Casa da Achada: Os Índios da Meia Praia — ontem e hoje
OS ÍNDIOS DA MEIA PRAIA – ONTEM E HOJE
Sábado, 6 de Julho, 18h30 Organização: NAM – Não Apaguem a Memória
Conversa sobre os índios da Meia Praia com o arquitecto José Veloso, envolvido nas operações SAAL da Meia Praia, e com o sociologo João Baía. O Coro da Achada vem cantar «Os índios da meia praia» de José Afonso. Às 21h30 projecta-se o filme Os índios da meia praia de António da Cunha Telles.
Quando se deu a revolução de Abril de 1974, as barracas de zinco de uma comunidade de pescadores, em Lagos, desapareceram neste lugar. Através do serviço ambulatório de apoio local, conhecido como projecto SAAL, o governo cedeu o terreno, o apoio técnico e parte do dinheiro, e as populações avançaram com a mão-de-obra.
O fim do bairro de lata ficaria a dever-se ao arquitecto José Veloso. Foi difícil convencer os moradores do bairro. Desconfiavam das promessas e chegaram a ameaçar correr José Veloso à pedrada. O arquitecto não desistiu. Aos poucos, os pescadores acreditaram que poderiam ter direito a uma casa.
Ansiosa por deixar as barracas, a população organizou-se em turnos. Quando os homens estavam no mar, eram as mulheres que trabalhavam nas obras. Havia duas regras: as habitações tinham de começar a ser construídas ao mesmo tempo e todos teriam de ajudar na construção de todas as casas.
O realizador de cinema António da Cunha Telles decidiu documentar a transformação que estava em marcha e Zeca Afonso criou a música com o mesmo nome.
Quase quarenta anos depois, o bairro, localizado a poucos passos da praia, numa zona de expansão turística e ao lado de um campo de golfe, parece ter os dias contados.