Os dirigentes bolchevistas lastimaram-se da Alemanha revolucionária ter posto em risco a segurança da Rússia ao destruir o equilíbrio das potências. Por João Bernardo

Originalmente publicado como terceira seção do capítulo 2 da parte 3 do livro Labirintos do Fascismo: nas encruzilhadas da ordem e da revolta (Lisboa: Edição do Autor, 2015, pp. 615-638), de João Bernardo, que autorizou sua reprodução na série especial de artigos publicados pelo Passa Palavra em comemoração aos cem anos da Revolução Russa. Foram mantidas a grafia e a sintaxe originais, mas as notas foram renumeradas para se adequar ao formato de um artigo dividido em partes, que serão publicadas semanalmente. Leia as demais partes da série clicando aqui.

Assim se compreende que desde antes do começo da guerra civil, Trotsky, à frente do Comissariado da Guerra, tivesse recorrido sistematicamente à colaboração de antigos oficiais czaristas, colocando-os em todos os níveis da hierarquia e atribuindo-lhes cargos de suprema responsabilidade[1]. Segundo ele, no começo de 1919 mais de trinta mil oficiais das antigas forças armadas czaristas haviam sido recrutados pelo Exército Vermelho[2] e até ao final da guerra civil o seu número elevou-se a cinquenta mil, o que correspondia a 40% dos corpos de comando[3]. Ao mesmo tempo, levando a cabo a outra face deste processo, Trotsky conduziu uma campanha contra os comités de soldados e contra a eleição dos comandantes pelos soldados, e restabeleceu a antiga disciplina nas fileiras do novo exército[4]. Em Abril de 1918 o sistema de recrutamento voluntário, até então empregue nas tropas revolucionárias, foi substituído pelo recrutamento obrigatório; e três meses depois passaram a convocar-se pessoas de todas as proveniências sociais, ficando cancelado o carácter de classe do serviço militar, que antes fora reservado aos operários e camponeses[5]. A Guarda Vermelha, que no Verão de 1917 surgira como uma milícia dos comités de fábrica de Petrogrado[6], viu-se convertida no Exército Vermelho e entregue ao comando dos seus piores inimigos. Ficaram assim transformados numa força hierarquizada os destacamentos que haviam resultado da deserção colectiva e da insurreição contra aqueles oficiais a quem tinham agora de obedecer. Seguindo o mesmo critério, durante a guerra civil Trotsky conseguiu desarticular inúmeras guerrilhas que combatiam as tropas brancas e sujeitou os seus membros — aqueles que não mandou chacinar — a uma estrita disciplina militarista[7]. Nas suas Memórias, não sei se com considerável cinismo ou inesperada candura, logo depois de pretender que era inteiramente natural que dezenas de milhares de antigos oficiais do imperador se sentissem cativados «pela força de atracção da nossa moral revolucionária», Trotsky escreveu: «Os comunistas não se adaptaram facilmente ao trabalho do exército. Foi necessário proceder a uma selecção e a uma educação»[8]. Quem sabe se era a atracção que os oficiais de carreira sentiam pela moral bolchevista que levava os comunistas a não se adaptarem facilmente ao trabalho do exército? Quem havia mudado? Ter-se-iam tornado vermelhos os trinta mil ou cinquenta mil oficiais czaristas ou fora o exército a manter só o nome da sua cor?

Lenin em direção ao Congresso dos Sovietes de Toda Rússia, 1918

A estreita relação entre a questão da terra e a questão da guerra, que fizera fracassar a democracia instaurada em Fevereiro de 1917 e permitira a insurreição bolchevista de Outubro, reproduziu-se sob uma forma inversa em 1918. Tal como havia depois de suceder noutras ocasiões, foi através da disciplina militar que um processo social libertador se converteu num processo de renovação dos sistemas de exploração. Mostrando-se incapazes de continuar o ímpeto internacionalista, o proletariado industrial russo e sobretudo os camponeses deixaram os aspectos concretos da questão social ser tratados em Brest-Litovsk nos termos abstractos do interesse nacional. Foi isto que esteve em jogo no decurso das conversações entre os dirigentes bolchevistas e os representantes das Potências Centrais, quando a revolução à escala europeia foi pela primeira vez arbitrariamente identificada com a necessidade de assegurar o êxito do Estado soviético na Rússia. Nas «Teses sobre a Conclusão Imediata de uma Paz Separada e Anexionista» Lenin escreveu, em Janeiro de 1918: «Ao assinarmos uma paz separada estamos a libertar-nos, tanto quanto isso é hoje possível, de ambos os grupos imperialistas inimigos, aproveitando-nos da sua hostilidade recíproca e da guerra, que os impedem de se entenderem à nossa custa»[9]. E um historiador erudito e atento observou que «mediava apenas um pequeno passo entre este reconhecimento do valor pragmático das divisões no campo inimigo e a sua exploração consciente em benefício da política externa soviética»[10]. Parece-me incontestável que o pacto germano-soviético de 1939 esteve na sequência directa da paz assinada em Brest-Litovsk duas dezenas de anos antes[11].

