Julgamento de outro homicídio de Fabiano, policial condenado pela chacina da Baixada, adiado para o dia 21/10 em Itaguaí
Ontem (07/10) deveria ter sido realizado o julgamento do ex-PM Fabiano Gonçalves Lopes, acusado do assassinato de Flávio Mendes Pontes, em março de 2004 em Itaguaí. Após grande demora (a sessão estava prevista para começar às 10h), o juiz Rafael de Oliveira Fonseca, por volta das 16h, decidiu remarcar o julgamento, pois uma testemunha de acusação importante não apareceu.
Fabiano e seu colega José Augusto Moreira Felipe (ambos condenados por sua participação na chacina da Baixada em 2005 – Felipe por homicídio e Fabiano apenas por formação de quadrilha) foram acusados da execução de Flávio em março de 2004 (um anos antes da chacina em Nova Iguaçu e Queimados). O caso arrastou-se com vários problemas e irregularidades, e só em junho de 2008 aconteceu o primeiro julgamento, de Felipe (então já cumprindo pena pelo crime na Baixada), que foi absolvido pelo júri popular. A mãe de Flávio, Joana D’Arc Mendes, que foi até mesmo incluída no programa de proteção às testemunhas, ficou muito insatisfeita com a atuação do Ministério Público no caso e procurou a Defensoria Pública para atuar como assistente de acusação.
Ontem familiares de diversos outros casos de violência policial e chacinas (Baixada, Vigário, Via Show, Coroa, Guadalupe, etc) estiveram presentes solidarizando-se e apoiando a luta de Joana por justiça. Contudo, tal como aconteceu recentemente no julgamento da chacina do Morro do Estado, o juiz proibiu que familiares e militantes exibissem suas camisetas com fotos de vítimas e símbolos no Tribunal do Júri. Repete-se, assim, uma atitude arbitrária que cerceia a luta, cada vez mais organizada, das vítimas da violência do Estado. Até o julgamento em Niterói, essa proibição nunca havia acontecido.
O novo julgamento será no dia 21/10, às 10h no Fórum de Itaguaí (Rua Gal. Bocaiúva, 424 – Centro).
Rede contra a Violência
