É o caso de “um site de noticia falsa criando uma noticia falsa dizendo que outros sites são de noticia falsa…” Por Passa Palavra

Soubemos recentemente que um site cuiabano chamado Isso É Notícia, de um jornalista chamado Alexandre Aprá, publicou em 24 de janeiro de 2017 matéria (leia aqui) onde o Passa Palavra é acusado de estar entre os 17 sites ditos “anônimos” supostamente mapeados pela Associação dos Especialistas em Políticas Públicas de São Paulo (AEPPSP) como tendo “perfil de produção de notícias falsas”. O tal mapeamento feito pela AEPPSP baseia-se num só critério: o anonimato. A matéria cita ainda supostos critérios de autoria do Monitor do Debate Político no Meio Digital para sustentar o que diz.

A associação entre mentira e anonimato é uma armadilha burguesa contra a liberdade de expressão e a crítica radical. Importa mais indicar quem faz, ou como faz e o que faz? Importa mais a responsabilidade individual, presa ao sistema jurídico de responsabilização civil e penal pelos usos e abusos da liberdade de expressão, mas intransparente quanto a seus princípios e fins; importa isso, ou uma responsabilidade coletiva, anônima ou não, em que tais princípios e fins estejam transparentes para quem lê e que garanta, caso anônima, a possibilidade de denúncias gravíssimas sem receio da perseguição por meio do sistema jurídico ou por outros meios?

Nosso posicionamento político é claro: basta ver a nossa Apresentação, nossos Pontos de Partida, nosso Estatuto Editorial e nossos Aspectos de Organização Interna.

Qualquer blogueiro iniciante sabe que uma das coisas mais fáceis na internet é fazer um site parecer legítimo manipulando apenas umas poucas informações. Além disto, a própria página da AEPPSP no Facebook indica que os resultados de tal estudo foram retirados da internet para não causar maiores equívocos (ler aqui). Para piorar, a própria página do Monitor diz que “nunca fizemos um levantamento de sites de notícias falsas. Elencamos um conjunto de veículos de mídia que consideramos relevantes, que pode ser encontrado na publicação fixada, e os monitoramos” (ler aqui). Na página onde estão indicados os sites que o Monitor acompanha (ver aqui), o Passa Palavra está classificado única e exclusivamente como “Imprensa e comentário alternativo de esquerda”.

Nestes tempos de “pós-verdade”, botar os pingos nos is torna-se dever revolucionário. É o que temos feito desde 2009, e não poderia ser diferente neste caso – que, nas palavras de uma comentadora da matéria do Isso É Notícia, é o caso de “um site de noticia falsa criando uma noticia falsa dizendo que outros sites são de noticia falsa…”

2 COMENTÁRIOS

  1. Negada é o seguinte, do jeito que a coisa vai por aqui, vai se criar o precedente legal e opinião pública para ‘derrubar geral’ os veículos digitais de informação militante. Isso vai se dar sob vário pretextos, calúnia, anonimato e outras coisas caóticas. Tudo dentro da legalidade burguesa.
    Logo galera, vamo se preparando para voltar a priorizar a comunicão Impresa, que nos tempos que virão voltará a ser central.

  2. Fake news? Surpreende-me que a burguesia consegue a todo momento falar sobre a possibilidade de crescimento individual, como micro-empreendedor individual, sendo que as estatísticas mostram que isto é uma enganação, e conseguirem falar contra as fake-news, entre milhões de mentiras sopradas aos quatro ventos, intencionalmente.
    Mas, já é sabido: Quem controla o presente, controla o passado etc.

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