No meio de abril, fizemos um primeiro protesto em frente à UBS do Residencial Cocaia, denunciando a precariedade do atendimento público de saúde em nossa região, e cobrando a criação da UBS do Cantinho do Céu. Nesse dia, membros da Coordenadoria de Saúde e da Supervisão Técnica de Saúde nos disseram que estava tudo certo para o aluguel de um imóvel, e que a UBS estaria funcionando, na pior das hipóteses, em setembro. Tudo de boca, sem nenhum compromisso escrito, como já havia sido feito tantas vezes, ao longo de anos.

Mas o protesto “motivou” a burocracia da saúde a trabalhar, e assim, 2 dias depois se descobriu que não seria possível alugar o tal imóvel (!), ou seja, primeiro prometeram, depois foram atrás de saber a real. No entanto, junto à Subprefeitura, e em acordo com o proprietário do imóvel, eles resolveram entrar com a desapropriação do prédio, para depois fechar o contrato, como pode ser visto no documento abaixo, que mostra a resposta da Coordenadoria de Saúde ao Ministério Público, em função de um processo aberto pela Associação em Defesa da Moradia do Recanto Cocaia.

Em poucos dias, portanto, se avançou mais do que em anos, graças à organização do povo. Mas o tempo foi passando, as promessas não foram colocadas no papel, as informações chegavam desencontradas, e em meio a lutas noutros bairros, resolvemos fazer novamente um protesto pela UBS do Cantinho do Céu, e nos acorrentamos na Subprefeitura reivindicando um compromisso por parte da Subprefeitura e da Secretaria de Saúde. Esse compromisso foi firmado, como se pode ver abaixo, e foram estimados prazos para a implementação da UBS.

Diante da situação caótica da saúde, e da demora na implementação de novas estruturas de saúde em nossa região, é realmente difícil ter mais paciência, mas decidimos aceitar esses prazos, acompanhando o seu cumprimento por meio de reuniões periódicas. Com certeza não iremos ficar de braços cruzados, e mesmo se tudo ocorra como previsto, a situação está longe de ser resolvida, já que as atuais estruturas de gestão não garantem que as UBSs funcionem de acordo com os anseios da população. Além disso, os problemas do sistema de saúde em nossa região estão longe de se resumir à falta de uma UBS, e várias outras estruturas de saúde precisam ser criadas (UBSs, estruturas de atendimento médico especializado, pronto-socorros, hospitais), e em condições de dar um bom atendimento aos usuários. Não é isso o que acontece hoje, e não vai acontecer enquanto nossas vidas e nossas doenças forem mero meio das empresas e dos politiqueiros ganharem dinheiro.

É preciso construir um controle popular do sistema de saúde!

Mais informações, inclusive os documentos de compromisso assinados pela prefeitura, pode ser obtidas aqui.

Rede de Comunidades do Extremo Sul de São Paulo-SP

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