Na reunião do comité central bolchevista em 22 de Fevereiro de 1918 a oposição de esquerda, contando com a maioria daqueles que antes se haviam pronunciado a favor da guerra revolucionária, exigiu que se recusasse qualquer assistência prestada pela Entente contra a invasão alemã, mas foi derrotada por um voto, e Bukharin apresentou a demissão de membro do comité central e de director da Pravda[12], cargos a que haveria de regressar quatro ou cinco meses mais tarde[13]. A 20 de Março um membro da missão militar francesa, um dos raros diplomatas favoráveis ao poder soviético, convenceu Trotsky a requerer a presença de quarenta oficiais franceses que prestassem ajuda técnica e ajudassem a reorganizar o Exército Vermelho. Como Trotsky começara já a recrutar antigos oficiais czaristas, decerto o projecto lhe agradou, mas nada conseguiu[14]. No dia seguinte Trotsky procurou, também sem resultado, obter auxílio de especialistas militares dos Estados Unidos e ainda em Maio se esforçava por persuadir a Entente a apoiá-lo contra as tropas germânicas[15].

Mas depressa se inverteram os termos da equação. No segundo trimestre de 1918 tornou-se incontroversa a hostilidade dos antigos aliados da Rússia, que começaram a intervir militarmente na guerra civil, e os dirigentes bolchevistas passaram então a depositar as esperanças no outro lado e tentaram aproximar-se da Alemanha para se contrapor ao novo perigo[16]. Em 1 de Agosto, perante os desembarques britânicos em solo russo, o comissário do povo para os Negócios Estrangeiros, Tchitcherin, propôs ao embaixador germânico que os soviéticos e os alemães encetassem operações militares paralelas e que as tropas germânicas, apoiadas pelo exército finlandês que dois meses e meio antes acabara de esmagar os comunistas do seu país numa sangrenta guerra civil, penetrassem no território soviético para se bater contra os soldados da Entente[17]. O governo bolchevista, que com espaventosas fanfarras havia renunciado a qualquer diplomacia secreta[18], usou-a pela primeira vez num dos acordos assinados com o governo alemão em 27 de Agosto de 1918. Segundo a versão pública, em troca da evacuação da Bielo-Rússia pelos alemães, os soviéticos renunciavam a todos os direitos de soberania sobre a Estónia e a Letónia e reconheciam a independência da Geórgia, que era então um verdadeiro protectorado germânico. Além disso, como relatou um historiador, «a Rússia Soviética comprometia-se a “empregar todos os meios à sua disposição para expulsar as forças da Entente dos territórios do norte da Rússia, em cumprimento do seu estatuto de neutralidade”. Se não o conseguisse, a Alemanha — e esta era uma das condições relegadas para a troca secreta de notas — “ver-se-ia obrigada a empreender essa acção, se necessário com a ajuda de tropas finlandesas”, e a Rússia “não encararia esta intervenção como um acto hostil”»[19]. Ao apresentar os acordos para ratificação no Comité Executivo Central Pan-Russo dos Sovietes, Tchitcherin mencionou a «coabitação pacífica» dos dois Estados, antecipando uma terminologia que haveria de ter um vasto uso[20]. Mas os alemães estavam numa situação militar em que já não lhes eram permitidas novas aventuras.

