, no aniversário dele, onde se encontravam outros colegas dele de profissão e pesquisa. Durante uma conversa, eles começaram a discutir a homeopatia, e me surpreendi, pois tinham uma abordagem bastante favorável a ela – embora fossem ateus declarados. Perguntei como ela poderia fazer efeito, se praticamente não tem princípio ativo. A isso, me responderam que acreditavam que o princípio de funcionamento dela estaria em radiações ou fenônemos de esferas de campos magnéticos ou de partículas sub-atomicas ou ainda menores, enfim, não sou físico, mas percebi que eles consideravam o funcionamento desta forma de terapia como algo plausível e racional. Argumentei que não se acha esse material de partículas em microscopia eletrônica, ao que meu amigo me respondeu que a mesma tecnologia ainda não estaria a ponto de captar de forma adequada todas estas partículas sutis. Enfim, para tentar dar um foco racional na questão – se esta modalidade de medicina não funcionasse, ela não seria tão difundida e consagrada, e já teria sido enterrada há muito tempo. Cabe ressaltar que as vacinas foram criadas por homeopatas, seguindo o princípio dos semelhantes. Mas tenho visto gente (da esquerda!) cair num irracionalismo de negar vacinas – caindo na mesma vala comum dos crentes evangélicos que acham que a vacina é “satanica” ou na indigencia intelectual das teorias da conspiração. Troca-se uma igreja por outra. O que quero dizer aqui? Que essa terapia não é a resposta para tudo, ela deve ter aplicações e funcionar melhor para certos tipos de doenças cronicas, assim como a alopatia funciona melhor para casos agudos, e outras terapias para casos específicos. Assim, não podemos descartar nenhuma delas, pois elas possuem sua validade comprovada pelo histórico da medicina. Então, a homeopatia deverá ser melhor pesquisada, antes de ser simplesmente descartada, porque tudo indica que possui fundamento de funcionamento. Penso que há uma campanha de grandes laboratórios multinacionais em descredibilizar essa modalidade de terapia, para abocanhar novos nichos de mercado, destruindo a concorrência. Esse é o cerne da questão.

  15. Homeopatia 15 X Luta de classes 0
    Homeopatia 15 X Análise de conjuntura 0
    Homeopatia 15 X Mobilização 0

    E vamos nós…

  16. “Na sociedade comunista, porém, onde cada indivíduo pode aperfeiçoar-se no campo que lhe aprouver, não tendo por isso uma esfera de atividade exclusiva é a sociedade que regula a produção geral e me possibilita fazer hoje uma coisa, amanhã outra, caçar de manhã, pescar à tarde, pastorear a noite, fazer crítica depois da refeição, e tudo isto a meu bel-prazer, sem por isso me tornar exclusivamente caçador, pescador ou crítico.” (MARX; ENGELS, A Ideologia Alemã)

  17. “Todo homem se dedica a criar para o outro uma necessidade nova para forçá-lo a um novo sacrifício, para colocá-lo numa nova dependência e empurrá-lo para um novo modo de fruição, e desse modo, para a ruína econômica. Cada um busca criar uma força essencial estranha que domina os outros homens para encontrar aí a satisfação de sua própria necessidade egoísta. Com a massa de objetos aumenta também o império de seres estranhos ao qual o homem está submetido e todo o produto novo reforça ainda mais o engano recíproco e a pilhagem mútua” (MARX, Karl. Manuscritos Econômico-Filosóficos)

  18. Tido como perigoso durante décadas, o ovo foi reabilitado por pesquisadores do mundo todo…

    Este é o mesmo ovo que Colombo – ora genovês, ora português, ora espanhol, a depender dos “estudos baseados em análises bibliográficas, estatísticas, controle de pares cegos e repetição dos resultados”… – pusera de pé, que segundo sua experiência, era inquestionável…

  19. Lucas,

    Se você diz que o aspecto simbólico está presente mesmo nos remédios com compostos verificáveis, isto é algo trivial, qualquer primeiro anista de qualquer curso de ciências humanas estuda isto exaustivamente.
    O que interessa é que nos remédios homeopáticos somente existe o efeito placebo e que tal efeito se baseia exclusivamente na sugestão sobre a eficácia de um dado composto, o que é falso, pois não existe nenhum composto ali capaz de realizar tal procedimento. Se a partir disto você tentar igualar o composto químico e o simbólico, eu já não terei como discutir com você, porque verei surgir uma modalidade de confusão análoga a que permite a aproximação do marxismo ao relativismo pós-moderno.

