Em resposta ao apelo de mais de 100 organizações, várias centenas de pessoas participaram a 5 e 8 de Janeiro em actos contra o massacre que está a decorrer em Gaza. Por Passa Palavra
Apesar do frio cortante, a indignação pelos dramáticos acontecimentos era muita. Um grupo de activistas, sentados no chão e cercados com cercas de arame, simbolizavam o povo palestiniano, condenado pelo Estado de Israel a viver numa gigantesca prisão.
No dia 8 de Janeiro, junto à Embaixada de Israel em Lisboa, cerca de 600 manifestantes exigiram o fim do massacre em Gaza e que o Governo Português assuma a defesa do Povo Palestiniano (e condene, sem rodeios, a agressão do Estado de Israel).
Nesta concentração, intervieram representantes do Movimento Pelos Direitos do Povo Palestiniano (MPPM), do Movimento Democrático das Mulheres (MDM), do Comité Solidariedade Palestina, da CGTP, do Conselho Português Para a Paz e Cooperação (CPPC) e do Tribunal-Iraque.
Alan Stoleroff, um judeu norte-americano professor em Lisboa, interveio no protesto em nome do Comité de Solidariedade com a Palestina.
Na sua vibrante e emotiva intervenção, afirmou: “Quando crianças podem ser mortas pelas bombas israelitas enquanto dormem, em solidariedade nos assumiremos nós todos como Palestinos de Gaza e para resistir à mentira e à barbaridade sem nome, seremos todos de Gaza até que Israel pare este massacre! E assumir-nos-emos todos aqui como Palestinos até a comunidade internacional respeitar o direito à vida e à auto-determinação da Palestina, e até Israel desmantelar a sua ocupação e acabar com o bloqueio de Gaza e com o apartheid imposto nas terras conquistadas em 1967!”
E perguntou: “O que é que podemos dizer de uma sociedade e de um país cujo estabelecimento se deve em parte à necessidade de abrigar as vítimas e sobreviventes de um dos mais inconcebíveis holocaustos na história moderna, da Shoah, e que é hoje protagonista da mais cruel e duradoura ocupação na história moderna?”
Na conclusão, declarou: “Digo-lhes e digo a Israel em relação a este massacre: não em meu nome! E dizemos nós todos: não em nome da humanidade.”
Muitos dos presentes assinaram uma petição exigindo que as autoridades ponham cobro ao check-point dos serviços de segurança da Embaixada que ocupa as ruas circundantes com a completa cobertura das autoridades portuguesas.
Os presentes aprovaram uma moção, (PDF em baixo), e foi reforçada a necessidade de intensificar as acções de solidariedade para com os palestinianos e de protesto contra os massacres que se estão a desenrolar, com a cumplicidade das potências mundiais e da generalidade dos governos, nomeadamente o português.
Desde então têm-se multiplicado diversas acções de protesto contra o massacre em Gaza e de solidariedade com a Palestina.
Intervenção do Comité Solidariedade Palestina: intervencao_de_alan-stoleroff_8-jan_09
Moção Aprovada: mocao_gaza-8jan