Estudantes da Unesp de Ilha Solteira ocupam a faculdade após expulsão de 44 da moradia estudantil
No dia 13 de abril residentes da moradia estudantil da Unesp de Ilha Solteira ocuparam a faculdade após divulgação de uma lista de 44 estudantes “excluídos” do programa. A expulsão desses estudantes da moradia estudantil foi uma decisão tomada pela diretoria da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (FEIS) cumprindo o regimento geral estabelecido para todos os campi da Unesp que impõe um critério meritocrático para a permanência desses estudantes. De acordo com o regimento o estudante deve ter 2/3 de aproveitamento nas disciplinas, não ter reprovação por falta e não permanecer mais de 6 anos na moradia. Além disso o critério socioeconômico utilizado é de um salário mínimo e meio na renda familiar per capita (R$ 1017,00).
Esses critérios não levam em consideração a particularidade de cada caso, visto que a maioria dos residentes da moradia estudantil advém de escola publica, carregando todas as deficiências desse ensino, sendo um verdadeiro desafio cumprir com esses critérios meritocráticos. Deste modo a faculdade se posiciona de forma indiferente as necessidades socioeconômicas dos estudantes. Dentre os estudantes expulsos há casos em que o critério socioeconômico de R$ 1017,00 per capta familiar foi ultrapassado por valores mínimos, o que não significa que estes estudantes tenham condições de pagar uma estadia para continuar seus estudos.
Esta situação indignou o corpo estudantil, gerando o atual movimento de ocupação. Os ocupantes enfatizam que os expulsos da moradia perderão seu direito de estudar nesta universidade pública com esta decisão da direção e que este apoio não deve ser baseado em mérito tendo em vista a carência socioeconômica dos mesmos.
Nesta quinta-feira 24 de abril ocorrerá uma reunião entre os ocupantes e a congregação da universidade para debater as pautas apresentadas. Os ocupantes exigem a reintegração de todos os expulsos da moradia, a reformulação do regimento geral de moradias, paridade nas instâncias deliberativas e nenhuma punição aos estudantes em luta.
Comando de Ocupação da Unesp Ilha Solteira