Para quem lhes saiba a história, são indissociáveis Le Temps des Cerises e a Comuna de Paris, quando uma enfermeira que na época das cerejeiras em flor pudera amar e ser amada foi morta pelas balas numa barricada da insurreição. Passados quarenta e cinco anos os soldados eram mandados avançar em massa para a chacina e La Butte Rouge, a colina sangrenta, comemora a onda de indignação que de um lado e outro das frentes de batalha levou às revoltas nas trincheiras e nos navios, sublevou a Europa e persistiu em forma desfigurada na Rússia soviética. Vinte e oito anos depois, despedindo-se da mulher com quem passara a noite, um homem diz-lhe Bella Ciao, adeus minha bela, junta-se à guerrilha antifascista do norte da Itália e, se morrer, que o enterrem à sombra de uma flor. Decorridos quatro ou cinco anos If I Had a Hammer celebra a lúcida coragem de quem sabe o que quer e como quer mas lhe falta o necessário martelo e o resto. Se os tivesse! Seria este, vinte anos mais tarde, de ambos os lado de um oceano, o hino dos jovens em revolta. Na década seguinte, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974, outro canto serviu de sinal a uma sublevação, e se durante muitos anos não passara um dia sem que nas prisões de Peniche e de Caxias houvesse alguém do Baleizão, do Couço ou de Grândola, por eles e por todos os outros Grândola Vila Morena foi o hino de mais uma tentativa para fazer com que seja o povo quem mais ordena. Hoje, quarenta anos depois, o que se canta? Cantemos. Passa Palavra
Não morre, e renasce de maneiras inesperadas, porque sem o imprevisto não haveria História. Vejam por exemplo esta inusitada liturgia. Mas para entendê-la é preciso saber quem foi o sacerdote Andrea Gallo, aqui ou aqui.
Bravo!
Imanência da utopia concreta, que transmorrerá com o fim da pré-história, na comunidade humana mundial.
Cantamos isso:
http://www.youtube.com/watch?v=l4XqoEuqPbk
Cant[áva][are]mos:
https://www.youtube.com/watch?v=ehDOaBn3TKo
Desobediente, irreverente, rebelde – ok! Mas e daí?
Nem é preciso ter lido Nietzsche para saber que nada de vontade e vontade de nada são variantes – respectivamente, passiva e ativa – do ni[h]ilismo. Do nada ao nada, através do nada…
Numa acepção programática consequentemente revolucionária&proletária, tudo se resume ao como fazer. Isto é, caosmose e salto quântico: transformar a guerra imperialista em guerra de classes. Simples, assim… [:-D}]
O antifascismo (“pior produto do fascismo”) nada mais é do que o combate no terreno do inimigo de classe e com as armas do inimigo de classe. E não há Bella Ciao, por mais que lacrimeje o coração do pequeno-burguês radicalizado, que mude isso. O rebelde partigiano escolheu o seu lado na guerra entre frações – democrática versus (& vice-versa, posto que intercambiáveis) fascista – do kkkapital.
Enfim: na guerra imperialista não importa quem vença, o proletariado – tendo desaparecido como classe – será esmagado (fisicamente) após ter sido (politicamente) derrotado. Inevitavelmente…
p.s.: Este comentário vale, também e ‘a fortiori’, para o flagrante delito Bella Vrau.