Era por volta das 9h30. “O ônibus aumentou?”, pergunta a passageira enquanto o cobrador devolvia o seu troco. “É…”, disse o cobrador. Uma folha A3 grudada no vidro próximo da catraca anunciava os novos valores. A partir do dia 4 de janeiro, isto é, hoje, a tarifa do transporte paulistano passou a ser de R$2,70. A senhora respondeu mesmo assim: “Não sabia. Quero ver quem saiu com o dinheiro contado”. Ela tinha razão. Muitos passageiros viajam com o valor exato, ou próximo, da tarifa; afinal, o próprio governo informa aos cidadãos para que estes separem as moedas para facilitar o troco. Pegos de surpresa, retornando do recesso de fim de ano, os passageiros pagavam com notas maiores: R$5, R$10… Logo, ao cobrador não restou troco e alguns desciam pela frente sem pagar. Depois de passar pela catraca a senhora perguntou novamente ao cobrador: “E quanto é a passagem de estudante?”. “Um real e trinta e cinco”, respondeu o cobrador. “Mas aqui cobrou R$2,30…”. “Mas é R$1,35!”, disse o cobrador colocando fim no assunto. Ninguém disse aos dois, mas durante o período das chamadas “férias escolares” estudantes não possuem o direito de meia entrada e o valor cobrado é de uma passagem inteira, de R$2,30 ou R$2,70, no novo valor. O ônibus seguiu. Outra senhora acompanhada de sua mãe tentou passar o cartão. “Sem saldo”, piscou a máquina. Abriu a carteira, pagou o cobrador e disse a sua mãe: “Aumentou o ônibus, você viu?”. Passa Palavra
O pior de tudo, é que agora para ser R$3,00 logo, vai ser um pulo. Dou até o meio do ano.