Ainda que rotineiro, o curralismo sindical não deve passar batido. Por Passa Palavra

Enquanto o governo tenta impor as reformas trabalhista e da previdência, a conjuntura de crise econômica e austeridade aumenta a pressão sobre os trabalhadores no interior das empresas. As preocupações da maior parte da esquerda, apesar disso, passam longe dos locais de trabalho. Nesse sentido, é de se valorizar a iniciativa de militantes veteranos que, já passados dos 70 anos e enfrentando vários problemas de saúde, mantém uma rotina de panfletagens no Centro Industrial de Aratu, na Bahia. Trata-se de um grupo da velha guarda da POLOP (Organização Revolucionária Marxista – Política Operária)[1] que preserva a memória de sua corrente no Centro de Estudos Victor Meyer (CVM).

Na última semana, esses companheiros denunciaram situações de ameaças vindas da direção do sindicato local, filiado à Central dos Trabalhadores do Brasil (a CTB, ligada ao PCdoB):

Companheir@s,
Na terça feira, 30/05, estávamos distribuindo boletins da Intersindical na Bosch, como vínhamos fazendo há cerca de 6 meses, convocando os trabalhador@s a resistir aos ataques dos patrões e a preparar a Greve Geral, quando fomos surpreendidos por um diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Simões Filho que nos informou: “Aurino da CTB, mandou comunicar que recomenda a vocês não distribuírem mais os boletins na Bosch pois, a Bosch é base da CTB”.
Lamentavelmente, reviver as velhas práticas de repressão dentro do próprio movimento sindical, no momento em que vivemos uma das mais graves crises, não era o que precisávamos! Não vamos aceitar a provocação e não iremos ao confronto. Isto não interessa à classe trabalhadora nem aos revolucionários. Mas, continuaremos nosso trabalho e manteremos firmes nosso compromisso com os trabalhadores. Os caminhos são vários e a verdade prevalecerá!
Aos que desejarem nos ajudar nesta caminhada esperamos que nos contate!
Pery Falcón – Intersindical Bahia

No meio fabril, o curralismo sindical é quase tão rotineiro quanto a exploração nossa de cada dia; mas não é por ser rotineiro que deva passar batido.

Notas
[1] Para uma história da POLOP e seus debates, indicamos a série de artigos Extrema-esquerda e desenvolvimentismo de Manolo, publicada no Passa Palavra em 2011.

2 COMENTÁRIOS

  1. A MANCHETE COMETE UM EQUIVOCO. O ACONTECIMENTO FOI NO CENTRO INDUSTRIAL DE ARATU, ONDE FICA LOCALIZADA A BOSCH E NÃO NO POLO PETROQUIMICO. RECOMENDAVEL A CORREÇÃO!

  2. Caro Pery,
    Agradecemos a correção e reforçamos que o site estará sempre aberto para esse tipo de denúncia.
    Cordialmente,
    O coletivo Passa Palavra

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