“Nós nos recusamos a sermos divididos entre trabalhadores melhores e piores!” Por Ralf Ruckus

Desafios para o sindicato dos trabalhadores em Sady-Posnânia

No começo de 2016, depois do pico pré-natalino e um ano depois de os esforços organizativos dos trabalhadores terem sido iniciados, os trabalhadores da seção sindical da IP na Amazon enfrentam sérios desafios e problemas, que dizem respeito ao IP enquanto sindicato, à situação do centro de atendimento em Sady-Posnânia e à estratégia quanto à gerência da Amazon:

1. Comunicação e assembleias: é muito difícil para os trabalhadores da Amazon sindicalizados pelo IP fazer uma assembleia geral. Primeiro, devido ao sistema de turnos não há um só dia em que todos os trabalhadores estejam fora do trabalho e possam participar; segundo, depois de dez horas de trabalho e quatro horas de translado entre suas casas e os armazéns os trabalhadores estão exaustos – e alguns tem outros trabalhos, crianças etc.; terceiro, muitos trabalhadores não moram em Posnânia ou perto dela, e não têm carros particulares. Estas assembleias são necessárias, especialmente porque a sindicalização no IP se concentra num turno e em poucos departamentos no centro de atendimento de Sady-Posnânia. Alguns progressos aconteceram na organização dos trabalhadores de outros turnos e em alguns departamentos do centro de atendimento de Posnânia e, recentemente, também em Breslávia, mas o desequilíbrio ainda não foi superado.

Centenas de nossos colegas já foram demitidos da noite para o dia, e o resto vive sempre inseguro, porque não têm como saber se continuarão no emprego por muito tempo mais. Nós nos recusamos a sermos divididos em trabalhadores melhores e piores![48]

22. Relação entre trabalhadores estáveis e temporários: a maioria dos trabalhadores na seção sindical de base do IP são trabalhadores permanentemente contratados pela Amazon, enquanto os trabalhadores temporários, uma grande porção da força de trabalho total, são sub-representados. Todavia, a maior parte dos trabalhadores temporários só trabalha para a Amazon em períodos curtos, com algumas exceções. Eles não têm muito tempo para se envolver nos esforços organizativos, e os próprios trabalhadores temporários dizem que não querem se envolver com o IP porque seu trabalho é apenas temporário. Muitos trabalhadores temporários ficam furiosos com suas condições de trabalho e seu status precário de emprego, mas muitos também anseiam por contratação permanente pela Amazon, e, portanto, trabalham duro e ultrapassam as cotas, empurrando-as para níveis mais altos, o que leva a conflitos com os trabalhadores permanentes, que têm um status mais seguro e mais “controle” sobre as cotas.

Sua relação foi ainda mais complicada durante o pico pré-natalino, quando os trabalhadores permanentes conseguiram posições mais “fáceis” sem cotas, enquanto os trabalhadores temporários foram contratados para preencher as posições mais “difíceis”, com maior pressão sobre o trabalho. No começo de 2016, a pressão sobre os trabalhadores permanentes aumentou, e eles receberam tarefas de trabalho com cotas. Se trabalharem muito devagar, ou se cometerem erros, podem ser punidos. Em alguns casos, trabalhadores de prestadoras de serviços chegam mesmo a supervisionar o trabalho dos permanentes.

A seção sindical de base do IP na Amazon pautou a situação precária dos trabalhadores temporários e organizou passeatas e comícios em frente aos escritórios da agência de prestação de serviços Adecco em Posnânia e Varsóvia.[49] Também exigiu da Amazon que limitasse a proporção de trabalhadores temporários a uma parte da força de trabalho total, mas nenhum número específico foi dado e a Amazon não respondeu à demanda. Obviamente, a Amazon quer continuar a dividir a força de trabalho, com uma parte composta por trabalhadores temporários que a gerência pode contratar e demitir de acordo com os altos e baixos das vendas online, e uma parte permanente que mantém os saberes e competências necessários para fazer funcionar os armazéns. Adicionalmente, a Amazon continuará a usar trabalhadores temporários para aumentar ainda mais o ritmo de trabalho e colocar pressão sobre os trabalhadores permanentes – isto enquanto os trabalhadores, permanentes ou temporários, não puserem um fim nesta prática.[50]

