Acabamos de receber, de moradores do Complexo do Lins, informação de que uma criança foi baleada por PMs da UPP no final da tarde [23 de fevereiro], na comunidade da Cachoeira Grande. Moradores revoltaram-se e pelo menos um ônibus foi incendiado. A PM divulgou informação que também houve ataques a tiros contra ela. Grande parte do Lins está às escuras nesse momento e a Grajaú-Jacarepaguá segue fechada. A criança estaria internada agora no Hospital Marcílio Dias. Ainda estamos buscando mais informações, mas de todo modo não nos surpreende que este seja mais um caso de revolta em favela desencadeada por ação violenta da PM, como foram as recentes na Bateau Mouche (Jacarepaguá) e Morro São João (Engenho Novo).

Midiativistas, Advogados e defensores de Direitos Humanos que puderem entrem em contato com moradores e lideranças comunitárias, como a companheira Márcia Jacintho (7792-2665).

Rede Contra a Violência

Atualização de segunda-feira, 24 de fevereiro

A criança baleada ontem, uma menina de 7 anos, não corre perigo de vida e já está em casa. Ela foi atingida por policiais da UPP que estariam supostamente “revidando” tiros de traficantes na Cachoeira Grande, na parte alta do Complexo. Tipo de ação que coloca em risco a população em geral e que, na teoria, o novo “policiamento comunitário” das UPPs evitaria, mas como vemos não é bem assim, não só no Lins mas em todas as favelas ditas “pacificadas”. Moradores se revoltaram, apedrejaram viaturas policiais, um conteiner da UPP no Gambá e três ônibus, nas ruas Lins de Vasconcelos e Vilela Tavares. O fogo atingiu fios e transformadores e deixou grande parte da região sem energia elétrica. Moradores dizem que no momento há grande presença da imprensa no cenário de destruição, mas os jornalistas não sobem a comunidade para tomar depoimentos dos próprios moradores. Fica fácil assim fazer uma “cobertura” que só destaca o “vandalismo” mas não busca levantar as causas da revolta.

Seguimos em contato com os moradores e pedimos a midiativistas se dirijam à região para conversar e entrevistar moradores. Podem procurar Márcia Jacintho, moradora e militante pelos direitos humanos desde que seu filho, Hanry Silva Gomes de Siqueira, foi executado brutalmente por policiais em 2002. Seu telefone é 7792-2665.

Rede Contra a Violência

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