Rapaz é agredido por policiais da UPP no Cantagalo/ Pavão-Pavãozinho

Roberto chegou em casa gritando por socorro. Logo depois, os policiais chegaram. Eles arrombaram a porta, quebraram tudo que encontraram pela frente e ainda dispararam tiros. A família de Roberto, assustada, testemunhou toda agressão.

Mesmo sem encontrar nada que pudesse incriminar Roberto, os policiais algemaram o rapaz e o levaram para a 13º DP, em Copacabana, o que é
contra lei. A 11ª Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF) limita o uso de algemas a casos excepcionais. Segundo o documento, só pode ser algemado quem oferecer resistência ou colocar em perigo o policial ou outras pessoas no momento da prisão.

Na delegacia, Roberto foi autuado por desacato, desobediência e resistência (Registro de Ocorrência nº 013-01944/2012).

Militantes da Rede Contra Violência estiveram no morro para acompanhar o caso. Lá chegando, encontraram Roberto que apresentava hematomas por todo o corpo. Ele foi orientado a fazer exame de corpo e delito e solicitar uma ressalva no Registro de Ocorrência, mas como o documento já havia sido encaminhado ao JECRIM foi realizado um novo boletim.

Vale lembrar que essa não é a primeira denúncia de agressão, abuso de poder e até assassinato envolvendo a UPP Cantagalo/ Pavão-Pavãozinho. Em 12 de junho de 2011, André de Lima Cardoso Ferreira foi executado por policiais. Pouco tempo depois, o jovem Maurício Pedro foi preso irregularmente quando voltava do trabalho.

Recentemente, a companheira da Rede, Deize Carvalho, sofreu perseguiçao política, através de ameaças de policiais a dois de seus filhos. Continuaremos denunciando as arbitrariedades ocorridas nas comunidades Pavão-Pavãozinho/ Cantagalo!! Não admitiremos que absurdos como esses persistam e sigam impunes!!