    Que os enganos constroem o mundo todos estão cansados de saber. O que interessa é saber que tipo de mundo pode advir da generalização de relações desse tipo?
    O comentário que apela para a fé na autoridade dos amigos cientistas é exemplar neste sentido. Pelo mesmo caminho de questões que ele levanta seríamos todos obrigados acreditar em Deus, porque as igrejas existem aí aos montes e não existiriam motivos para elas estarei ali senão o poder sobrenatural divino. O que quero dizer é que o problema do uso da homeopatia está para muito além da própria homeopatia, mas é antes um indicativo da fetichização de determinadas relações de hierarquia que são em sua natureza contrárias ao propósito de emancipação dos trabalhadores.

    Por outro lado, o conhecimento científico já demonstrou na história o seu enorme potencial de transformação e avanço sobre o mundo. Obviamente podemos ver os problemas que a fetichização do seu status também trouxe às relações sociais, seguindo um comportamento, diga-se de passagem, avesso aos princípios mais básicos do método científico. A ciência oferece investigação e afirmações provisórias. O misticismo oferece resignação e afirmações imutáveis. Que sujeitos históricos se formam a partir da projeção de cada um desses elementos? Quais características de cada uma das modalidades de sociabilização oferece elementos mais interessantes para a construção da identidade de classe?

    A respeito da homeopatia, seu status, eficácia e mercado, eu sugiro a leitura de dois pequenos artigos que saíram na mídia: http://elpais.com/elpais/2016/03/01/ciencia/1456856774_534268.html
    http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/08/ciencia/1457437017_576363.html

    Por fim, eficácia nem sempre é menos trabalho, pensar assim é uma fetichização absurda. Eficiência só é menos trabalho quando ela vem agregada a avanço nas relações sociais e mudanças qualitativas nos métodos e processos de trabalho. Quando ela é mera intensificação dos mesmos processos, diminuição da porosidade do tempo, significa mais trabalho e ainda sim isso é tida como mais eficiência administrativa e econômica, embora tenha seu complemento esteja na regressão das relações sociais e no amplo uso da repressão.

  20. CIÊNCIA VERDADEIRA E MISTICISMO “BRAÇO ESQUERDO DO IMPERIALISMO”
    Você ainda não entendeu do que se trata o placebo. Ele não é a crença na efetividade de um composto “que na verdade não é efetivo”. Ele é a crença em que ALGO possa te ajudar, pode ser um remédio falso, pode ser um ritual louco, pode ser a presença de alguém importante. E o efeito placebo, sua existência inegável, é em realidade a PROVA de que ALGO qualquer pode sim “realizar tal procedimento”. Isso é o efeito placebo. Quando esse algo simplesmente não é capaz de realizar procedimento algum, oras, não existe aí efeito placebo!
    E é mais. Para lutar pelo comunismo só é possível tendo muita, mas muuuita fé. Porque sem sombra de dúvidas não existe o menor indício nesse mundo de que os homens e as mulheres um dia se emanciparão.

  21. Lucas, acho melhor você limpar as remelas dos olhos e reler o que eu disse. Eu não falei que o placebo é crença na efetividade de um composto que não é efetivo [?] e sim que a homeopatia se encaixa nesta definição. As pessoas não tomam placebo nos remédios homeopáticos, tomam homeopatia achando que aquilo irá curá-las e que, no entanto, é a crença nas propriedades do remédio que ativa a homeopatia. Mas considerando os artigos que coloquei (onde há a indicação da existência de estudos científicos sobre a homeopatia), boa parte do que se crê ser uma cura por fatores externos (homeopatia e efeito placebo) na verdade é uma reação natural do organismo que realiza sozinho a cura contra a maior parte das doenças.
    Mas quando existe uma esquerda que ao invés de apontar as relações objetivas de emancipação prefere sustentar a construção do novo mundo na fé, vejo que a volta do tempo dos reis taumaturgos não encontrará nenhuma resistência eficiente nela. Deve ser por isso que até hoje não enterraram Lênin e o mantém embalsamado como um totem.

