IMPORTANTÍSSIMO – QUINTA-FEIRA (01/03), ÀS 13hs, SESSÃO DE JULGAMENTO DO CASO MARCOS PAULO DE SOUZA
Nós das Mães de Maio estamos junt@s até o fim com toda família e amig@s do jovem Marcos Paulo de Souza, assassinado em novembro de 2008 por policiais da Força Tática de SP. Tâmo Junt@s também com a jovem vítima/testemunha Willian*, sua família, e @s Guerrêr@s do Núcleo Especializado de Direitos Humanos da Defensoria Pública de SP e da Associação Paulista de Defensores Públicos (Apadep) que estão acompanhando o caso: NA LUTA PELA VERDADE E JUSTIÇA SEMPRE!!!
Os pms em julgamento introduziram no processo documentos rasurados, há várias contradições. Alguns deles, os pms EDMAR LUIS DA SILVA MARTE e RAFAEL VIEIRA JÚNIOR, respondem a outros processos por homicídio, mas foram recentemente promovidos de soldados a cabos!!!
O jovem MARCOS PAULO foi obrigado a deixar o irmão, uma criança de dois anos, de quem cuidava como se fosse pai. Atualmente a criança, que conversa com o irmão, tendo-o como amigo imaginário, e a mãe são atendidos pelo CRAVI (Centro de Referência e Apoio às Vítimas do Estado de São Paulo).
A testemunha/vítima Evandro* saiu da comunidade e, desde o ocorrido, tem pesadelos e dificuldade de sair de casa.
A vítima Willian foi procurada novamente em sua casa por dois homens que se diziam oficiais de justiça e que tinham ordem de prisão contra Willian, o que não consta no Judiciário.
*são nomes fictícios, por questões de segurança…
PARA ENTENDER O CASO COMPLETO, CONFIRAM AQUI MAIS INFORMAÇÕES
“Em 10 de novembro de 2008, dois jovens, MARCOS PAULO DE SOUZA e Willian*, foram abordados por seis policiais militares da Força Tática na sua comunidade. Estavam com um cigarro de maconha e foram obrigados a comê-lo, não satisfeitos, os pms não os dispensaram. Continuaram abordados e torturados psicologicamente para afirmarem que eram traficantes, na presença de testemunhas, Evandro* que descia a rua para entregar a pizza também foi abordado e pressionado para afirmar se os dois jovens eram traficantes e se ele estava ali para comprar drogas. Ao dizer que não, que estava trabalhando, recebeu violento tapa no rosto no PM Soldado EDMAR LUIS DA SILVA MARTE. Os pms continuavam a abordar outros jovens que passavam e encontraram na viela de um campo de futebol uma meia com frascos. Aproximaram-se de Willian e Marcos Paulo e ordenaram que cada um pegasse um frasco. Indagaram a Willian o que seria o líquido e ele respondeu que provavelmente era lança perfume. Foi então que os pms soldados EDMAR LUIS DA SILVA MARTE e RAFAEL VIEIRA JÚNIOR empunharam as armas contra o peito dos jovens e ordenaram que deveriam beber ou morreriam.
Acuados, MARCOS PAULO engoliu a substância enquanto Willian apenas fingiu ingerir.
MARCOS PAULO começou imediatamente a passar mal. Foi quando Willian, pressentindo que algo pior pudesse acontecer, puxou-o pelo braço para irem embora. O TENENTE CARLOS DIAS MALHEIROS, responsável pelos trabalhos, além de presenciar tudo o que ocorria sem intervir, ainda jogou spray de pimenta nos olhos de Willian e na boca de MARCOS PAULO que já entrava em convulsão. MARCOS PAULO teve morte súbita poucos metros à frente. Chegou a ser levado ao Pronto Socorro pelo Delegado e um investigador do 101º DP, mas já estava sem vida.
Na Delegacia, a primeira testemunha Ednei* foi conduzida ao Batalhão pelos próprios pms envolvidos e foi ameaçada da Delegacia ao Batalhão. A mãe da vítima fatal ouviu quando o TENENTE MALHEIRO disse a Ednei “vc quer ajudar a família, mas isto aqui pode virar uma bola de neve. Seu amigo entrou em óbito, vc pode ser o próximo”.
Poucos meses depois, a vítima Willian foi detida em frente à própria casa e conduzida ao DP com ocorrência forjada de porte de arma. Willian não foi preso em flagrante porque a autoridade policial percebeu que ele não poderia levar uma arma escondida na cueca, como os pms diziam, pois estava trajando uma cueca samba canção e bermuda larga sem bolsos. Ainda assim foi condenado à revelia a 6 meses de prestação de serviços à comunidade. A Defensoria Pública recorreu contra a decisão e aguarda decisão do TJSP.
Os seis pms foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado por motivo torpe (“castigar os jovens porque iriam usar maconha”) e por envenenamento. Ainda denunciou o pm EDMAR LUIS DA SILVA MARTE por abuso de autoridade por ferir a testemunha Evandro*.
Na próxima quinta-feira, dia 01.03, às 13h00 haverá mais uma audiência no IV TRIBUNAL DO JÚRI, situado no Fórum da Barra Funda, na qual a juíza continuará a análise se os pms devem ser submetidos ao JÚRI POPULAR.
Embora com muito receio, quatro testemunhas do ocorrido compareceram e solicitaram a proteção de seus dados pessoais, daí usarem nomes fictícios.
Os policiais negam estarem sequer no local dos fatos, pois estariam em aula, chamada “instrução”, da 1 às 2 horas da manhã. MARCOS PAULO faleceu à 1h30min. Aula dada pelo acusado TENENTE CARLOS MALHEIRO. Todavia a própria Corregedoria da Polícia Militar considerou que houve, de fato, a abordagem dos jovens no horário indicado por eles (aproximadamente das 00 à 01h40min), além de que os pms introduziram no processo documentos rasurados, há várias contradições.
Os pms EDMAR LUIS DA SILVA MARTE e RAFAEL VIEIRA JÚNIOR, que respondem a outros processos por homicídio, foram recentemente promovidos de soldados a cabos.
Além do TENENTE CARLOS DIAS MALHEIRO, são acusados os pms JORGE PEREIRA DOS SANTOS, CLAUDIO BONIFAZI NETO (neto do Diretor da Associação de Policiais Militares do Tatuapé e filho do candidato à deputado estadual pelo PTN- 2010) e ROGÉRIO MONTEIRO DA SILVA que tinham o DEVER de impedir a ação criminosa e nada fizeram, concorrendo, portanto, para os resultados. Nunca foram afastados de suas funções.
MARCOS PAULO foi obrigado a deixar o irmão, uma criança de dois anos, de quem cuidava como se fosse pai.
Atualmente a criança que conversa com o irmão, tendo-o como amigo imaginário, e a mãe são atendidos pelo CRAVI (Centro de Referência e Apoio às Vítimas do Estado de São Paulo).
A testemunha/vítima Evandro saiu da comunidade e, desde o ocorrido, tem pesadelos e dificuldade de sair de casa.
A vítima Willian foi procurada novamente em sua casa por dois homens que se diziam oficiais de justiça e que tinham ordem de prisão contra Willian, o que não consta no Judiciário.
JUÍZA: ANA HELENA MELLIN
PROMOTOR: FÁBIO GOULART
ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO: DEFENSORIA PÚBLICA pela vítima Willian e advogada constituída pela mãe da vítima fatal.
IV TRIBUNAL DO JÚRI
PROCESSO Nº 598/09”