Nenhum(a) militante a menos

Os que lutam se encontram em sério risco. Eis uma verdade com a qual temos que lidar todo o tempo. E a primeira pessoa aqui não vale para os que fazem da militância mera profissão, balcão de negócios, moeda de troca, estratégia de marketing e de “captação de recursos”. Mas sim para os verdadeiros, os perseverantes, os que têm sangue nas veias e coragem para remar contra a maré.

Dentre eles, a companheira Márcia Honorato é um exemplo, uma lutadora que não se vendeu, e muito menos se acovardou diante das ameaças que há muito tem sofrido. É fundamental que a integridade física da companheira seja preservada, e batalhar por isso é uma tarefa muito importante para todas e todos que constroem o poder popular.

A Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, do Rio de Janeiro, onde milita Márcia Honorato, está se articulando nesse sentido, e lançou uma nota em apoio à companheira. Segue abaixo um trecho dessa nota; e para lê-la na íntegra, acesse aqui.

Nenhum(a) militante a menos!

Nota de apoio à companheira Márcia Honorato, ameaçada de morte por policiais militares

Como é de conhecimento comum, a situação dos militantes de direitos humanos no Estado do Rio de Janeiro é de extrema vulnerabilidade. Isto se dá, pois, toda denúncia feita de alguma violação de direitos, principalmente aquela provocada por agentes da segurança pública, vem acarretando algum tipo de represália e ameaças. Um dos exemplos recentes disso é a situação enfrentada pela militante da Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, Márcia Honorato.

Márcia é uma reconhecida militante no Estado do Rio de Janeiro, especialmente por sua atuação no sentido da denúncia de inúmeras violações cometidas por policiais militares contra moradores de favelas e periferias cariocas e fluminenses. Ela participou ativamente das mobilizações que se originaram a partir da Chacina da Baixada, em 2005, quando policiais militares assassinaram 29 pessoas entre Nova Iguaçu e Queimados. Além disso, ajudou a denunciar grupos de extermínio nesta mesma região, além de atuar em outros casos de violação do direito à vida cometida por agentes públicos no Estado do Rio de Janeiro. A partir de então, entretanto, sua vida passaria por uma modificação profunda. A militante de direitos humanos em questão sofreria um atentado, em 2007, e diversas ameaças após isso. Uma das mais graves ocorreu em abril do referido ano. Márcia estava em casa, quando observou que o portão de entrada estava aberto, o que achou muito estranho, pois este costuma ficar sempre fechado. Assim, foi até o portão para fechá-lo, e, neste momento, uma pessoa que se encontrava, juntamente com outra, em uma moto parada na rua, chamou pelo seu nome. Em seguida, desceu da moto e foi até Márcia, pegando-a pelo pescoço, e falou: “você é um anjo; eu já te avisei; você quer morrer?”. Enquanto dizia isso, esfregava uma arma de fogo sobre o rosto de Márcia e esta respondeu, então: “vai se ferrar!”. O homem, então, atirou para o alto e, neste exato momento, o outro indivíduo que estava na moto aproximou-se, segurou o pescoço daquele que atirou, dizendo: “você está maluco?! quer complicar ainda mais a nossa vida?!”.

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