NOTA DE REPÚDIO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL INDEPENDENTE DA UFG

À PRESENÇA DE MILITARES NO CAMPUS NO DIA 31 DE MARÇO:

No dia 31 de março, quando se completam 50 anos do golpe militar, o exército e demais forças repressivas do estado (Força Nacional, Polícia Federal, representantes das Polícias Militares dos estados, Polícia do Exército) articuladas pela recém-criada Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos se encontraram no Centro de Eventos Elias Bufaiçal, um espaço da Universidade Federal de Goiás, para uma reunião que definira ações pontuais na segurança dos megaeventos em especial a Copa do Mundo da Fifa (que se aproxima entre estas ações englobam dura repressão a manifestações populares, ocupação de comunidades (com a desculpa de “pacificação” mas que na realidade é uma ocupação criminosa para servir a especulação em forma de remoção para o povo das favelas) sem nenhum conhecimento do conteúdo da reunião e da participação da comunidade acadêmica. Afirmamos aqui o nosso posicionamento de que somos contrários à utilização da estrutura da universidade para qualquer tipo de treinamento e aperfeiçoamento da repressão aos movimentos sociais e populares. A universidade não deve servir pra melhorar a repressão: seu conhecimento deve servir à sociedade e aos trabalhadores.

Assim que souberam do ocorrido, vários estudantes foram manifestar seu repúdio à realização desse evento na nossa universidade. Ao nos manifestarmos, os agentes da repressão filmaram de maneira ostensiva e ameaçadora o rosto de cada um dos participantes da manifestação, além de ofenderem de maneira homofóbica e machista vários dos participantes da manifestação. O que esses agentes pretendiam fazer com essas filmagens? Pensamos que a intenção aqui é a mesma dos 50 anos atrás: o fichamento dos lutadores para posterior repressão. A reitoria, quando questionada, se omitiu em relação a essa prática inaceitável das filmagens e das ofensas homofóbicas.

O reitor Orlando Amaral alegou que não é responsável pelos eventos, que não tinha conhecimento do mesmo, e que a data em que foi marcado esse encontro de agentes repressivos na nossa universidade foi “uma infeliz coincidência”. No entanto, o mesmo reitor se recusa a repudiar a presença desses militares nesse dia e com esse evento, mesmo tomando conhecimento do que ocorreu e das posturas tomadas pelos agentes da repressão frente aos estudantes. Exigimos que a reitoria se posicione frente ao simbolismo do dia escolhido pelos militares e às agressões que foram feitas aos estudantes. A omissão, nesse caso, é simplesmente inaceitável.

A reitoria afirmou diante da manifestação estudantil que eles iriam propor uma revisão da resolução da utilização da estrutura da UFG para também proibir eventos militares. Exigimos que essa alteração seja feita o mais rápido possível: não toleraremos a presença dessas instituições no nosso meio e não temos dúvidas que os conflitos cada vez mais radicalizados continuarão ocorrendo enquanto a presença delas for tolerada pelas administrações da UFG.

ASSEMBLEIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UFG REUNIDA EM 31 DE MARÇO DE 2014

Foto: Presença militar ostensiva no Campus
ExercitoNoCampus

12 COMENTÁRIOS

  1. aiai… desde quando adianta o reitor ficar sabendo de uma coisa dessa ? vc acha q ele pode impedir? ele nem precisa ficar sabendo disso. e outra, os militares estao fazendo esse treinamento la ja a alguns dias, nao começaram hoje.

  2. WillNS, não acredito que a presença do exército foi em decorrência do seminário na FH, afinal, em nenhum momento da programação consta a presença de algum deles. E, sejamos francos, não é da postura das forças de segurança corroborar com os movimentos que relembram o terror do regime ditatorial, especialmente aqueles que tem por finalidade alertar os que nao viveram este período das trajédias causadas.

  3. Excesso de Foucalt é complicado. Exército e polícia só são bons se estiverem sob a tutela de um regime socialista como em Cuba ou Coréia do Norte, não é caros herdeiros de Chomsky?

  4. Calma gente…nao vamos sair por ai julgando uma reuniao sem saber do que se trata nao…eu sou militar, estudei na UFG, trabalhei como tecnico administrativo…estou na mesma sociedade que voces…tenho curso superior, fiz concurso para ser militar…e muitos militares são professores…fiquem sabendo dessa tá…passei por formação em regime militar…sou muito grato por conhecer e faz parte desse mundo, onde se tem organização, respeito, cordialidade, lealdade, dedicação, sabemos que tem muito pensamento arcaico dentro da PM, exercito e etc, mas esta diminuindo…dando lugar a jovens concursados oriundos da mesma sociedade que vocês…no final de semana, na minha folga estou com a minha família, amigos frequentando ate mesmo o mesmo lugar que alguns de vocês…calma…são novos tempos…quem não gosta da presença de militares, policia, bom sujeito não é…a sociedade ela tem a policia que merece…abraço a todos!!!

  5. Soares… “a sociedade ela tem a policia que merece…” O ESCALBAL!!! A POLÍCIA NO BRASIL AGE DE FORMA ARBITRÁRIA E(CONSTANTEMENTE E NORMALMALMENTE) DE MANEIRA ILEGAL!!! NO BRASIL, A POPULAÇÃO É REFÉM DAS AÇÕES TRUCULENTAS E IMORAIS DA POLÍCIA (PRINCIPALMENTE A MILITAR).

    Soares, vc vem me dizer que “a sociedade ela tem a policia que merece…” E VC AINDA SE DIZ EX-UNIVERSITÁRIO DA UFG, EX-SERVIDOR PÚBLICO DA UFG; MEU CARO, VC ME PARECE SIMPLESMENTE MAIS UM BABACA MILITAR PERTENCENTE À ATUAL CLASSE MÉDIA BRASILEIRA QUE NADA FAZ ALÉM DE SÓ OBSERVAR O CAOS DO PAÍS DE SUA CONFORTÁVEL POLTRONA… E QUE EM ÉPOCA DE MANIFESTAÇÕES, VAI PRA PRAÇA VESTINDO CAMISETINHA BRANCA E APOIANDO AS AÇÕES REPRESSIVAS DA POLÍCIA (MILITAR)!!!

  6. Relaxa Zé Bento…desarma meu caro…não generalize…estamos na mesma sociedade…problemas temos demais..solução e vontade de mudar é que está faltando…não perde tempo em tentar decifrar meu perfil, comportamento, venha ver o trabalho…venha conhecer, por exemplo, o programa PROERD…juntos temos que lutar pra fazer um pais melhor e tentar diminuir esse caos!!! Abraços

  7. PROERD é estrume. Colocando policiais militares dentro das escolas para difundir mentiras sobre as drogas e fazer com que as crianças tenham mais prazer ao quebrar as regras de forma ignorante, experimentando cada vez mais cedo as substâncias sem informações científicas corretas e sem poder ter um “papo reto” com adultos que também são usuários de drogas (legais ou ilegais).
    Enlatado yankee, produto da guerra às drogas. O nacionalismo brasileiro é realmente uma piada de mau gosto.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_Educacional_de_Resist%C3%AAncia_%C3%A0s_Drogas_e_%C3%A0_Viol%C3%AAncia

    Proerd é o progama
    Proerd é a solução
    Lutando contra as drogas
    Ensinando a dizer não

    http://letras.mus.br/cancoes-do-proerd/1289831/

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here