33. Exaustão entre trabalhadores permanentes: ao longo de todo o ano passado, alguns dos trabalhadores permanentes ativos na seção sindical de base do IP na Amazon largaram o emprego porque não podiam suportá-lo, ou porque arrumaram outro melhor. Muitos dos trabalhadores permanentes ainda ativos na seção sindical de base trabalham para a Amazon por mais de um ano, ou seja, trocando de turno entre dia e noite a cada quatro semanas, e se sentem cansados e exaustos. No que diz respeito aos trabalhadores permanentes como um todo, a taxa de adoecimento saltou, especialmente, durante o pico pré-natalino de 2015. Muitos dos trabalhadores da seção sindical de base do IP na Amazon não estavam no trabalho, o que dificultou tocar a organização e a luta. Por exemplo, a passeata organizada em frente ao centro de atendimento de Sady-Posnânia em meados de dezembro de 2015 não contou com a presença de muitos trabalhadores.[51]

4. Estratégias eficazes vs. limites legais: a seção sindical do IP na Amazon atravessou um processo de organização coletiva que não apenas a preparou para a disputa coletiva oficial com a gerência – que não levou a concessões por parte da empresa – mas também forma a espinha dorsal das ações “selvagens” como a operação-tartaruga. O IP não pode assumir a responsabilidade por estas ações “selvagens” enquanto sindicato, embora os passos que pode dar enquanto sindicato parecem ter pouco efeito. Os trabalhadores da Amazon em Sady-Posnânia discutiram que ações “selvagens” como a operação-tartaruga prometem exercer pressão direta e imediata sobre a Amazon, mesmo quando incluem maiores riscos para os trabalhadores envolvidos. Isto também é uma lição das lutas e greves na Amazon alemã. Um dos trabalhadores militantes no centro de atendimento de Bad Hersfeld sublinhou, num encontro em Posnânia, que em sua experiências ações inesperadas dos trabalhadores no chão de fábrica quebraram o fluxo de trabalho e colocaram problemas para a gerência da Amazon, pois ela não poderia reagendar encomendas para outros centros de atendimento – como costuma fazer antes e durante greves anunciadas. Além do mais, a coesão coletiva da seção sindical de base do Ver.di no centro de atendimento de Bad Hersfeld, e a imprevisibilidade de algumas de suas ações, levaram a uma melhoria nas condições de trabalho de lá.[52] A questão mais ampla, não apenas para os trabalhadores da Amazon, permanece: Como uma estratégia de luta operária de longo prazo pode ser efetivamente implantada contra uma empresa como a Amazon – dadas as limitações e previsibilidades das ações sindicais oficiais e a eficiência de ações “selvagens” disruptivas?

45. Ataques da Amazon: em geral, a estratégia da Amazon quanto aos sindicatos oscila entre ignorar a organização e as demandas dos trabalhadores e o ataque aos sindicatos. A atividade da seção sindical de base do IP na Amazon não levou a maiores interrupções no processo de trabalho, mas a operação-tartaruga de junho de 2015, o processo conflituoso de negociação coletiva daí resultante, conflitos abertos nas assembleias de trabalhadores da Amazon e um espectro de matérias críticas na mídia com participação do IP levaram a tensões crescentes entre a gerência da Amazon e os delegados sindicais de base do IP, e há sinais de mais confrontos nos meses a seguir. Por exemplo, de acordo com a lei sindical polonesa, um empregador é obrigado a oferecer ao sindicato um escritório no local de trabalho, mas a Amazon tenta manter a atividade sindical fora de seus armazéns, e oferece um escritório fora das instalações da empresa; e enquanto até recentemente os delegados sindicais de base conseguiram usar suas “horas sindicais” para se encontrar no local de trabalho, a Amazon já não mais o permite; em semanas mais recentes, vários delegados sindicais de base do IP foram transferidos e rebaixados, ou seja, receberam tarefas mais difíceis.[53] Se os trabalhadores em torno do IP conseguirem manter sua pressão sobre a Amazon, a gerência poderá intensificar ainda mais seus ataques.