  22. NOVES FORA MARX ou DISSENTIMENTO
    Acoplamento promissor: fede(+) & fede(-).
    El* anarcogay. Althusserianolésbica el@.
    por excesso de argumentos
    decidem separar os panos

  23. “Partiremos de um fato econômico contemporâneo. O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata à medida que cria mais bens. A desvalorização do mundo humano aumenta na razão direta do aumento de valor do mundo dos objetos. O trabalho não cria apenas objetos; ele também se produz a si mesmo e ao trabalhador como uma mercadoria, e, deveras, na mesma proporção em que produz bens” (Marx -Manuscritos Econômico-Filosóficos)

    Ou seja:

    “Embora soe como piada, o negócio da homeopatia gera enormes quantidades de dinheiro, e seus seguidores somam milhões em todo o mundo”(http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/08/ciencia/1457437017_576363.html).

    Assim como:

    (…) Pelos padrões americanos, cada vez menos americanos vão ter sucesso na vida. Perdem o emprego e não vão conseguir outro; perdem filhos para a violência ou as drogas; estão deprimidos demais para mudar de vida; tomam um remédio para uma doença e o remédio provoca outro problema, que exige outro remédio, que causa outro problema, e dá-lhe mais remédios, e mais problemas, e por aí vai – até que o próprio processo de cura mate o paciente. Isso se ele tiver dinheiro para os remédios. (http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,triunfo-do-fracasso26,10000053838)

    Moral da história:

    Não esquenta a cabeça, se não o chifre derrete…

  24. Eu fico a meio campo e quedo desconfiado de todas estas formulações. De fato, homeopatia não é uma panacéia, mas tem ocupado um papel como uma das vertentes de medicina válidas. Mas o Pedro levantou uma questão importante: em que medida não estarão os laboratórios multinacionais dos medicamentos querendo destruir a credibilidade da homeopatia para depois ocupar seus mercados? Me parece que vocês estão sendo um pouco ingênuos em relação a isso. Estive em Cuba e lá boa parte da medicina é homeopática, até por conta do longo embargo e dificuldade de importar medicamentos. E ao que consta, ela foi utilizada com êxito no combate à Dengue. Não me parece que um mero placebo iria controlar um surto de dengue. Então, algum fundamento há sim, e o Pedro evocou algo eletromagnético ou impressão molecular. Isso merece ser cientificamente mais investigado sim. Cuidado com as materias compradas pelos lobbys farmaceuticos.

  25. O argumento sobre as possibilidades subatômicas não passa de especulação e crendice pseudocientífica. Os tais físicos mesmo admitiram no diálogo narrado que não tem como colocar em teste esta hipótese, então até lá não dá pra levar isso a sério, até porque são ilações francamente contrárias ao que se conhece hoje sobre a química, biologia e a própria física.
    Alguém sabe qual é o tratamento da dengue? Analgésico e cama. Até existe uma vacina, mas que tem só 52% de eficácia contra quem nunca contraiu a doença. Agora, homeopatia “no combate à Dengue”? Acho que alguém extrapolou o slogan da campanha do governo federal, pq até onde se sabe o único jeito de “combater a dengue” é eliminando o mosquito que é seu o vetor. Quando não é preciso fazer nada a homeopatia se mostra um excelente remédio.
    No mais, o argumento sobre a indústria farmacêutica faz parte do rol das teorias conspiratórias, que simplesmente desconsideram todo o trabalho de cientistas na elaboração dos remédios. É um jeito muito fácil esse de colocar em suspeição todo um trabalho, mas ir lá e fazer uma crítica interna sobre a metodologia empregue ninguém quer. Isso me faz concluir que os críticos dos métodos científicos só conhecem o mito sobre a ciência e não a prática científica de fato.
    Ah, e pro amigo que falou que vacinas seguem o princípio da homeopatia, falta um pouco de conhecimento sobre, então colo aqui dois links para dar mais notícias (pelo menos estes aqui não poderão acusar de serem matérias pagas):

