Por Passa Palavra
O calendário da Marcha Estadual do MST de São Paulo chegou ao fim nesta sexta-feira (14), com o Ato Unificado na Avenida Paulista. A manifestação contou com a participação de diversas entidades sindicais, estudantis e movimentos sociais.
Durante toda a semana, os marchantes, que estavam concentrados na capital paulista, acampados no ginásio do Pacaembu, desde segunda (10), realizaram ações espalhadas pela cidade. A primeira delas ocorreu em frente ao Ministério da Fazenda, na terça (11).
No Tribunal Regional Federal (TRF), na quarta (12), houve uma mobilização exigindo agilidade nos processos das áreas destinadas à reforma agrária que já foram desapropriadas, mas que ainda estão parados na justiça.
Na quinta (13), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) foi ocupado por parte dos militantes do movimento, enquanto outros protestavam nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. E, nesta sexta-feira (14), realizaram ações espalhadas em alguns pontos da capital, do interior e do litoral do estado junto a outros movimentos.
Em Paulínia, próximo a região de Campinas, os trabalhadores paralisaram a Refinaria de petróleo do Planalto Paulista (Replan), que pertence a Petrobrás e trancaram a rodovia de acesso à empresa.
Na cidade de Eldorado, na região do Vale do Ribeira, o MST e outras organizações liberaram o pedágio da rodovia Régis Bittencourt e, na baixada santista, a Refinaria de Cubatão foi paralisada, além do trecho da via Anchieta que dá acesso à empresa ter sido bloqueado.
Alguns representantes do movimento também participaram, em solidariedade aos grevistas da TV e Rádio Cultura, da assembléia desses trabalhadores.
Finalizando a Jornada de Lutas de São Paulo, o MST e representantes de centrais sindicais, organizações estudantis e diversos movimentos populares, fizeram um ato unificado na avenida Paulista. Sem muitas novidades, o ato prosseguiu como de costume, ocupando apenas uma pista da avenida, os manifestantes desfilavam em fila, acompanhados por todo o trajeto por seus carros de som e pela Polícia Militar.
No destino final do ato, o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP), eram estacionados os “palanques-motorizados”, onde as organizações disputavam calorosamente seu espaço e sua vez no microfone. As formas pouco inovadoras e a mesmice da estratégia de chamar atenção da população, com as palavras de ordem viciadas, as músicas históricas e as faixas e bandeiras direcionadas ao governo, tornaram o ato desgastado, não surpreendendo nem à sociedade, nem os mais radicais.
Por todo o Brasil
A Jornada de Luta do MST, organizada e apoiada por outros movimentos e entidades de trabalhadores e estudantes, realizou ações em 12 estados. Foram ocupadas as sedes regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Salvador (BA), Fortaleza (CE), Petrolina (PE), Maceió (AL), Campo Grande (MS), Boa Vista (RR), Natal (RN) e São Paulo (SP).
Os trabalhadores também ocuparam e manifestaram em frente a representações do Ministério da Fazenda em Belém (PA), Curitiba (PR), Cuiabá (MT), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC), além do Ministério da Fazenda, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Ainda houve ato em defesa da reforma agrária em Goiânia, na Assembléia Legislativa.
As informações completas sobre as ações em todos os estados podem ser consultadas no site do MST: www.mst.org.br
Acho que dizer que o MST termina a jornada de lutas em SP é como dizer que ele não lutará mais em SP… Essa chamada me passou essa sensação, mas não sei se tou sendo exagerada na interpretação. Saudações, Olga.