Espalhando a luta

A Amazon aumenta mais sua rede de armazéns e centros logísticos na Europa oriental, abrindo um novo centro de atendimento em Dobrovíz, perto de Praga, no outono de 2015 [54] e, recentemente, anunciou planos para outro centro de atendimento na Polônia.[55] Progressos nas lutas operárias e na organização e solidariedade trans-fronteiriças são mais importantes do que nunca.

Até o momento, a colaboração entre trabalhadores da Amazon de Sady-Posnânia e aqueles de vários centros de atendimento na Alemanha é promissora. Secretários do sindicato alemão de serviços Ver.di tentam frequentemente minar e paralisar estes esforços, apesar de tudo, argumentando, entre outras coisas, que o IP não é parte da organização intersindical Uniglobal, mas o Solidarność é.[56] Na verdade, parece que os líderes do Ver.di estão atemorizados pela possibilidade de seus ativistas de chão de fábrica serem “infectados” pelo sindicalismo de base do IP. O Ver.di dificilmente ignora que, no chão de fábrica, o IP é mais exitoso que o Solidarność, apesar do apoio da Uniglobal ao trabalho “organizativo” do Solidarność na Amazon. Ao mesmo tempo, o Solidarność vê o IP como um competidor e o ataca em público por suas posições e políticas “radicais”.[57] Será necessário varrer estas tentativas de lideranças sindicais de minar a auto-organização dos trabalhadores.

5O mais recente encontro trans-fronteiriço de trabalhadores da Amazon – incluindo trabalhadores da Polônia e da Alemanha – aconteceu em Berlin, entre 18 e 21 de fevereiro de 2016. Foram feitas tentativas para alcançar armazéns da Amazon em outros países como a França, a Itália, a República Tcheca e a Espanha, mas até o momento elas não levaram a qualquer envolvimento ativo de trabalhadores destes países.[58] Os trabalhadores da seção sindical de base do IP na Amazon de Sady-Posnânia reforçam que é vital conseguir contatos com os trabalhadores em ainda outros países com grandes armazéns da Amazon, como os EUA, o Reino Unido, o Japão e a China.

(Março de 2016)

Apêndice: cronologia de eventos na Amazon em Sady-Posnânia de meados de 2014 a fevereiro de 2016

Verão de 2014
– A Amazon começa a contratar em Posnânia, primeiro líderes de turma, depois outros trabalhadores, com base em contratos trimestrais.
– Debates entre ativistas do IP em Posnânia para trabalhar e intervir na Amazon.

Setembro de 2014
– O centro de atendimento da Amazon em Sady-Posnânia é aberto no dia 15 (os dois em Breslávia foram inaugurados uma semana depois).

Outubro de 2014
– Começa a contratação de trabalhadores temporários.

Novembro de 2014
– Muitas horas extras, primeiros conflitos com a gerência.
– Os trabalhadores contatam o IP em Posnânia para formar uma seção sindical de base.
– Primeiro encontros entre trabalhadores da Amazon e sindicalistas do IP no dia 20, no escritório do IP.

Dezembro de 2014
– Alguns trabalhadores com contratos trimestrais começam a ser permanentemente contratados a partir do dia 8.
– Panfletos sem o logotipo do IP são distribuídos nas paradas dos ônibus da empresa nos dias 8 e 18.
– Formação da seção sindical de base no estacionamento da Amazon, no dia 16.
– A gerência da Amazon é informada da formação da seção sindical de base do IP no dia 23.
– Dois trabalhadores oficialmente apresentados à Amazon como delegados sindicais de base.
– A maior parte dos terceirizados temporários tem de sair depois do pico pré-natalino.
– A maior parte dos trabalhadores com contratos trimestrais é contratada permanentemente.