A revolução eclode em Berlim, 1918

Em Outubro e Novembro de 1918 ocorreu a tão desejada revolução na Alemanha. Os marinheiros e soldados e o operariado das cidades derrubaram a monarquia, impuseram a paz, criaram conselhos governativos tal como sucedera na Rússia — e o que escreveu Trotsky a este respeito? «Foi no Outono de 1918, depois da derrocada dos exércitos alemães, que atravessámos o momento mais crítico da nossa situação internacional», declarou ele num livro publicado pela primeira vez em 1920 e onde polemizou com um ilustre representante da social-democracia germânica. «Em vez de dois campos poderosos, que se neutralizavam mais ou menos um ao outro, tínhamos perante nós a Entente vitoriosa, no auge do seu poder mundial, e a Alemanha esmagada, cuja canalha fidalga se teria sentido muito feliz por despedaçar com os dentes o proletariado russo a troco de um osso lançado da cozinha de Clemenceau»[21]. Os dirigentes bolchevistas, que antes haviam invocado o atraso da revolução alemã para justificar a capitulação em Brest-Litovsk, lastimaram-se depois pelo facto de a Alemanha revolucionária ter posto em risco a segurança da Rússia ao destruir o equilíbrio das potências. A política externa assente na expansão dos processos insurreccionais fora esquecida a tal ponto que mesmo Trotsky, o mais apregoado arauto do internacionalismo, não sabia senão manobrar entre blocos imperialistas rivais. Nos primeiros meses de 1920, quando julgava estar terminada a guerra civil na Rússia, o governo soviético repetiu em todos os tons o desejo de coexistência pacífica com os Estados capitalistas[22]. E esta orientação não foi ditada por nenhuma apatia do movimento operário nos outros países, visto que eram então numerosas e eficazes as acções prosseguidas pelos trabalhadores europeus em apoio ao regime bolchevista[23]. A política externa de Moscovo deixara de depender do processo revolucionário internacional.

Já em 1918 um panfleto publicado pelo partido bolchevista em defesa do tratado de paz de Brest-Litovsk, depois de afirmar que «ao sustentarmos o poder soviético estamos a apoiar da maneira melhor e mais eficaz o proletariado de todos os países» e que «não podia ocorrer agora um pior insucesso para a causa do socialismo do que o colapso do poder soviético na Rússia», extraiu a conclusão lógica: «Somos “defensistas”. Desde o dia 25 de Outubro de 1917 que conquistámos o direito de defender a pátria […] estamos a defender a pátria contra os imperialistas […] proclamamos que os interesses do socialismo, os interesses do socialismo mundial, são superiores aos interesses nacionais, superiores aos interesses do Estado. Somos “defensistas” da pátria socialista»[24]. Graças a esta perversão da dialéctica, que viria a ser tão usual, o internacionalismo pôde identificar-se com o patriotismo russo. E a diplomacia, que em Outubro de 1917 fora concebida como um meio de propaganda, decorrente da subordinação do Estado soviético aos objectivos do partido bolchevista, passou a ser entendida à maneira clássica, como um instrumento das relações entre Estados, ficando a acção do partido subordinada aos interesses do Estado. O quadro prático justificativo do nacional-bolchevismo estava criado. Em 1919 Lenin escreveu no primeiro número do jornal da recém-fundada Internacional Comunista: «A nova terceira “Associação Internacional dos Trabalhadores” já começou a coincidir em certa medida com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas»[25].

Marinheiros insurrectos de Kiel, 1918

Entretanto, o auxílio económico e militar prestado às tropas brancas pelas grandes potências durante a guerra civil suscitara em alguns meios nacionalistas russos numerosíssimas adesões a um regime que se batia contra a agressão estrangeira. Tal como os oficiais do exército, os técnicos, administradores e burocratas e os antigos proprietários que ofereceram a sua colaboração ao regime soviético haviam passado a vê-lo, e com razão, não já como um factor de subversão da ordem social mas como uma oportunidade de restaurar o prestígio externo do país. Em 1920, quando o Exército Vermelho repeliu a agressão polaca e se lançou num avanço aparentemente irrefreável até às cercanias de Varsóvia, o que o proletariado europeu saudava como a marcha da revolução foi enaltecido por estes membros das antigas classes dominantes russas como uma guerra da nação contra um dos seus inimigos tradicionais[26]. «A guerra tornou-se nacional», escreveu Zinoviev na Pravda a 18 de Maio de 1920, três dias depois do início da contra-ofensiva. «Nós, comunistas, devemos encabeçar este movimento nacional que obterá o apoio de toda a população […]»[27]. Idênticos sentimentos seriam manifestados no ano seguinte por vários emigrados políticos, que defenderam a reconciliação com o regime comunista não num plano ideológico, mas em termos patrióticos[28]. Nesta altura Stalin preveniu contra as simpatias que tal tendência estava a obter entre os membros da administração soviética e afirmou num discurso que mesmo no seio do partido começara a difundir-se a ideia, promovida por certos emigrados, de que os bolchevistas conseguiriam realizar aquilo de que não haviam sido capazes os generais brancos e restabeleceriam a grandeza nacional da Rússia[29]. É irónico que, entre todos, tivesse sido Stalin a dizer isto, como se a história pretendesse deixar mais claras as marcas do seu curso sinuoso.

