Dezesseis anos atrás, quando era fácil ser de esquerda porque todos lutávamos contra o “neoliberalismo”, enquanto a maioria de nós, os “engajados” da faculdade, discutia assuntos “militantes”, a direção da faculdade, com orçamento reduzido pelo mesmo “neoliberalismo”, reduzia as compras de material de limpeza básico, até papel higiênico. Nas assembleias, a falta deste prosaico item era assunto recorrente nas falas, mesmo de passagem. Custou-nos entender que as pessoas queriam, sim, se mobilizar contra este fedegoso resultado das “políticas neoliberais”. Resolvi pautar a questão com os outros nos seguintes termos: ou bem lutamos pelo papel higiênico ou bem ficamos na mesma merda. Óbvio que tanta gente politizada achou “um absurdo” “reduzir a pauta” do movimento estudantil a isso, mas parecia ser impossível então entender a ligação entre a merda do “neoliberalismo” e a merda do papel higiênico. E assim nos concentramos naquilo que para nós era “radical”, quando para a absoluta maioria radical mesmo era lutar para não ter mais que usar papel de caderno para limpar a bunda… Passa Palavra

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