Janeiro de 2015
– O Solidarność dá início a uma seção sindical nos centros de atendimento em Breslávia no início do mês.
– Primeira petição dos trabalhadores no centro de atendimento de Sady-Posnânia contra trabalhar no dia 6 (feriado público) conta com cerca de 100 assinaturas.
– Primeiro ato público da seção sindical de base do IP na Amazon no dia 9 (do lado de fora do centro de atendimento).
– Panfleto do IP contra o não-pagamento de bônus de dezembro, no dia 16.
– Primeiro encontro do IP com a gerência em meados do mês, diálogos sobre salários pagos a menor, sobre a confusão em torno dos bônus, sobre contracheques difíceis de entender e sobre o papel das agências de contratação de trabalhadores temporários.
– Primeiras discussões sobre a ligação entre os trabalhadores em greve na Alemanha, dúvidas sobre o envolvimento do Ver.di.
– Primeiros contatos com trabalhadores da Amazon e seus apoiadores (Bad Hersfeld, Berlim, Lípsia) por meio de e-mail.
– O IP tem mais de 80 sindicalizados no centro de atendimento de Sady-Posnânia no fim do mês.

Fevereiro de 2015
– Panfleto do IP sobre as atividades do sindicato é distribuído no dia 2.
– Assembleia geral dos membros do IP na Amazon, com escolha de delegados sindicais de base, no dia 20.

Março de 2015
– A seção do IP na Amazon é alterada para uma seção trans-empresarial, para que possa cobrir os trabalhadores temporários contratados pela Amazon.
– A seção do IP na Amazon distribui um panfleto de quatro páginas para os trabalhadores, tratando dos problemas no trabalho e sobre os esforços de sindicalização, no dia 6.
– Trabalhadores da Amazon em Posnânia encontram-se com trabalhadores da Amazon em Bad Hersfeld e ativistas do Blockupy em Francoforte, no dia 19.
– Primeiro encontro com a seção sindical do Solidarność em Breslávia no dia 23, em que se discutiu um fundo social. – Petição dos trabalhadores contra o trabalho na segunda-feira de Páscoa no final do mês (a Amazon concordou: não houve trabalho neste dia).
– IP conta com mais de 150 integrantes no centro de atendimento em Posnânia no fim do mês.

Abril de 2015
– No dia 2, petição de 53 trabalhadores pede uma jornada diária mais curta (até as 12h30min) no sábado de Páscoa (dia 4); a Amazon se recusou, dizendo que “já era muito tarde”.
– Primeiro encontro trans-fronteiriço “oficial” entre trabalhadores da Amazon em Bad Hersfeld, com trabalhadores de Sady-Posnãnia, Bad Hersfeld, Lípsia e Brieselang, entre os dias 24 e 26.
– O IP anunciou sete delegados sindicais de base no fim do mês.

Maio de 2015
– Petição assinada por 400 trabalhadores contra o aumento das metas e os baixos salários, no dia 15.
– Reunião do IP com a gerência no dia 15 sobre o conteúdo da petição, reclamações acerca da qualidade dos ônibus da empresa, reivindicações de escalas de trabalho de longo prazo, o fundo social, um pedido de informação sobre a competitividade na região e sobre possíveis aumentos de salários.
– Encontro entre trabalhadores da Amazon em Sady-Posnânia, Bad Hersfeld e Briesenlang em Posnânia, no dia 22.
– Participação destes trabalhadores num protesto do IP contra o trabalho precário em Varsóvia, no dia 23.