Zinoviev: «A guerra tornou-se nacional»

Em 1920, quando era ainda co-presidente do Partido Comunista da Alemanha, Paul Levi usou o seu habitual discernimento político ao escrever: «Os nossos camaradas russos constituem um poder de Estado e uma organização de massas. Enquanto poder de Estado, têm de empreender relativamente à burguesia medidas que jamais empreenderiam enquanto partido em prol das massas proletárias. […] É claro que, teoricamente, podemos admitir que exista aqui um perigo, o perigo de que, se os elos entre a Internacional Comunista e o poder de Estado se tornarem demasiado estreitos, a Internacional Comunista deixe de actuar como um partido ou um superpartido, por assim dizer, inspirado somente pela perspectiva do comunismo, e se envolva nos jogos diplomáticos entre as forças burguesas, que os bolchevistas têm de levar em consideração não enquanto partido, mas enquanto aparelho de Estado». Com a prudência exigida pelas circunstâncias, Levi acrescentou que «é um perigo teoricamente admissível, mas eu não consigo imaginar que ele possa tornar-se real» [30]. Todavia, como nenhum político perde tempo a discorrer acerca do impossível, a bom entendedor… Levi sabia do que estava a falar e as suas palavras soam como uma advertência muito séria, porque mais tarde não seriam apenas os defensores do «socialismo num só país» a confundir a revolução mundial com o patriotismo soviético. A Plataforma da oposição de esquerda unificada, difundida clandestinamente por ocasião do 15º Congresso do Partido Comunista Pan-Russo, em 1927, fez-se eco da mesma atitude, escrevendo que «somos pela defesa da pátria desde o dia 7 de Novembro de 1917»[31]. A moda pegou e em 1935 Georgi Dimitrov, no seu relatório ao 7º Congresso do Komintern, haveria de desnaturar o sentido de cada uma das palavras empregues quando declarou que «o internacionalismo proletário deve, por assim dizer, “aclimatar-se” em cada país, para se enraizar profundamente na terra natal»[32]. No termo do percurso inaugurado com a capitulação em Brest-Litovsk, a palavra internacionalismo passara a designar o seu exacto contrário.

Notas:

[1] E. H. Carr (1966) III 75-77, 275; I. Deutscher (1972) II 254 e segs. Segundo Isaac Deutscher, op. cit., II 129-130, logo nos dias seguintes à insurreição de Outubro Trotsky entregou a alguns oficiais do antigo exército czarista o comando da Guarda Vermelha numa operação contra tropas fiéis a Kerensky, o que suscitou protestos da parte de muitos bolchevistas e de socialistas-revolucionários de esquerda. O historiador fascista Benoist-Méchin (1964-1966) IV 216 n. 1 teve razão ao comparar a actuação de Trotsky, que recorrera ao recrutamento sistemático de oficiais czaristas para reorganizar o Exército Vermelho, à actuação do socialista de direita Noske, que também confiou a fundação da Reichswehr aos antigos oficiais do exército imperial e aos corpos francos, ambos sob o pretexto de que os trabalhadores e os militantes de esquerda nada conheciam das técnicas militares e era por isso necessário empregar especialistas. Noske e Trotsky contaram, evidentemente, com a aprovação de Benoist-Méchin.

[2] L. Trotsky (1970) 515. Vários historiadores reproduzem este número: Benoist-Méchin (1964-1966) IV 222; E. H. Carr (1966) III 274; I. Deutscher (1972) II 289; W. Duranty (1946) 76.

[3] L. Trotsky, «The Red Army», The Saturday Evening Post, 26 de Maio de 1934, reproduzido em G. Breitman et al. (orgs. 1972) 246-259. A informação mencionada encontra-se na pág. 255.

[4] I. Deutscher (1972) II 254.

[5] E. H. Carr (1966) III 75-77.

[6] Id., ibid., III 70.

[7] I. Deutscher (1972) II 268, 296-297.

[8] L. Trotsky (1970) 505.

[9] V. Lénine (1958) 468 (sub. Orig.).

[10] E. H. Carr (1966) III 53.

[11] Ivan Maisky, que foi desde 1932 até 1943 o embaixador soviético em Londres, invocou o tratado de paz de Brest-Litovsk para justificar a assinatura do pacto de Agosto de 1939 com o governo do Reich. Ver I. Maiski [s. d.] 167-168 e 193. Aliás, a crer em I. Deutscher (1964) 456 n.1, a propaganda staliniana empregou amplamente este argumento.

[12] E. H. Carr (1966) III 56-57.

[13] S. F. Cohen (1990) 100.

