Uma aula de precariedade: educação “provisória”

Na última quinta-feira, dia 11 de abril, alunos, funcionários e professores da E.E. João da Silva foram transferidos provisoriamente para as Escolas Estaduais Jardim Noronha V e Savério Fittipaldi, ambas na região do Jd. Noronha (Grajaú). Depois das denúncias (veja aqui), a ação foi rápida, mas vale destacar que o governo estadual estava ciente da situação há bastante tempo, tendo realizado vários laudos sobre a situação precária do prédio. Os alunos tem transporte de ida e volta para as novas escolas e todos estão a salvo do risco de desabamento, o que era de extrema urgência, porém toda esta história está longe de ser resolvida!

educaçâo a distanciaAinda que a transferência seja uma boa notícia, todo o processo para a remoção ocorreu de forma conturbada. A começar pelo fato de os pais e responsáveis pelas crianças não terem participado na tomada de decisões, já que muitas reuniões foram realizadas as portas fechadas, e a decisão final foi apenas comunicada dias antes da transferência dos alunos. Além disso, no dia da transferência dos alunos para a nova escola a situação foi caótica, segundo relato de alguns pais. Estava chovendo bastante e nem os pais nem as crianças tem um local adequado para aguardar. Inclusive houve um pequeno acidente com um dos ônibus devido à chuva e à estrada precária no percurso até as novas escolas, e por sorte não houve feridos.

Outro fato estranho é que, aparentemente, houve uma invasão na escola Noronha V, que foi alvo de vandalismo, que curiosamente ocorreu apenas no andar no qual seriam recebidos os alunos e professores da EE João da Silva. Com isso, os mesmos foram recebidos num local inadequado para o uso, por exemplo, haviam televisores quebrados, torneiras quebradas, materiais jogados pelo chão, além disso, alguns materiais que foram transferidos da escola João da Silva para a nova desapareceram. E a inadequação dos espaços se comprovou no cotidiano, em que alunos e professores estão fazendo atividades pedagógicas até nos corredores! Quer dizer, saíram de uma escola de lata desabando e foram para outra situação precária, que não pode durar muito tempo.

sos educaçâoMas a questão fundamental e deveria ter sido alvo de planejamento coletivo entre diretoria de ensino, pais, mães, alunos e direção escolar é: o que será feito com o prédio interditado? Será derrubado para a construção da nova escola? Será reformado? Quanto tempo vai demorar? Vai ficar abandonado, caindo aos pedaços, até desabar sozinho? Não sabemos! Pois nem a Diretoria de Ensino, nem a Secretaria Estadual de Educação e nem a diretoria da escola apresentaram o projeto da obra!

Por isso não podemos ficar de braços cruzados, este é o momento de familiares, alunos e a comunidade tomarem as rédeas deste processo, para cobrar uma ação concreta! Desde realizar a construção de uma nova escola e não reformas de maquiagem, até dar boas condições de permanência e de segurança no novo espaço em que alunos, professores e funcionários foram alocados!

Rede de Comunidades do Extremo Sul de São Paulo-SP

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