Junho de 2015
– A Amazon contata o IP sobre as primeiras demissões por incapacidade de alcançar as cotas, no dia 3; IP discorda, trabalhadores permanecem.
– Encontro entre trabalhadores de Sady-Posnânia, Bad Hersfeld e Brieselang em Posnânia no dia 13.
– O IP entrega uma pesquisa com 550 trabalhadores signatários colocando-se contra a mudança planejada de horas de turno, no dia 23.
– Operação-tartaruga “selvagem” é feita por dúzias de trabalhadores no centro de atendimento de Sady-Posnânia contra as horas extras ligadas a uma greve na Alemanha, em 24 e 25 de junho.
– Cinco mulheres suspensas devido à operação-tartaruga no dia 25. Posteriormente, duas delas foram demitidas. – O IP distribui um panfleto sobre as greves da Amazon na Alemanha e uma faixa em apoio à greve é pendurada numa ponte próxima ao centro de atendimento de Sady-Posnânia no dia 25.
– O IP anuncia oficialmente suas reivindicações e dá início ao processo de dissídio coletivo no dia 26. – A Amazon começa uma série de interrogatórios com participantes da operação-tartaruga no dia 28; os delegados sindicais de base do IP são proibidos de participar.
– O IP tem mais de 200 sindicalizados e dez delegados sindicais de base no centro de atendimento de Sady-Posnânia no fim do mês.

Julho de 2015
– O Solidarność ataca o IP num comunicado à imprensa sobre a operação-tartaruga, no dia 7.
– Primeira negociação coletiva em Posnânia sobre a lista de reivindicações, no dia 10.
– O IP distribui panfletos na frente do centro de atendimento da Amazon em Breslávia, no dia 10.
– O IP realiza uma entrevista coletiva no vigésimo aniversário de fundação da Amazon, no dia 15.
– O IP tem mais de 240 sindicalizados no centro de atendimento de Posnânia no final do mês.

Agosto de 2015
– Segunda rodada de negociação coletiva em torno das demandas do IP, no dia 11.
– Inauguração da segunda torre de seleção no centro de atendimento de Sady-Posnânia no fim do mês.

Setembro de 2015
– Segundo encontro trans-fronteiriço “oficial” dos trabalhadores da Amazon em Posnânia, entre os dias 11 e 13.
– O IP distribui panfletos no centro de atendimento de Sady-Posnânia no dia 11.
– Manifestação no centro da cidade de Posnânia como parte do encontro trans-fronteiriço, no dia 12.
– Terceira rodada de negociações com a gerência no dia 15; o IP declara que as negociações foram frustradas.

Outubro de 2015
– A Amazon emprega 1.700 trabalhadores de “crachá azul” (permanentes) e 1.600 de “crachá verde” (temporários) em Posnânia no começo do mês.
– Centenas de novos temporários recrutados a cada semana para a temporada natalina.
– IP distribui panfleto sobre os problemas enfrentados pelos trabalhadores temporários no centro de atendimento em Sady-Posnânia, no dia 22.
– Piquete do IP em frente à agência de trabalho temporário Adecco, em Posnânia, no dia 28.

Novembro de 2015
– Panfleto do IP sobre o anúncio da Amazon de “Um milhão de itens armazenados” distribuído no centro de atendimento de Sady-Posnânia no dia 10.
– Distribuição de panfletos do IP num dos centros de atendimento em Breslávia (WRO2) no dia 20.
– A Amazon encerra a mediação como parte do processo de negociação coletiva no dia 24.
– Outro comunicado à imprensa do Solidarność atacando o IP e suas ameaças de greve é lançado no dia 26.
– Distribuição de panfletos no novo centro de atendimento da Amazon em Dobrovíz, República Tcheca, no dia 29.

Dezembro de 2015
– Encontro de trabalhadores da Amazon de Sady-Posnânia e Lípsia e de seus simpatizantes e apoiadores em Lípsia, no dia 9.
– Petição dos operadores de empilhadeira no centro de atendimento de Sady-Posnânia exigindo salários e bônus mais altos na segunda semana do mês.
– O IP faz piquete em apoio aos trabalhadores temporários defronte aos escritórios da agência de contratação temporária Adecco, em Posnânia e Varsóvia, no dia 16.
– Muitas demissões de trabalhadores temporários a partir do meio do mês (fim do pico pré-natalino).

