O meu primeiro emprego, entre 1959 e 1963, em plena ditadura salazarista, foi o de “locutor da rádio”. Uma das coisas que tinha de fazer era um “programa de discos pedidos” às sextas-feiras, em que os ouvintes telefonavam das 21h00 às 21h30, eu gravava os telefonemas e o programa era transmitido depois, com os telefonemas e as respectivas músicas. Eu arranjei um truque: em vez de atender os telefonemas dos ouvintes, arriscando-me a só me pedirem porcarias, era eu que telefonava aos meus amigos, indicava-lhes a música que eles deviam pedir, e assim compunha programas inteiros com músicas de resistência e contestação de todo o mundo… Uma das que passaram muitas vezes foi esta… Outra foi esta… Passa Palavra
É certamente de propósito que o autor deste texto não está indicado, embora suspeito de quem possa ser… Vou citá-lo mesmo assim.
Cara Joana Lopes
O autor deste texto não está identificado porque todos os Flagrantes Delitos se devem ao colectivo Passa Palavra, mesmo aqueles — e são muito numerosos — que estão escritos na primeira pessoa. E obrigados por citar o texto!
Entendido. Como já terão percebido, sou leitora diária do PP. Continuem…