Espaço Cultural Mané Garrincha: exibição do filme
«Zuzu Angel»
“Quem é essa mulher que canta sempre o mesmo arranjo.
Só queria agasalhar meu anjo que mora na escuridão do mar” – Chico Buarque (Angélica)
Os tanques saídos de Juiz de Fora – MG, naquele sombrio 31 de março de 1964, atrasaram seu curso e a *revolução* sem povo, a despeito da negativa de seus protagonistas, sofreu a marca do revés, entrando para a história brasileira com a data que melhor caracterizaria suas façanhas pelas duas tristes décadas seguintes, o dia da mentira!
Toda revolução, se genuína, visa publicizar seus feitos e não omite sequer a liquidação física inimiga, que antes parecia inquebrantável. A farsa, travestida de revolução, sequestra, tortura, assassina e oculta o cadáver adversário, pois sabe que seus atos não têm respaldo na sociedade e nem mesmo junto à sua família. O Regime Militar brasileiro iniciado em 1º de abril de1964 foi do segundo tipo.
Como parte das atividades espalhadas pelo país por ocasião do rechaço aos 50 anos do golpe militar no Brasil, o Espaço Cultural Mané Garrincha convida a todos (as) para a exibição do filme Zuzu Angel de 2006 do diretor Sérgio Resende.
Quando: Sábado, 05/04/2014.
Horário: 17: 00.
Endereço: Rua Silveira Martins, 131 – sala 11. Saída pelo Poupa-Tempo do Metrô-Sé – SP.
“Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho” – Zuzu Angel
Zuleika Angel Jones, a Zuzu Angel, estilista de renome internacional, foi assassinada em 1976 pelos verdugos da ditadura militar por clamar por seu direito de mãe sem ao menos poder enterrar os restos mortais de seu filho, Stuart Angel Jones, militante e guerrilheiro, torturado, morto (jogado ao mar) e desaparecido até os dias atuais.
Zuzu Angel é um registro cinematográfico sobre alguém que transitou no meio de pessoas que muito ganharam com o golpe militar, enquanto seus maridos estavam ocupados em torturar e matar: as Senhoras da socialite. Senhoras deslumbradas com o mundo da moda. Moda que Zuzu Angel soube transformar, indo do simples e alienante exotismo de um país tropical aos desfiles com roupas estampadas com símbolos da repressão.
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