A terceira edição da Pedalada Pelada (versão nacional da World Naked Bike Ride), realizada hoje, 13/3, em São Paulo, terminou com violência policial e detenção de ao menos 4 ciclistas. Segundo estimativas, cerca de 100 pessoas participavam da manifestação.

Por volta das 16h, quando os ciclistas encontravam-se na rua Avanhandava, um deles, identificado como Afonso, foi detido pela polícia, acusado de desacato. Outro ciclista, Gustavo, que se aproximou para conversar com os policiais, também acabou detido. Ele foi despido pela própria polícia (teve a bermuda arrancada), agredido e algemado. Em seguida, foi colocado à força no camburão. No momento (19h), ambos encontram-se na carceragem da 4ª DP.

Duas outras ciclistas, Laura Sobenes Sono e Talita Noguchi, também foram levadas para a delegacia, autuadas por “ato obsceno”. De acordo com Talita, no momemnto da detenção, a jornalista Renata Falzoni (ESPN) e a ciclista Sarah Elizabeth, que estavam próximas ao local, foram ameaçadas de atropelamento, por policiais. Além disso, os ciclistas também foram reprimidos com spray de pimenta.

A World Naked Bike Ride é um protesto pacífico que acontece em dezenas de cidades do mundo. Seu principal objetivo é defender a inclusão do uso de bicicletas nas políticas de transportes da cidade, além de denunciar a poluição causada pelos automóveis e o aumento do número de mortes no trânsito na capital.

Contato para imprensa: Talita Noguchi, 23 anos, estudante de História da USP: 11 9957 1117.

* As ações da polícia foram registradas em fotografias e vídeos, por Talita e outros ciclistas.

3 COMENTÁRIOS

  1. A atuação da polícia foi uma grande vergonha na Pedalada Pelada (World Naked Bike Ride) de ontem, aqui em São Paulo.

    Fico triste ao ver que essa tal “síndrome do pequeno poder” da polícia pode ser tão nociva. O Gustavo não estava nu. Rasgaram a bermuda dele, o machucaram e o levaram na viatura para a delegacia.

    Por que essa repressão e censura ao nu como forma de protesto tem que existir bem aqui em São Paulo, no Brasil, justamente na Terra do Carnaval? Segundo o delegado que nos atendeu na delegacia, é porque nós, ciclistas, devemos protestar por esse nosso direito de ficarmos nus.

    É mesmo? Temos que protestar pelo DIREITO de ficamos nus?

    Enfim. Isso é uma conversa à parte.

    O que importa mesmo é que em um ato tão lindo e pacífico pela humanização no trânsito, a polícia, ao invés de ficar do nosso lado como acontece em outras cidades do exterior, acabou detendo ciclistas que nem sequer agrediram física ou verbalmente nenhum deles.

    Durante a pedalada, um policial encostou a moto em um amigo nosso que estava pedalando e ele caiu no chão. Isso é segurança? Cara, como um policial tem CORAGEM de encostar a moto em um ciclista nu?! Completamente fragilizado?

    Pois é… é justamente essa a essência da Pedalada Pelada… pela humanização e não-violência no trânsito, dentre outras coisa.

    Se um policial (que é uma autoridade e tem que dar o EXEMPLO) é violento com o ciclista, o que devemos esperar do motorista do dia-a-dia?

    … vergonha e decepção é o que sinto.

    Ah, só uma correção: Talita e eu não fomos detidas. Pedalamos até a delegacia com alguns amigos, para dar apoio ao Gustavo que estava lá, injustamente.
    Quando chegamos lá, já vestidas, o delegado nos chamou e disse que nos autuaria por “ato obsceno”.

    Só não entendi porque todos aqueles policias não estavam sendo detidos conosco, também. Porque se o que eu, a Talita e todos aqueles outros ciclistas nus ou semi-nus fizemos foi obsceno, como podemos classificar o que os policiais fizeram?

  2. Diz uma história que no tempo da União Soviética, foi inventado um método para medir a inteligência das pessoas, similar ao QI dos americanos. Esta medida chamava-se TAR.
    Como ela usaria sistema decimal, um grande volume de inteligência seria um Kilotar. E um quantum muito pequeno de inteligência seria um Militar…

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