    http://www.universoracionalista.org/uma-introducao-a-homeopatia/
    http://www.universoracionalista.org/homeopatia-nao-funciona-diz-estudo/

  26. HOMEOPATIA x ALOPATIA ou EXCIPIÊNCIA DO INCIPIENTE
    Alquimia de temporalidades incôngruas: fim do começo e começo do fim intervertem-se e transmudam colapso epocal em luta final.
    HIC&NUNC!
    EREHWON!
    KAIROS!

  27. Se eu fosse uma daquelas pessoas que estuda anos e anos para obter um diploma, depois estuda mais anos e anos para desenvolver a cura de uma doença, e alguém viesse insinuar que meus anos de estudo, meus anos de pesquisa e trabalho não passam de uma conspiração dos laboratórios multinacionais para destruir a credibilidade da homeopatia… Eu daria umas risadas e depois voltaria a coisas mais sérias.

  28. Não dá pra discutir nem com misticos de crendice e nem com religiosos da física mecânica. Insisto que todos os lados estão errados neste aspecto. Troca-se uma religião por outra. Porque a física quantica é tão ameaçadora? Ela justamente permitiria, com o tempo, a superação de argumentos “misticos”. Quando um físico diz isso, é uma hipótese séria que tem que ser investigada sim…

  29. Por esse raciocínio de vocês, a teoria do valor-trabalho de Marx então teria que ser descartada, porque ninguém conseguiu “ver” ou “mesurar” o tal “valor”…. e dá-lhe escola austríaca e mimimises a acusar os marxistas de metafísicos.

  30. Quem acha que o tal valor ainda não foi visto e nem é mensurável devia tricotar por uma hora uma roupinha e tentar vender ela na rua por 1 milhão de reais, ou deveria colocar o carro a venda por 5 centavos e ver quanto demora para surgir um comprador. Valor é trabalho socialmente necessário, o que oscila o tempo todo, de acordo com o desenvolvimento das técnicas produtivas, a facilidade de acesso à matéria prima, etc. Por isso enquanto bebemos a latinha de coca-cola o valor dela está sofrendo mutações para cima ou para baixo, que às vezes resultam em efeito retroativo no valor de algo, como por exemplo quando uma catástrofe destrói a plantação de trigo e a seguir o preço do pão aumenta – pão feito com um trigo que foi comprado pelo valor (preço) antigo. O valor é medido e paupável sempre que não pagamos um preço em algo porque “é fácil fazer” ou quando pagamos felizes porque “dá um trabalhão fazer isso”. Em cada compra e venda, inclusive da nossa força de trabalho, estamos comprovando que a lei do valor vige, e estamos medindo o valor. Outra coisa, o valor diz respeto à produção futura, ao que seria necessário para produzir outro produto daquele, que tem assim seu valor estabelecido, não com base no valor passado, dos elementos que de fato entraram na produção dele, mas no futuro, dos elementos que entrarão para se fazer uma “cópia” do produto ou serviço a ser consumido.

  31. PO(O)R MARX ou ESSÊNCIAvalor X FENÔMENOpreço
    Valor – incluída a mais-valia – é algo criado mediante a apropriação de (mais-)trabalho. Sua órbita é a produção.
    Preço é a expressão monetária do valor. Sua esfera é a circulação de mercadorias – entre elas, a força de trabalho e a moeda.
    Infelizmente, não desenho bem…

  32. Pablo,

    Que o valor econômico exista ok. Mas a teoria do valor-trabalho do Marx é isso: apenas uma teoria, e está no nível que estão colocando aqui a homeopatia.

