Em 2009 houve um primeiro despejo violento, de 140 famílias. Na ocasião, assistentes sociais passaram de casa em casa prometendo moradia, e poucos dias depois as famílias foram convocadas a pegar um cheque de 8 mil reais em troca de suas casas, que deviam abandonar em até 10 dias.
No final de 2009 e início de 2010 houve uma enchente terrível, que inundou casas de diversos moradores. Isso serviu de desculpa para o governo despejar famílias que não estavam atingidas pela enchente, ao mesmo tempo em que deixou desamparadas as famílias que mais necessitavam de uma alternativa habitacional.
De lá para cá, todo ano os moradores da Vila Madeirite enfrentam a tragédia das enchentes. A Prefeitura promete solução, já fez dois cadastros, já fez estudos da área, já fez inúmeras promessas, e nada foi feito. Fosse para atender o interesse de uma grande construtora, o problema teria sido resolvido no início de 2010, mas como se trata de pessoas pobres, a Prefeitura simplesmente ignora e enrola.
Para piorar, no final de 2012 foram contratadas duas empresas para realizar o despejo de toda a área entre a Rua Nuno Guerner de Almeida e a represa, o que significa a remoção de mais de 2 mil famílias! E novamente o que foi oferecido a elas foi a tal bolsa-aluguel de 400 reais…
Esse tipo de situação ajuda a compreender a onda de ocupações que está ocorrendo aqui em nossa região, e se espalhando para outras quebradas do Extremo Sul, e talvez por outras periferias. É esse o tipo de situação que não iremos mais tolerar! Precisamos nos unir e lutar para que isso não ocorra mais, e para que a população pobre não sofra mais com enchentes, com despejos, e não precise se matar para pagar o aluguel, e nem se humilhar vivendo de favor. Todo Poder ao Povo!