Os estabelecimentos prisionais portugueses apresentam, desde há décadas, sérios problemas estruturais. A elevada taxa de sobrelotação, as fracas condições médico-sanitárias (simbolizadas pelo «balde higiénico») e os habituais episódios de violência praticados por guardas prisionais fazem com que a pena seja sempre acrescida. Por mais grave que seja, a imposição destas condições não parece suscitar um desejo de fuga. A situação financeira atravessada pelas famílias dos reclusos, em geral oriundos das classes sociais mais desfavorecidas, tem originado a recusa de saídas precárias. Apesar de tudo, a prisão garante teto, cama e comida. Já a vida cá fora, nem por isso. Passa Palavra

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