Janeiro de 2016
– A Amazon emprega 1.700 “crachás azuis” e 2.400 “crachás verdes” em Sady-Posnânia, e, nos dois outros centros de atendimento em Breslávia, emprega entre 700 a 1.600 “crachás azuis” e 1.000 a 2.000 “crachás verdes”.
– Distribuição de panfletos informativos sobre as atividades do IP e convites aos trabalhadores para se encontrarem no centro de atendimento de Sady-Posnânia no dia 21.
– A Adecco oferece empregos temporários à Amazon no dia 25, apesar de muitos trabalhadores temporários terem sido recém-demitidos.

Fevereiro de 2016
– Audiência judicial de um trabalhador demitido pela operação-tartaruga de junho no centro de atendimento de Sady-Posnânia, no dia 2.
– Terceiro encontro trans-fronteiriço “oficial” entre trabalhadores de Sady-Posnânia, Bad Hersfeld, Brieselang e Lípsia em Berlim, entre os dias 18 e 21.
– Distribuição de um panfleto do IP em frente ao centro de atendimento de Brieselang (perto de Berlim) como parte do encontro trans-fronteiriço, no dia 19.

Este artigo está divido em três partes:
1ª parte
2ª parte
3ª parte

Notas

[48] Relatório do IP sobre manifestação em Posnânia, 16 dez. 2015: aqui.

[49] Aqui e aqui.

[50] A organização de trabalhadores temporários na seção sindical de base do IP na Amazon pode continuar sendo difícil devido a sua contratação de curto prazo, e organizá-los no nível da empresa como um todo pode não ser uma estratégia aplicável. Uma análise do trabalho temporário e da situação, interesses e lutas dos trabalhadores temporários em toda a região pode ser a base para a construção de um modelo (adicional) para a organização e luta dos trabalhadores além dos limites da empresa.

[51] Apesar disto, foi amplamente noticiado pela mídia (p. ex., aqui) e levou a Amazon a reagir a alguns dos problemas suscitados pelo IP, como, por exemplo, o status do trabalhadores temporários.

[52] Ver filme na labournet.tv, aqui.

[53] Oficialmente, as transferências se devem à mudança na carga de trabalho, mas alguns gerentes indicaram claramente que os rebaixamentos se baseiam em ordens gerenciais (Discussão com trabalhadores da Amazon de Posnânia, fev. 2016).

[54] Aqui.

[55] Aqui.

[56] O coordenador do Ver.di na Amazon, por exemplo, chamou os encontros trans-fronteiriços de “contraproducentes” e disse que fortaleciam a gerência da Amazon (de acordo com um trabalhador, num encontro em Berlim em janeiro de 2016).

[57] Militantes de grupos de solidariedade na Alemanha também querem evitar uma ruptura com o Ver.di. Podem expressar críticas em vários graus à liderança do V er.di, mas não conseguem imaginar lutas autônomas dos trabalhadores por fora de sindicatos e partidos poderosos. Alguns defendem posições trotskistas, outros simplesmente estão na folha de pagamento do Ver.di, de outros sindicatos da DGB (central sindical alemã) ou do partido social-democrata Die Linke. Este partido já tentou utilizar a atividade dos trabalhadores na Amazon na Polônia para seus próprios propósitos políticos. Durante uma oficina que organizou com o Ver.di e o Solidarność em Berlim sobre lutas operárias internacionais em outubro de 2015, fizeram questão de assegurar que ações operárias “selvagens” e formas autônomas de luta operária fossem mantidas de fora da agenda.

[58] Para maiores informações, ver o site de “encontros trans-fronteiriços de trabalhadores da Amazon”: aqui.

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