    Valor é convenção, e não trabalho “cristalizado”.

    Castoriadis escreveu muito bem sobre isso: http://eclass.uoa.gr/modules/document/file.php/ECON252/Ancient%20Economic%20Thought/castoriadis_aristotle_marx1978.pdf

    Esse tem tem tradução brasileira e foi publicado em algum tomo que não me recordo qual do Encruzilhadas do labirinto.

  33. Juka,

    Não me entenda mal. Se alguns físicos acreditam que há algum fundamento na homeopatia com base na teoria quântica, devem ir lá pesquisar e jogar na nossa cara [minha e de outros céticos] que uma teoria bioquímica sem fundamento bioquímico de 200 anos atrás está correta. Eu não teria problema nenhum com a homeopatia se isto ocorresse. Só que crer nesta hipótese não a torna verdadeira. Na Europa, a homeopatia teve a oportunidade de mostrar seu valor com cátedras exclusivamente dedicadas ao seu estudo e até agora nada. A ciência trabalha com comprovação e repetição de resultados obtidos, prática que é base importante de seu método. Sem isto sua evocação não passa, tal como disse anteriormente, de crendice pseudocientífica.

    E a crença na homeopatia se sustenta em parte na base da confusão. Um comentarista parece ter igualado o testar uma hipótese com o “”ver”” ou “”mensurar””. Outro faz a comparação entre um objeto de investigação físico-químico e outro objeto de investigação social sem mediação alguma, como se por não ser possível colocar as relações sociais na lente de um microscópio [ou de um telescópio], não fosse igualmente possível testar hipóteses no âmbito social.

    Aqui um textinho rápido e bem didático sobre a diferença entre hipótese, teoria e lei científica. http://www.universoracionalista.org/hipotese-teoria-ou-lei/
    Notem que pelo elencado no texto a homeopatia não passaria nem mesmo por hipótese, tanto porque não se sustenta em conhecimentos científicos anteriores, como porque não passa pela comprovação posterior.

    E pra quem quiser se divertir um pouco, vejam como terminou essa tentativa coletiva de suicídio baseada em uma overdose de “remédios” homeopáticos: http://miltonribeiro.sul21.com.br/2016/06/01/na-inglaterra-fracassa-suicidio-coletivo-homeopatico/

  34. Rodrigo,

    Sempre me incomodou em pessoas que gostam de homeopatia uma certa falta de interesse em acharem importante explicar o mecanismo de ação, até hoje não explicado.

    Agora, essa piada da tentativa de suicídio com remédio homeopático não serve nem como piada, a não ser da ignorância de quem fez a ‘brincadeira’. Tratam o remédio homeopático como se tivesse a mesma lógica do alopático, em que a concentração que determina sua potência. Além disso, a homeopatia é procurada por muita gente, além do baixo custo, porque os efeitos colaterais são inexistentes, ou os riscos incomparavelmente menores que os alopáticos.

    Eu não me interesso em estudos sobre eficácia da homeopatia, mas é só dar uma pesquisada rápida na internet que aparecerão diversos estudos com critérios científicos que comprovam a eficácia da homeopatia.

    É curioso que muitos comentaristas deste site parece que tomam como cavalo de batalha a defesa da ciência contra um irracionalismo (no que estou de acordo), mas viram o fio muito rapidamente confundindo ciência com as tecnologias hegemônicas, carregadas evidentemente dos valores e interesses dominantes. Já já vão defender o taylorismo como a organização científica do trabalho, sendo outra forma de organização irracional e mística.

