Contra o golpe militar nas Honduras e em solidariedade com o povo deste país

As entidades abaixo referidas apelam à mobilização para um acto de protesto frente ao antigo Consulado das Honduras em Lisboa (Praça do Rossio, lado Oeste) à semelhança do que está a acontecer por todo o mundo. A concentração terá lugar no próximo dia 28 de Julho, terça-feira, pelas 19h, na Praça do Rossio. A pressão internacional é fundamental para reverter esta situação! O que está a acontecer nas Honduras, além de constituir inaceitáveis violações dos direitos humanos e da soberania do povo, pode contribuir para marcar o futuro da região e quaisquer tentativas de construção de um outro mundo que reclamamos possível e urgente.

No passado dia 28 de Junho, as Forças Armadas das Honduras executaram um golpe de Estado contra o governo de Manuel Zelaya, o qual estava a preparar uma consulta popular para perguntar às/aos hondurenhas/os se concordariam ou não com a convocatória de uma Assembleia Nacional Constituinte, cujo objectivo central seria elaborar uma nova Constituição com plena participação de todos/as os/as actores/as sociais do país.

Poucos dias depois do golpe, liderado pelo então presidente do Congresso Nacional, Roberto Micheletti -descrito pelos movimentos sociais hondurenhos como um fantoche da oligarquia- foi decretado o Estado de Sítio, procedendo-se à militarização das instituições e das principais cidades do país, à restrição drástica das comunicações internacionais e à intervenção de diversos meios de comunicação que não apoiam os golpistas. A ditadura iniciou uma forte repressão sobre os movimentos sociais e populares, tendo já havido numerosas detenções e mortes que têm sido denunciadas por entidades de defesa dos direitos humanos.

O que está a acontecer nas Honduras não é um facto isolado, faz parte duma estratégia conservadora que conta com a conivência, entre outros, dos Estados Unidos para garantir a continuidade do neoliberalismo na Améria Latina, face aos avanços de vários povos deste continente na defesa da sua soberania e de sistemas sociais mais justos e igualitários. Também não é um facto novo, pois infelizmente faz lembrar as sinistras ditaduras do “encerro, desterro, enterro” instauradas contra povos que ousaram questionar a estruturação injusta das sociedades e das relações internacionais.

Para travar este brutal esmagamento da esperança do povo hondurenho, está a consolidar-se uma grande resistência, com importante participação das mulheres, apesar da forte vigilância e repressão do novo governo golpista. Diariamente, manifestações populares, greves e outros actos de protesto sucedem-se por todo o país, tendo sido lançado um apelo à comunidade internacional para solidarizar-se com o povo das Honduras e mostrar com veemência o seu repúdio da ditadura e da brutal repressão iniciada desde o golpe militar. O povo português não pode ficar indiferente perante estes factos!

APELAMOS À MOBILIZAÇÃO
Pelo reestabelecimento da democracia, sem derramamento de sangue!
Pelo fim da repressão contra o povo das Honduras!
Pelo direito dos povos a decidirem o seu destino!

Subscritores (23/ 07/ 2009)
Abril – Associação Regional para a Democracia e o Desenvolvimento
AJPaz – Acção para a Justiça e Paz
Associação para o Desenvolvimento Rural de Lafões
Associação Seres
ATTAC Portugal
Casa do Brasil de Lisboa
CGTP – IN
Colectivo Mumia Abu-Jamal
Colectivo Política Operária
Colectivo Revista Rubra
Coordenadora Portuguesa da Marcha Mundial das Mulheres
CPPC – Conselho Português para a Paz e Cooperação
Federação Nacional dos Sindicatos dos/as Trabalhadores/as da Função Pública
Fórum pela Paz e pelos Direitos Humanos
Não te prives – Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais
Olho Vivo – Associação para a Defesa do Património, Ambiente e Direitos Humanos
Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens
Sindicato dos/as Trabalhadores/as da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal
Sindicato dos/as Trabalhadores/as na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul Sindicatos dos/as Trabalhadores/as do Município de Lisboa
Solidariedade Imigrante – Associação para a Defesa dos Direitos das/os Imigrantes
SOS Racismo
UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta
União dos Sindicatos de Lisboa

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