No centro de Belo Horizonte, na Praça Sete, um morador das ruas, alimentado a cachaça industrial, engelhado e velho para além dos anos, oscilava sem tombar, agarrado à garrafa, enquanto murmurava consigo mesmo. Aproximei-me, colei o ouvido. “Eu sou branco, eu sou branco”, dizia ele, compensando com esta duvidosa glória as humilhações de toda uma vida. Compreendi então para que serve o racismo. Passa Palavra