Regina Guimarães e Saguenail na Casa da Achada
Regina Guimarães e Saguenail vêm por este meio convidar-te a aparecer no Centro Mário Dionísio – Casa da Achada
Rua da Achada nº11,
no sábado, dia 16 de Janeiro, às 18 horas.
A Hélastre lança sete novos livros
– Le peu de chose
– Le Repas de famille ou Le vieux monde
– Ne carpti dies
– Exils
de Saguenail
– Orbe
– Lady Boom
– Cantigas de Amigo
de Regina Guimarães
e mostra em ante-estreia
o filme-duelo
de Saguenail e Regina Guimarães
nus
dans
la cage
d’escaliers
A palavra corpo tem essa força de evocação junto dos sonhadores impenitentes que se impõe ao nosso imaginário, como lisura, pontuada de pregas, rugas, linhas e pilosidades, interrompida por bocas, ângulos e curvas, de uma paisagem matinal e exterior; mas, ao mesmo tempo, sugere, um secreto labirinto de canais, poços, bolsas, camadas fibrosas, membranas diáfanas, líquidos espessos e infinitas circunvoluções, que compõem uma paisagem crepuscular e interior. O corpo é o nosso interior e o nosso exterior. Portáteis. Nele se escrevem marcas das dores e dos prazeres, dos ímpetos e dos recalcamentos, mal conhecidos dos detentores da ciência, mas matéria de erro e errância dos amantes. A superabundância de apelos, mais ou menos publicitários – nunca inofensivos – à conservação patrimonial do corpo em estado de perpétua juventude – sob o signo da máxima, vagamente tingida de eugenismo, mente sã em corpo são – camufla um paradoxo que as paisagens terrestres nos ajudam a desvendar, por vezes quase a decifrar. É que, em boa verdade, quanto mais velho, desgastado, trabalhado pela erosão um corpo parece, mais nele comparece a corporalidade, interna ou externa. Em poucas palavras, quanto mais antigo é um corpo, mais corpo é.
…
(escrito no Alentejo)