Em São Paulo, o quarto ato contra o aumento da tarifa de ônibus reuniu 4 mil pessoas na Avenida Paulista. Por Passa Palavra

Na quinta-feira, dia 20/01, 4 mil pessoas realizaram, na Avenida Paulista, uma manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo. Foi o quarto ato convocado pelo Movimento Passe Livre, que argumenta que todo aumento da tarifa significa um aumento da exclusão, pois menos pessoas têm o dinheiro necessário para circular na cidade.

phpwljwsi-350xAparentemente, a repercussão na opinião pública da repressão policial ao ato da semana passada surtiu efeito e o comandante da operação esteve sempre aberto ao diálogo com os manifestantes.

O ato ocupou duas faixas da Paulista e ao chegar no cruzamento com a Brigadeiro Luiz Antônio os manifestantes sentaram, bloqueando o cruzamento por 15 minutos. Neste momento ocorreu uma “pregação” contra o aumento, na qual um pastor do MPL convocou os manifestantes a exorcizarem o “encosto” que é a tarifa, depois os manifestantes cantaram o Axé contra o Aumento.

O crescimento da mobilização foi acompanhado pelo aumento da participação das organizações políticas. Além de movimentos de bairro por transporte, já mobilizados na semana passada, como os do Campo Limpo e da Belmira Marin, e do Sindicato dos Metroviários – que realizou simultaneamente uma manifestação com reivindicações específicas e também contra o aumento –, estiveram presentes diversas tendências e partidos políticos. Aparentemente a maioria deles está comprometido com a luta e disposta a construí-la coletivamente. Mas algumas correntes demonstraram que têm o intuito de usar a luta para promover sua própria organização, porém a força do ato os apagou e os apagará novamente.

php4ifvnn-350xAgora a luta contra o aumento precisa continuar crescendo, e, por crescer, não queremos dizer apenas aumentar o número de pessoas nas manifestações, mas fazer mais atos e atividades, consolidar a articulação com o Sindicato dos Metroviários e com a Gaviões da Fiel-Movimento da Rua São Jorge, além de dar força para os atos nos bairros, planejados localmente para as primeiras semanas de fevereiro. A pressão exercida até agora já abriu alguns canais de diálogo com o Poder Público, mas somente com a população mobilizada estes canais podem ser pressionados.

O MPL convocou para o dia 27/01, a partir das 17h, no Teatro Municipal, a próxima manifestação; e no dia 28/01 vai ocorrer uma Bicicletada contra o aumento, às 18h na Praça do Ciclista.

fotos: Pedrão Nogueira

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