Unipop, no espaço Seu Vicente: De Que É Nome O Comunismo?
Local: «Seu Vicente» Residências Artísticas (Rua da Boavista, n.º 46 – 1.º, Lisboa – http://seuvicenteresidencias.wordpress.com, localização aqui)
Datas: Dias 24 de Maio (18h30 às 20h30) e 25 de Maio (18h30 às 20h e 21h30 às 23h)
Organização: UNIPOP
Coordenação: Bruno Peixe Dias e José Neves
Apoio: «Seu Vicente» Residências Artísticas, c.e.m (centro em movimento), Câmara Municipal de Lisboa
A frequência do seminário é livre, mas pede-se aos interessados que efectuem uma inscrição prévia, enviando um e-mail com o nome para [email protected].
Lugares limitados.
No final do seminário será emitido um certificado de frequência.
O comunismo, enquanto nome, ideia e projecto político, conhece, de há uns anos a esta parte, um novo fôlego, não só enquanto categoria teórica, nos trabalhos de filósofos como Alain Badiou, Michael Hardt e Antonio Negri, Slavoj Zizek, Gianni Vatimo, Jodi Dean ou Bruno Bosteels, mas também na própria prática política: a dos partidos e organizações que há muito se reclamam desse nome, mas também a de movimentos e agentes colectivos associados aos mais recentes ciclos de luta contra o capitalismo.
Trata-se, no caso destes movimentos e lutas, menos de pensar o comunismo como programa a realizar, mas antes de o conceber como processo de construção de novas formas do viver colectivo, necessariamente precárias, no aqui e no agora. Estas novas agências e movimentos assentam, na sua maioria, numa exigência de reapropriação colectiva do comum, numa palavra, de comunização, recusando, ao mesmo tempo, a lógica representacional e hierárquica que subjazeu à acção de partidos e organizações de classe ao longo do século XX.
Propomo-nos, nas três sessões deste workshop, discutir o comunismo como nome que designa a essência da política e, ao mesmo tempo, como designação com potencial para fazer sentido dos mais recentes ciclos de luta contra o capitalismo e pela igualdade.
Propomos, nesse sentido, alguns textos para discussão nas sessões:
- Alain Badiou, The Idea of Communism, em Slavoj Zizek e Costas Douzinas (ed.) «The Idea of Communism»;
- Michael Hardt, O Commun do Comunismo, disponível no nº 1 da revista Imprópria (ed. Unipop);
- Giorgio Agamben, Le commun: comment en faire usage, disponível em http://multitudes.samizdat.net/Le-commun-comment-en-faire-usage.html;
- Benjamin Noyes (ed.), Communization and Its Discontents, disponível em https://docs.google.com/viewer?url=http://www.minorcompositions.info/wp-content/uploads/2011/11/CommunizationDiscontents-web.pdf&pli=1.
Bruno Peixe Dias é investigador do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e da Númena – Centro de Investigação em Ciências Sociais e Humanas. Elaborou uma tese de mestrado sobre Alain Badiou e coordenou, com José Neves, a edição do livro A Política dos Muitos. Povo, Classes e Multidão (2010), publicado pelas Edições Tinta-da-China.
José Neves é professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e é investigador do Instituto de História Contemporânea da mesma faculdade. Tem trabalhado sobre comunismo, nacionalismo, historiografia e desporto.