Estava numa roda com amigos que tocam juntos numa banda. “Vocês foram na ocupação da Funarte? A gente podia marcar de se apresentar lá…”, sugere um deles. Esperando um comentário crítico, pergunto pra um dos membros da banda que é militante: “e aí mano, que cê ia achar? Será que não seria mais daora fortalecer uma ocupação de outro tipo, uma escola, ou na fábrica de cultura que tá ocupada..?”. Com tranquilidade, ele esclarece: “tocar na Funarte ia ser muito bom pra banda, além de ter uns baita equipamentos, é um dos melhores lugares pra promover nosso trabalho, todos os contatos importantes tão circulando lá. Não tem nada a ver com luta…” Passa Palavra

3 COMENTÁRIOS

  1. Até que enfim uma publicação que vai direto ao ponto. Para muitos, a esquerda é apenas um mercado, uma rede de contatos, uma forma de se vender no mundo. Muitos fazem toda uma carreira nesse meio, sem nunca correrem um único risco e lucrando bem ao final.

    Não tem nada a ver com luta: bolsas, cargos em universidades, institutos, ONGs, captação de recursos, livros, editoras, há todo um mercado da esquerda. Não tem nada a ver com luta.

  2. daora aut odara
    clínicodogmático versus kairospragmático é uma disjunção exclusiva & nada a ver com a dialética…

  3. Para as esquerdas, muitos são os mercados. Para os mercados, muitas são as esquerdas.

    Pode ser Dólar, Euro, ou Real… as mesmas moedas que alimentam e fazem circular o capital, são as mesmas moedas que alimentam e “FAZEM CIRCULAR” muitas lutas (inclusas aí – e, talvez, principalmente- as libertárias). E o mesmo se pode falar da mercadoria, seja ela transgênica ou orgânica, industrializada ou artesanal, nacional ou estrangeira, etc.

    Por isso, ainda que sejam possíveis, e (talvez?) até necessárias, todas formas de amor e de culturas, no final das contas, uma antiga canção CONTINUA atual:

    (…)

    Minha dor é perceber que apesar de termos
    Feito tudo, tudo, tudo, tudo o que fizemos
    Nós ainda somos os mesmos e vivemos
    Ainda somos os mesmos e vivemos
    Ainda somos os mesmos e vivemos
    Como os nossos pais…

    PS: Moral da história: Onde está o Belchior?

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