[14] E. H. Carr (1966) III 59. Isto não impediu L. Trotsky (1970) 293 de inverter a ordem dos acontecimentos e escrever que «em 1918 […] a missão militar francesa em Moscovo pôs à minha disposição oficiais no activo». Na pág. 415 Trotsky repetiu que a iniciativa coubera à missão francesa e atribuiu-a ao general Lavergne, quando na realidade o contacto se fez através do capitão Sadoul. Também na sua declaração pública difundida quando foi forçado a abandonar o exílio em França, a «Lettre Ouverte aux Ouvriers Français», 10 de Junho de 1935, Trotsky pretendeu que «os agentes oficiais da França procuraram-me e ofereceram-me uma ajuda mais substancial, em artilharia e provisões». Ver P. Broué (org. 1967) 504.

[15] E. H. Carr (1966) III 60, 88.

[16] Id., ibid., III 89 e segs.

[17] Id., ibid., III 92.

[18] «A supressão da diplomacia secreta é a condição prévia de uma política estrangeira honesta, popular e autenticamente democrática», escrevera Trotsky quando o governo soviético decidiu publicar os tratados secretos do czar. Esta citação encontra-se em I. Deutscher (1972) II 163.

[19] E. H. Carr (1966) III 94.

[20] Citado em id., ibid., III 95.

[21] L. Trotsky (1963 b) 191.

[22] E. H. Carr (1966) III 165-166.

[23] Id., ibid., III 276.

[24] Citado em id., ibid., III 67.

[25] Citado em id., ibid., III 133 (subs. Orig.).

[26] Id., ibid., I 375, II 187-188, III 273-274; I. Deutscher (1972) II 336-337.

[74} Citado em E. H. Carr (1966) III 273.

[28] I. Deutscher (1964) 301, 302 n. 1.

[29] E. H. Carr (1966) I 375-376.

[30] Citado em P. Broué (2006) 456-457. Referindo-se ao período em que Levi estava à frente do Partido Comunista alemão, Herbert Marcuse escreveu numa comunicação secreta apresentada em 10 de Julho de 1944 na Research and Analysis Branch do OSS que «Levi viu que era cada vez mais difícil manter-se relativamente independente do controlo do Komintern». Ver R. Laudani (org. 2013) 311. Na pág. 291 esclareceu-se que a autoria de Marcuse é provável, embora não confirmada.

[31] M. Pablo (org. 1957) 131.

[32] G. Dimitrov (1972) 80.

Referências:

Benoist-Méchin (1964-1966) Histoire de l’Armée Allemande, vols. I a VI, Paris: Albin Michel.

George Breitman e Bev Scott (orgs. 1972) Writings of Leon Trotsky (1933-34), Nova Iorque: Pathfinder.

Pierre Broué (org. 1967) Léon Trotsky. Le Mouvement Communiste en France (1919-1939), Paris: Minuit.

Pierre Broué (2006) The German Revolution, 1917-1923, Londres: The Merlin Press.

Edward Hallett Carr (1966) A History of Soviet Russia. The Bolshevik Revolution, 1917-1923, 3 vols., Harmondsworth: Penguin.

Stephen F. Cohen (1990) Bukharin. Uma Biografia Política, 1888-1938, São Paulo: Paz e Terra.

Isaac Deutscher (1964) Staline. Biographie Politique, Paris: Gallimard (Le Livre de Poche).

Isaac Deutscher (1972) Trotsky. I: Le Prophète Armé (1879-1921), 2 vols., Paris: Julliard e Union Générale d’Éditions (10/18).

Georges Dimitrov (1972) «L’Offensive du Fascisme et les Tâches de l’Internationale Communiste dans la Lutte pour l’Unité de la Classe Ouvrière contre le Fascisme. Rapport au VII e Congrès Mondial de l’Internationale Communiste, presenté le 2 Août, 1935», em Oeuvres Choisies, vol. II, [Sofia]: Sofia-Presse.

Walter Duranty (1946) Histoire de la Russie Soviétique, Paris: Stock.

Raffaele Laudani (org. 2013) Secret Reports on Nazi Germany. The Frankfurt School Contribution to the War Effort, Princeton, Nova Jersey e Oxford: Princeton University Press [e-book].

V. Lénine (1958) «Thèses sur la Conclusion Immédiate d’une Paix Séparée et Annexionniste», em Œuvres, vol. XXVI, Paris: Éditions Sociales, Moscovo: Éditions en Langues Étrangères (depois: Éditions du Progrès).

Michel Pablo (org. 1957) Les Bolcheviks contre Staline, 1923-1928, Paris: Quatrième Internationale.

Léon Trotsky (1970) Ma Vie, Paris: Gallimard (Le Livre de Poche).

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