Por Passa Palavra

Logo que a notícia sobre a ação de reintegração de posse na Comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, correu a internet e as redes sociais, diversos setores da esquerda mobilizaram-se para organizar um ato em solidariedade na avenida Paulista, cidade de São Paulo.fotos-ato-masp

A invasão da Polícia Militar, com o aval do governo do estado e da juíza estadual Márcia Loureiro, iniciou-se às 6 horas da manhã deste domingo, surpreendendo as cerca de 6 mil pessoas que moravam no local há mais de 8 anos, já que na quarta-feira, dia 18, um acordo firmado na 18a Vara Cível de São Paulo, entre advogados do movimento, da massa falida da empresa Selecta (proprietária do terreno) e alguns parlamentares, determinava a suspensão da reintegração de posse por 15 dias. Ainda assim, apesar da decisão judicial em contrário no nível federal, cerca de 1,8 mil homens da polícia, auxiliados por 2 helicópteros, adentraram a comunidade sem qualquer prévio aviso. Com este desrespeito a uma ordem judicial pelas próprias entidades do poder, verifica-se que está estabelecido um conflito entre as instâncias federal e estadual do poder judiciário e o comando da PM; o que deve gerar bastante polêmica no decorrer desta semana – sem que, no entanto, o destino das famílias possa ser mudado.

Conforme os relatos, a operação foi e está sendo marcada por um uso excessivo de violência policial: bombas de gás lacrimogênio, gás pimenta, cassetetes e até armas de fogo estão sendo usados contra as famílias. Apoiadores que estão acompanhando a ação no local testemunham que lideranças estão sendo capturadas a dedo e sofrendo agressões por parte dos policiais. Até o momento, pelo menos 17 pessoas foram presas e outras tantas estão precisando de atendimento médico emergencial por conta de terem sofrido ferimentos graves ou terem entrado em estado de choque.

Durante o ato desta tarde na avenida Paulista, militantes que presenciaram a ação descreviam estar havendo um verdadeiro estado de sítio em São José dos Campos. Por ordem direta do governador Geraldo Alckimin, todos os acessos à Comunidade do Pinheirinho teriam sido bloqueados pela polícia. Não chegavam ao local sequer médicos, enfermeiros, advogados e assistentes sociais.

Embora não compense a grande perda que foi a dissolução da Comunidade do Pinheirinho – uma das maiores ocupações populares da América Latina e, por isso, símbolo da luta por moradia por estas bandas – não podemos deixar de ressaltar o aspecto bastante significativo da realização desta repentina manifestação de solidariedade na capital do estado. Apesar da forte chuva, cerca de 300 pessoas, pertencentes aos mais variados agrupamentos de esquerda (partidos, sindicatos, movimentos sociais e parlamentares) conseguiram organizar uma atividade unificada em pouquíssimas horas, ter bloqueado a avenida Paulista por pelo menos duas horas e expresso o seu apoio às famílias da comunidade destruída.

A atividade foi encerrada às 20h, pois está marcada uma assembleia, em São José dos Campos, às 9h de amanhã, segunda-feira, dia 23. Lá apoiadores e movimentos sociais pensarão e organizarão os próximos passos desta luta. Ainda haverá um ato em Brasília, em frente ao Congresso Nacional, às 10h30, chamado pelo MTD-DF e reunião em São Paulo, às 19h, no Sinsprev, para planejar novas ações.

3 COMENTÁRIOS

  1. O extenso documentário filmado e fotografado sobre essa execrável ação da PM de Geraldo Alckmin – no Pinheirinho – atesta a necessidade de se submeter essa autoridade governamental às barras dos Tribunais. Isto foi um GENOCÍDIO. Cidadãos foram assassinados. Uma criança morreu. Outras desapareceram. Mães estão angustiadas. O que mais é necessário para pedir o impeachement dessa autoridade genocida? Li que o presidente da OAB de S. José dos Campos buscará processar “as autoridades responsáveis”. A OAB Nacional deveria fazer o mesmo. O sr. Geraldo Alckmin não foi eleito para mandar matar, bater e torturar o cidadão paulista em detrimento dos interesses do mercado. Aliás, professores, estudantes (USP) trabalhadores em geral – e até viciados (cracolândia) – têm atestado qua todas as suas manifestações – e mesmo sua imobilidade – são motivo para que o governador de São Paulo (de plantão) use sua PM e mande rolar cassatetes, bombas, balas, tanques, helicópteros, etc para fazer prevalecer seus interesses. Tribunal em cima do governador genocida geraldo alckmin!

  2. estamos vivendo hj fatos sistematicos em nossa cidade que com certeza tem algo de muito fundo e podre nessa historia….
    temos a “LIMPEZA”” social da cracolandia….q tanto si fala hj nos noticiarios parece q esta na moda agora!!
    temos a atitude da pm dentro da usp…isto nos lembra que o poder de calar e fazer calar do ESTADO ainda esta forte!!
    temos a atitude da pm dentro das favelas do rio e de sao paulo que a cada dia esta ficando mais dificil a vida de tantas pessaos q estao sendo aterrorizadas dentro de seus lares!!!
    temos agora a desocupação brutal da comunidade do pinheirinho…. Pessoal nosso estado virou um sistema ditatorial democratico?
    usamos a democracia pra evitar q “VOÇE” no caso todos nós… faça protesto e lute por melhorias pq si vc fala de golpe de estado e militares no poder sabemos que havera um alvoroço da populaçao em seu peso maior….porem si vc mantem suas vidas com APARENTE liberdade e de formas sutis e agressivas sempre usando a maldita midia pra veicular informaçoes duvidosas e tendenciosas para a opiniao publica nao dar atenção ao q si deve,,,,entao…
    temos ai um sistema ditatorial democratico
    oq si precisa fazer é uma marcha nacional paralização total de grupos e orgãos nao governamentais para indiciar uma reforma na constituição….e reestruturar nosso sistema!!
    E nossa principal arma pode ser a internet,,,

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here