Estudantes ocupam reitoria da PUC-SP pela redução das mensalidades
Nós, estudantes da PUC-SP, decidimos em Assembléia Geral ocupar a reitoria. O motivo: esgotamento dos meios de diálogo com as instâncias administrativas da universidade.
Desde o começo do ano, pedimos a redução das mensalidades, tendo em vista a permanência estudantil. Atualmente, o custo dos cursos da PUC-SP é um dos mais altos no país, e há anos tem sido reajustado acima da inflação do período. Hoje existem, na PUC-SP, cursos que chegam ao valor de até três salários mínimos.
Na última década, acompanhamos a mudança de perfil de uma instituição filantrópica para uma instituição privada e mercantil, com a maximização do contrato de professores, demissão de funcionários e sucessivos reajustes nos preços das mensalidades.
O Conselho de Centros Acadêmicos (CCA), percebendo a situação, pautou, a partir de reuniões no começo do ano, uma campanha para que se baixasse o preço das mensalidades, considerada cara e excludente. O movimento começou com assembléias puxadas pelos Centros Acadêmicos para que o problema fosse discutido com cada curso, acompanhadas de atos manifestando a insatisfação do corpo discente.
Em uma Audiência Pública entre a comunidade universitária e o Conselho Administrativo (Consad) no dia 14 de setembro, colocamos a demanda pela redução da mensalidade. Não obtivemos resposta. Para reforçar o movimento, puxamos um abaixo-assinado que alcançou 2200 assinaturas para ser entregue à reitoria e para que o assunto entrasse em pauta em alguma reunião do Consad.
A reunião aconteceu hoje. O Reitor, enquanto colocava seu posicionamento a respeito, reduziu o problema a um pedido da graduação em Serviço Social, que paralelamente ao movimento dos estudantes pedia pela gratuidade do curso. Encerrada a fala, ele e os outros dois conselheiros (secretários representando a Fundação São Paulo, mantenedora da PUC-SP) se colocaram favoráveis à diminuição da mensalidade apenas ao Serviço Social.
Questionamos então o que seria feito aos outros cursos da Universidade. Por sua vez, o Reitor se negou a colocar uma posição e, quando começamos a nos manifestar insatisfeitos por ter ele ignorado nosso documento, suspendeu a reunião. Para o reitor, cada curso deveria negociar a redução das mensalidades individualmente com o Consad.
Entendemos que, com essa postura, o Consad desconsidera as movimentações que os estudantes organizaram ao longo de um ano inteiro; por este motivo, logo após a reunião, realizamos assembléia geral e os cerca de 300 estudantes presentes decidiram ocupar a reitoria.
Momentos após a ocupação, o reitor Dirceu de Mello conversou conosco dentro da reitoria, e enfatizou que nenhum estudante seria punido e que não chamaria a polícia.
Para que a Universidade seja da comunidade e filantrópica, nós, estudantes, reivindicamos:
*Redução imediata das mensalidades
*Abertura do edital de bolsas, cedidas pela Universidade
*Flexibilização da negociação das dívidas dos inadimplentes;
*Rematrícula dos inadimplentes;
*Redução do preço do restaurante universitário;
*Criação de um centro de educação infantil, para estudantes e trabalhadoras deixarem seus filhos;
*Auditoria da dívida da PUC feita pela comunidade;
*Nenhuma punição aos estudantes mobilizados;
*Fim da Secretaria de Administração Escolar (SAE), em pró das secretarias específicas das faculdades;
*Incorporação dos funcionários terceirizados ao quadro de funcionários da Universidade;
*Fim do Conselho Administrativo em pró de um Conselho Universitário participativo a professores, funcionários e estudantes
*Fim do contrato maximizado dos professores;
Comissão de Comunicação
18 de novembro de 2010
Abaixo, segue o contato de algumas pessoas da comissão de comunicação:
Carol: 98655052
Gabi: 95969718
Ca: 91433503
Fi: 7993-3666