  35. Transformaram o valor agora em “convenção”… Pensei que fosse luta.

  36. Leo, vc matou a questão. Isso no mínimo é má-fé: colocar a homeopatia no mesmo nível de babaquices hippies como misticismo ufológico ou cura com cristais. Homeopatia é coisa séria, é sujeita a procedimentos laboratoriais complexos, que envolvem inúmeras regras de armazenamento, processamento, diluição, estoque, além dos cuidados em relação à interferência da luz, de fontes eletromagnéticas e aparelhos eletrônicos sobre os compostos. Homeopatia é assunto de médico; foi defendida por Luc Montagnier, premio Nobel e descobridor da AIDS. Grande quantidade de pesquisas foi publicada demonstrando resultados da homeopatia em revistas médicas e científicas, e basta dar uma pesquisada que achamos muitos artigos destes. Também é uma modalidade de medicina que é reconhecida pela OMS. Agora, é curioso que só vi citarem artigos de jornais. Por favor, se querem combater a homeopatia com bons argumentos, mostrem então artigos científicos sérios.
    Mais uma questão de fundo: a homeopatia tem implicações políticas interessantes, na medida em que trabalha com leis da natureza, isto é, a capacidade do próprio organismo gerar sua cura. A alopatia, cujo valor é indiscutível, trabalha com uma matriz de intervenção de fora para dentro, sem trabalhar com a força curativa interna. Isso remonta as discussões entre a medicina hipocratica, a qual defende a capacidade e autonomia do organismo na cura, e a galeniana, que defende a intervenção externa. Então, isso demonstra uma determinada concepção de corpo, de saúde, de homem, que tem implicações políticas importantes.

  37. Eu concordo com o José. Desculpem-me, respeito muito este periódico, mas acho que realmente isso foi desnecessário. Choquei-me até, confesso, ao ver este ataque à homeopatia num site de esquerda, pois geralmente vejo comentários assim em meios de direita. Me trato com homeopatia há muitos anos e sempre vi resultados a longo prazo. Vejo os ataques recentes à homeopatia, em países como a Austrália, por exemplo, intrinsecamente ligados aos interesses da indústria farmacêutica. Engraçado que em Cuba, a homeopatia é muito respeitada e tratada enquanto uma ciência.

  38. P.S.: No que tange à física quântica, digo apenas aos céticos: estudem-na.

  39. Saudações à todos os relativistas epistêmicos – que se revelaram muitos e nos lugares mais inesperados. Leiam Sokal (e chorem de vergonha). um abraço

  40. É de um absurdo sem tamanho essa discussão toda a respeito de um Flagrante Delito. Mas ela ao menos serve para mostrar o nível de obscurantismo em que caiu a esquerda em geral.

    Paulo cita – e cita muito mal – o Montagnier como argumento de autoridade em defesa da homeopatia. Ora, Montagnier escreveu um artigo bizarro e muito contestado sobre teleportação de DNA (http://scienceblogs.com/pharyngula/2011/01/24/it-almost-makes-me-disbelieve/). Um artigo tão bizarro que levou um cientista respeitado indicá-lo ao prêmio IgNobel de 2009 (http://www.quackometer.net/blog/2009/10/why-i-am-nominating-luc-montagnier-for.html).

    A ciência não pode se basear na autoridade de um cientista, mas no rigor do método científico: repetição do experimento por grupos independentes, revisão de artigos por pares, esses trabalhos enfadonhos que muita gente tem preguiça de fazer.

    Além do mais, ser laureado com Nobel não torna o sujeito imune a crendices excêntricas. Já tivemos laureados que acreditam em telepatia (https://en.wikipedia.org/wiki/Brian_Josephson), que defendiam sem dó o uso da vitamina C para curar o câncer (https://en.wikipedia.org/wiki/Linus_Pauling) e até um que acredita em astrologia e diz ter se encontrado um guaxinim fluorescente extraterrestre (https://en.wikipedia.org/wiki/Kary_Mullis).

    Mas Paulo diz haver muitos artigos demonstrando os efeitos da homeopatia publicados em revistas médicas e científicas. Desafio-o a encontrar um artigo relevante sequer em qualquer revista médica ou científica respeitada demonstrando tal coisa.

  41. P.S. aos não céticos: reforço a sugestão do Rodrigo, leiam Sokal! E, se forem estudar física quântica, estudem-na de verdade e não através de divulgadores místicos de meia tigela.

