Mumia Abu-Jamal é um preso político norte-americano, em isolamento há quase trinta anos. Decisões recentes do Supremo Tribunal dos EUA colocam a sua vida em perigo. Neste artigo pretende-se dar, a quem não o tem, um enquadramento geral do caso e assim suscitar o reforço da campanha pela libertação de Mumia [participe na campanha aqui]. Por Colectivo Mumia Abu-Jamal (Portugal)

f100125_mumia7Mumia Abu-Jamal é um conhecido jornalista e radialista revolucionário norte-americano, que está há quase 30 anos em isolamento total no corredor da morte da Pensilvânia, falsamente acusado da morte de um polícia. Mumia foi vítima de um julgamento-farsa em que lhe foram negados os mais elementares direitos de defesa, incluindo a imposição de um advogado incompetente, depoimentos obtidos sob coacção e uma «confissão» que só a polícia ouviu. Provas obtidas mais recentemente têm vindo a esclarecer o que realmente se passou nesse julgamento de 1982 e o modo como a polícia e o tribunal filtraram os jurados numa base racista, falsificaram provas, intimidaram testemunhas e condenaram Mumia à morte.

Em Abril de 2009, o Supremo Tribunal dos EUA rejeitou um pedido de Mumia Abu-Jamal para que fosse repetida a fase de decisão de culpabilidade do seu julgamento, com base numa decisão do Supremo Tribunal dos EUA em 1986, de que os réus têm direito a um novo julgamento se ficar provado que a acusação usou as chamadas «medidas irrevogáveis» para afastar jurados com base na origem étnica dos mesmos. No julgamento original de Mumia em 1982, o procurador Joseph McGill usou pelo menos 10 dessas medidas (das 15 a que tinha direito) para afastar jurados negros que, de outra forma, poderiam ter integrado o júri.

A avó de Mumia participando numa manifestação (foto Ernesto Arroyo).
A avó de Mumia participando numa das muitas manifestações pela sua libertação (foto Ernesto Arroyo).

No meio da longa batalha legal que Mumia tem enfrentado em defesa dos seus direitos, em Março de 2008 o Tribunal de Recurso de Filadélfia decidiu «comutar» a pena de morte original em prisão perpétua, reconhecendo a existência de irregularidades durante o julgamento de 1982. No entanto, o Estado da Pensilvânia recorreu para o Supremo Tribunal Federal e, a 19 de Janeiro deste ano, este decidiu devolver o processo ao Tribunal de Filadélfia para reapreciação à luz de algumas decisões legais recentes. Isto não é necessariamente mau. Depois de Mumia ter esgotado todos os recursos ao Supremo, o regresso a um tribunal inferior implica que tudo pode voltar agora a ser decidido, tanto a reafirmação da pena de morte, como também a possibilidade de um novo julgamento.

"Parem o linchamento legal racista. Lutem pela vida de Mumia Abu-Jamal."
"Parem o linchamento legal racista. Lutem pela vida de Mumia Abu-Jamal."

De qualquer forma, a situação de Mumia é grave e requer uma acção urgente. Na sequência desta decisão, foi lançada uma grande campanha de apoio a Mumia, incluindo uma petição ao Presidente Obama, pedindo-lhe nomeadamente uma moratória global sobre a pena de morte nos EUA. Mais de 15.000 pessoas já a assinaram, incluindo Günter Grass (Prémio Nobel da Literatura); o bispo Desmond Tutu (Prémio Nobel da Paz); Danielle Mitterrand (ex-primeira dama de França); Fatima Bhutto (escritora paquistanesa); Noam Chomsky (filósofo, escritor e professor no MIT); Ed Asner (actor); Mike Farrell (actor) e Michael Radford (realizador do filme O Carteiro de Pablo Neruda, detentor de um Óscar da Academia). A tua assinatura é importante: http://www.petitiononline.com/Mumialaw/petition.html

MUMIA NÃO PODE MORRER!
EXIJAMOS UM NOVO JULGAMENTO!
LIBERDADE PARA TODOS OS PRESOS POLÍTICOS!

O Colectivo Mumia Abu-Jamal
Site: http://cma-j.blogspot.com
Contacto de email: [email protected]

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