Como medida de combate à crise, o primeiro-ministro espanhol, Jose Luís Rodríguez Zapatero, anunciou em 8 de Outubro a criação de um fundo de 30.000 milhões de euros (ampliável a 50.000 milhões) destinado a comprar activos financeiros para garantir “a liquidez no mercado espanhol”. Entre as medidas tomadas pelo Banco Santander, um dos beneficiários de tais ajudas, está o aumento desproporcionado dos salários dos seus directores, aumento de 179,3% em relação a 2007. Soubemos agora em Fevereiro, por um dos principais programas de rádio, que o Banco Santander terá concedido ao Real Madrid um crédito de 70 milhões de euros para avançar na contratação do futebolista Cristiano Ronaldo. Passa Palavra
Os argumentos de muitos economistas e da maior parte dos teóricos de administração de empresa relativamente às remunerações dos altos gestores são engraçados. Quando as empresas estão prósperas, eles defendem que os gestores devem ser bem pagos porque levaram o negócio por um bom caminho. Quando as empresas estão em dificuldade, e sobretudo quando estão à beira da falência, argumentam que as remunerações dos altos gestores devem aumentar, para atraírem os mais inteligentes e mais capacitados. Depois, se a empresa apresentar novamente lucros, o prémio será um novo aumento das remunerações. De modo que, o quer que suceda, as remunerações dos altos gestores vão de vento em popa.