  42. Vamos começar por Leoni Villano Bonamin (org). “Signal and Images: contributions and contradictions about high dilution research.” (2008) – Grupo Internacional de Pesquisa sobre o Infinitesimal.
    Coletânea de pesquisas sérias que investigam os mecanismos das altas diluições.

    Livro em cinco partes: “Epistemologia”, “Pesquisa básica em modelos de física”, “Pesquisa básica em modelos biológicos”, “Pesquisa clínica”, “Pesquisa e prática clínica veterinária”.

    Essa coletânea discute fatores favoráveis e contrários à homeopatia, sem simplesmente descartá-la como pseudociência.

  43. Viva a Era THX!

    Pobres crentes e supersticiosos! Pobres teoristas de conspirações!

    Não sabem que os homens da ciência, embora financiados pelos Estados e pelos capitais privados, têm a plena consciência de seus papéis e que são puros de almas e desejam em seus corações só o bem da humanidade? Que pesquisas são patrocinadas para satisfazer tão somente as necessidades humanas? Que o lucro é apenas uma consequência dessas ações progressistas?

    Seus fanáticos religiosos! Não se esqueçam que somos tão somente um maravilhoso e belo amontoado de átomos, e que nossos pensamentos e sentimentos não passam de meros impulsos elétricos e reações químicas, e que só a ciência positivista e racionalista, e tão somente ela, nos trará a felicidade plena e, quem sabe, a imortalidade.

    A tristeza, a dor, a raiva, nada de ruim será mais sentido ou vivido, posto que os cientistas encontrarão todos os bloqueadores hormonais e afins e, através dos avanços tecnológicos e informacionais seremos protegidos 24 horas por dia destas mazelas que serão coisa do passado.

    Só a ciência pode salvar o progressivo número de depressivos e suicidas que, mesmo se tratando com a ciência positivista e racionalista, as vezes por anos a fio, continuam deprimidos e se suicidando…

    Só com as bênçãos da ciência evoluiremos para sermos não THX 1138, pois este não foi aprovado no controle de qualidade, mas THX1139, THX1140 e assim por diante…

  44. Stalinistas pararam na física mecânica. Coitados! É uma religião mesmo, cheio de gordinhos barbudos e cabeludos que leram Ludo Martens e acreditam em Stalin, ou genéricos.

  45. Homeopatia é um objeto de estudo, não uma panacéia nem um engodo místico. É sim um objeto digno de trabalho e estudos, porque não? Apenas gostaria de dizer que os companheiros aqui desprezaram uma fonte de pesquisa importantíssima: os cadernos e fichários clínicos de pacientes. Médicos, seja alopatas ou homeopatas, produzem fichas e cadernos de fichários de pacientes e grupos de pacientes. Hospitais também o produzem. Neste material são anotados os diagnósticos, tratamentos, e reações dos pacientes. Logo, deve haver toneladas destes materiais clinicos em arquivos de medicos homeopatas vivos ou mortos, e em hospitais e instituições de saúde que empregaram a homeopatia. Nesses materiais podemos estudar inclusive de forma quantitativa e estatística as reações dos pacientes aos medicamentos. Não sou médico homeopata, e quase sempre trabalho com alopatia. Mas pelos históricos clínicos de colegas e em hospitais em que trabalhei, vi que esta forma de tratamento possui sim efetividade visível, embora não para todos os tipos de doenças. Então, minha sugestão é que a discussão incorpore este tipo de fontes. Acho especialmente grave que companheiros que presumo serem das áreas das ciências humanas desprezem este tipo de documentação que é tão valiosa para historiadores e epidemiologistas. Também declaro aqui que é preciso mais cuidado e respeito com bons profissionais médicos e sistemas de saúde sérios que usam a homeopatia, e de forma nenhuma são misticos ou charlatães.

  46. Não consigo visualizar os comentários anteriores deste “Flagrantes Delitos” Poderiam me ajudar? Obrigada

  47. Cara leitora,

    Havia um problema técnico no site que já foi resolvido. Os comentários estão disponíveis novamente.

    Cordialmente,
    Coletivo Passa Palavra

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