2.000 pessoas ocupam 4 prédios no centro de São Paulo
Cerca de duas mil pessoas invadiram, na madrugada desta segunda-feira, quatro prédios abandonados no centro da capital paulista. Dos prédios ocupados, três são particulares e um do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Foram ocupados prédios na altura do número 925 da Avenida Ipiranga, 911 da Avenida Prestes Maia, 572 da Avenida São João e um edifício sem numeração da Avenida Álvaro de Carvalho.
Segundo o movimento responsável pelas invasões, Frente Luta por Moradia (FLM), parte dessas famílias sem teto, foram despejadas ou estavam em favelas da periferia sob ameaça de despejo.
Entre as reivindicações do FLM está a abertura de um edital de contratação do projeto do imóvel do INSS na Avenida Nove de Julho, número 1084, com 540 unidades habitacionais. Projeto que está parado há mais de dez anos.
O movimento também exige a apresentação de cronograma de atendimento em unidades habitacionais de Companhia Metropolitana Habitacional (Cohab), Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e Minha Casa, Minha Vida para as famílias assistidas no programa de atendimento emergencial e Parceria Social totalizando 1.200 famílias.
A Polícia Militar enviou equipes da 3ª Companhia do 7º Batalhão para os locais, e segundo a assessoria de imprensa foram registrados três boletins de ocorrência.
Caros companheiro do Passa Palavra,
Existe toda um debate no interior das várias organizações do movimento dos sem-teto sobre o uso dos termos “invasão” e “ocupação”. Algo semelhante ocorre também no movimento dos sem terra. O que tenho visto como prática é diferenciar as duas palavras, uma vez que o termo “invasão” é geralmente utilizado de maneira pejorativa por grandes veículos de imprensa para depreciar e criminalizar as ações dos movimentos. “Ocupação”, por outro lado, é o termo comumente utilizado pelos movimentos, remetendo à entrada em um imóvel que antes estava desocupado, ocioso, vazio, sem cumprir sua função social.
Por isso eu sugeriria, se fosse possível, que nessa chamada o termo “invasão” fosse substituído por “ocupação”.
No mais, aproveito para parabenizar a Frente de Luta por Moradia pelo ato que, como outro companheiro comentou, é uma das expressões de maior envergadura do movimento dos sem-teto nos últimos anos no país. Isso cerca de 10 dias após a Resistência Urbana também organizar atos de grande expressão em todo o país. Diante da intensificação das inúmeras políticas de aprofundamento da “periferização da pobreza” nos grandes centros urbanos do país e da crescente criminalização das experiências de mobilização popular, nada mais desejável que a luta também busque se fortalecer.
Saudações!
Caro Matheus,
Tal como nos sugeriu, alterámos os títulos deste comunicado. Nos textos que nós mesmos escrevemos é o termo «ocupação» que geralmente usamos. No entanto, «invasão» é a palavra que consta no título original, e no próprio comunicado a palavra é empregue duas vezes. Claro que não podemos alterar o texto do comunicado.
Saudações!