Mais de 5,000 residentes do bairro Mayombe, no município de Cacuaco, em Luanda, foram desalojados, numa operação militarizada de demolições em massa, a 1 e 2 de Fevereiro de 2013.

Mais de dois meses após as demolições, os desalojados continuam a viver em condições sub-humanas, sem acesso a água potável, energia eléctrica ou saneamento básico.

A par da Boavista, em 2001, as demolições em massa do Mayombe foram das maiores operações de desalojamentos forçados, por via militarizada, na área de Luanda.

Nos últimos anos, a capital tem assistido a uma vaga de operações deste tipo, em violação dos direitos mais elementares das populações.

A veiculação de informações sobre as lutas por moradia em países como Angola evidencia que os despejos e a especulação imobiliária não são um privilégio do Brasil e de Portugal (sobre este último ver aqui sobre a  recente ocupação do palácio onde funcionou, durante o Estado Novo, o Ministério da Educação). O caso de Angola  demonstra que não basta a independência política para conseguir a igualdade econômica, pois os que conduziram a esta independência política acabaram se tornando os novos exploradores. E tudo isso numa ação conjunta com o neoimperialismo brasileiro, que se beneficia desse tipo de despejos, através das suas transnacionais da construção civil.

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